terça-feira, 11 de agosto de 2015

Deputado entra com pedido para esclarecer acordo do governo paulista com PCC

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Objetivo do acordo seria o fim dos ataques contra policiais em maio de 2006.
Delegado, ex-secretário de Administração Penitenciária e advogada que representava os presos serão chamados a prestar esclarecimentos na Assembleia Legislativa sobre negociações com organização criminosa.
O deputado estadual Raul Marcelo (Psol) deu entrada na segunda-feira, dia 3/7, nos requerimentos para convocar ou convidar, dependendo do caso, ex-membros do governo do estado em 2006, para prestar esclarecimentos, na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de São Paulo, sobre as supostas negociações com o Primeiro Comando da Capital (PCC), em 2006. O objetivo era o fim dos ataques contra policiais em maio daquele ano.
O delegado José Luiz Ramos Cavalcanti é uma das pessoas que deputados do colegiado querem ouvir. Ele teria mediado o encontro entre o governo e Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola. O ex-secretário de Administração Penitenciária Nagashi Furukawa e a advogada Iracema Vasciaveo (que atuava na defesa dos presos) são os outros dois. Na semana passada, o jornal O Estado de S.Paulo afirmou ter obtido um depoimento de Cavalcanti à Justiça em que ele revelaria detalhes das conversações entre o governo e o PCC.
“Se eles forem à comissão, será uma oportunidade muito importante para esclarecer tudo. Uma dúvida muito importante a esclarecer é se essas reuniões continuaram ou não. Nada impede que as reuniões tenham acontecido em 2006 e tenha se tornado uma rotina”, diz Raul Marcelo. “A dúvida da população é essa. A expectativa é grande e vai ficar muito ruim para o PSDB se tentar qualquer manobra para impedir a ida dessas pessoas à Alesp.”
A ideia é chamar também para prestar esclarecimentos o secretário de Segurança Pública da época, Saulo de Castro Abreu Filho, e o então governador Cláudio Lembo.
Segundo o parlamentar, a privatização de parques públicos (proposta do governo estadual por meio do Projeto de Lei 249/2013), a extinção do Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal (Cepam) e da Fundap, além da discussão sobre a privatização da linha 5-Lilás do metrô, anunciada por Alckmin na semana passada, são outras pautas destacadas por Raul Marcelo.
Segundo o parlamentar, a transferência das operações da Linha 5-Lilás para a iniciativa privada vai ser discutida com representantes do Sindicato dos Metroviários de São Paulo na quarta-feira, dia 5/7. O governo pretende que a linha seja operada inteiramente pela empresa vencedora de uma licitação cuja modelagem está em elaboração.
Hoje, a linha 5-Lilás opera 9,6 quilômetros de trilhos com sete estações. O primeiro trecho, entre Capão Redondo e Largo 13, foi entregue em 20 de outubro de 2002. A estação Adolfo Pinheiro, última a entrar em operação, foi entregue apenas no ano passado.
A linha está em construção desde 1998. No início, era linha G da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Seu cronograma foi alterado várias vezes. Inicialmente, a conclusão era prevista para 2006. Segundo a previsão mais recente, as dez estações restantes estarão em funcionamento em 2018. A última estação entregue da linha 5-Lilás foi a Adolfo Pinheiro, no ano passado. Atualmente, a expansão está orçada em R$9,1 bilhões.
Quando estiver em operação com todas as estações, a linha fará ligação com a linha 1-Azul na estação Santa Cruz e com a linha 2-Verde na Chácara Klabin.

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