segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Lula pede indenização a jornalistas de O Globo por “tríplex no Guarujá”

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O ex-presidente Lula ingressou, na Justiça do Rio de Janeiro – onde fica a sede do jornal O Globo – contra os três responsáveis pela publicação de matéria onde pretendem ligar o suposto “tríplex no Guarujá” que pertenceria ao ex-presidente a negócios entre uma imobiliária que teria, por sua vez, feito hipotéticos negócios com uma empresa do doleiro Alberto Youssef.
Na ação – cuja íntegra você pode ler aqui – é pedido o pagamento de R$22,5 mil ao editor Ascânio Seleme e aos repórteres Germano Oliveira e Cleide Carvalho, que insistiram na versão, mesmo tendo visto, no Registro de Imóveis, que o imóvel não pertence a Lula ou a qualquer de seus familiares e de saber que a cota-parte do investimento de sua mulher, Dona Mariza, no empreendimento não teve exercício na aquisição de imóvel ou na devolução do valor aplicado.
A matéria, publicada a primeira vez no final do ano passado e repetida na semana passada com o “gancho” do doleiro, foi continuada no dia seguinte, quando o jornal sustenta sua versão com “informações da vizinhança.
Assim mesmo, neste estilo, “futrica de corredor”.
A meu ver, Lula pediu valor baixo, muito baixo, e deve ter tido lá suas razões – ah, este “paz e amor”… – para não incluir a empresa como ré.
Até porque é ela quem vai assumir a defesa e a indenização inevitável – ou teoricamente inevitável, porque a gente sabe como os juízes são valentes com a Globo – pela publicação.
E como, mesmo valente, o juiz não pode arbitrar indenização além do valor pedido, qualquer anunciozinho em O Globo paga essa fatura.
Sai baratinho ofender a honra alheia e a reparação é lenta.
Eu, por exemplo, espero há 20 anos por uma que ganhei – em todas as instâncias – do Itaú, por ter feito com que se abrisse um inquérito por “estelionato” praticado com um talão de cheques roubado de dentro do banco, que nunca me chegou às mãos.
E é mais que o que você pediu, Lula, viu? Um dia conto esta história.
***
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As provas do apartamento de Lula são “a vizinhança”.
Legenda: As provas são “a vizinhança”: o alegado apartamento de Lula
Lula é o alvo da plutocracia.
Isso está claro. Dilma, com as unhas aparadas, fica até 2018.
O problema é Lula.
Quem poderia enfrentá-lo na direita? São todos mirins. Ao mesmo tempo, também o PT, sem Lula, vira um adversário muito mais fácil de bater.
Tirar Lula é a prioridade, portanto.
A mídia comanda, como sempre, a perseguição.
Vale tudo, como você pode observar. A prova não está na Veja, que há dez anos, semana sim, semana não, anuncia o fim de Lula.
Esqueça, portanto, a Veja, que figura já no manicômio da imprensa.
Mas repare em O Globo.
Numa coisa, em particular. Dias atrás, Lula desmentiu ser dono de um apartamento no Guarujá que ele poderia comprar com o dinheiro de uma palestra.
O Globo respondeu oficialmente. É o tipo de resposta que quem milita ou militou na imprensa sabe que foi lida e aprovada pelos patrões.
Isso dá a ela mais importância ainda.
contraargumentação da Globo é centrada, toda ela, na vizinhança.
Não há um único documento, não há uma única prova.
vizinhança disse.
Quem é essa enigmática vizinhança, o leitor não fica sabendo. Batata.
Mas que cultura editorial é esta que baseia uma denúncia – porque era este o tom de O Globo – na vizinhança?
Parece piada, parece coisa do Sensacionalista. Mas é O Globo nesta fase mata-Lula.
vizinhança disse que Lula foi visto “três vezes” no prédio.
Ainda que fosse verdade – onde uma foto neste tempo de orgia de selfies? – o que significa Lula ter ido ao prédio além disso mesmo, que ele foi ao prédio?
Isso é evidência de propriedade? Só para quem deseja atacar a qualquer preço.
A resposta do Globo evoca a vizinhança, mais uma vez, para dizer que Lulinha foi o responsável por uma reforma no apartamento alegadamente de Lula.
Sempre ela, a vizinhança.
Mais uma vez, nem uma só foto de Lulinha? Se foi mesmo o responsável, deve ter ido ao apartamento várias vezes.
Poderiam ter fotografado à distância, se quisessem. Ou de perto, se alguém da vizinhançase apresentasse a Lulinha amigavelmente.
Não é todo dia que você encontra o filho de um presidente, e ainda mais um no centro de tantas acusações como Lulinha.
Nada.
E finalmente a mulher de Lula, Mariza, também é invocada na resposta do Globo.
Mariza cuidou da decoração, segundo – adivinhe – a vizinhança.
O assunto todo é de extrema irrelevância. Qualquer palestrante – Merval, Jabor, Miriam Leitão etc. – compra um apartamento daqueles com um pé nas costas. Que dirá Lula, com cachês de astro do circuito internacional de palestra?
O que é desimportante vira assunto sério por um único motivo: mostrar que o Globo não vai ter limites na perseguição a Lula.
O que se deve esperar não é jornalismo. É caça mesmo.
***
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou na terça-feira, dia 18/8, com uma ação pedindo reparação por danos morais contra matéria publicada pelo jornal O Globo, intitulada “Dinheiro liga doleiro da Lava-Jato à obra de prédio de Lula”. O diário carioca publicou no dia 12 de agosto uma reportagem na qual afirma que o ex-presidente seria dono de um apartamento tríplex no Edifício Solaris, no Guarujá (SP), e que o empreendimento estaria ligado de alguma forma ao doleiro Alberto Youssef.
Antes da publicação do artigo, o Instituto Lula esclareceu ao jornalista, que Marisa Letícia, esposa do ex-presidente, adquiriu a prestações, uma cota no empreendimento e que a família do ex-presidente não tem nenhum apartamento, quanto menos um tríplex. Não foi a primeira vez que isso foi esclarecido a este repórter e o jornal carioca optou por dar continuidade a mentira que vem repetindo desde dezembro do ano passado.
O autor da matéria insistiu na versão mentirosa, com amplo destaque tanto na versão impressa do jornal, quanto na internet. O Instituto Lula respondeu a O Globo em nota no dia 14 “Lula não tem apartamento no Guarujá. E se tivesse?” (clique aqui)
Em sua edição de sábado (15 de agosto), o jornal tentou justificar a atribuição da propriedade do imóvel pelo ex-presidente por informações passadas pela “vizinhança”, ou seja, fez um jornalismo baseado em fofocas de corredor de prédio.
A ação demonstra que a matéria teve claro caráter difamatório e o mero registro burocrático do outro lado não compensa os danos morais causados pela veiculação de graves mentiras. Que foram criadas relações que não existem entre uma cota de empreendimento adquirida a prestações pela família do ex-presidente e Alberto Youssef, criminoso reincidente.

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