O Brasil conquistou o selo "grau de investimento" por mais uma importante agência de classificação de risco. Nesta terça-feira, 22, a Moody''s elevou a nota do País para "Baa3". No dia 30 de abril do ano passado, o Brasil se tornou grau de investimento pela avaliação da Standard & Poor''s. E em 29 de maio de 2008 foi a vez da Fitch atribuir essa nota ao País.
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou que o grau de investimento concedido pela agência Moody's nesta terça-feira representa um selo que confirma o que o governo vem dizendo em relação à crise e à resistência do Brasil.
"É um acontecimento importante e relevante no mundo e, particularmente, para o Brasil", afirmou.
Ele citou três fatores para justificar a importância do grau de investimento.
Primeiro, segundo ele, porque, por ser a terceira agência a conceder a nota ao Brasil, a Moody's consolida o grau de investimento do país; segundo porque o upgrade foi dado ainda com o mundo em crise, "quando as agências ainda estão revisando o grau de muitos países" e, por último, porque a Moody's afirmou que o Brasil é um "vencedor" em meio a crise.
"Uma agência como essa, conservadora, considerar o país vencedor, isso é, de fato, um selo que confirma tudo aquilo que tem sido dito pelo presidente, no sentido de que o Brasil entrou forte, tomou as medidas adequadas, e sai da crise mais rápido e mais forte do que muitos países", afirmou.
A concessão do grau de investimento pelas três maiores agências de rating do mundo faz com que, segundo o Meirelles, haja uma melhora da qualidade dos investimentos no país.
"Isso é muito importante para o país. Quanto melhor o rating, mais nós teremos investimentos de longo prazo, mais investimentos que vêm para ficar, criar produção. Mais investimentos em máquinas, equipamentos e serviços", ressaltou.
A classificação de risco é uma ferramenta usada pelos investidores estrangeiros na hora de decidir em que país irão colocar suas aplicações. Ela reflete o risco que um país tem de não honrar o pagamento de seus títulos. Quanto melhor é a avaliação, menor é o risco e, portanto, maior é a capacidade do país de atrair investimentos.
A partir de um determinado patamar de classificação de risco o país é considerado "grau de investimento" . Ou seja, o risco de calote é muito baixo. Muitos fundos de investimento estrangeiro direcionam recursos apenas para países que têm esta classificação.
"A Moody''s Investors Service elevou os ratings de dívida do Governo do Brasil em moeda local e estrangeira do grau especulativo Ba1 para Baa3, patamar inicial para créditos com grau de investimento. A perspectiva para os novos ratings é positiva. A elevação reflete o reconhecimento pela Moody''s de que a capacidade de absorção de choques, incluindo a capacidade de resposta das autoridades, aponta para uma melhora significativa do perfil de crédito soberano do Brasil," afirmou Mauro Leos, Regional Credit Officer da Moody''s para a América Latina.
Evidências de robusta flexibilidade econômica e financeira, tipicamente associados a créditos com grau de investimento, podem ser vistas na rápida contração do PIB, no enfraquecimento mínimo das posições de reservas internacionais do país, na moderada deterioração dos indicadores de dívida do governo e na ausência de estresse financeiro no sistema bancário" afirmou Leos. Estas características sugerem que o Brasil é um "vencedor" se comparado aos outros países globalmente integrados classificados pela Moody''s.
O teto soberano do Brasil para dívida em moeda estrangeira também foi elevado de Baa3 para Baa2, e o teto soberano para depósitos bancários em moeda estrangeira foi elevado de Ba2 para Baa3. Estes ratings têm perspectiva positiva. Os tetos do país em moeda local para depósitos e dívidas não foram afetados.
A ultima ação de ratings do Brasil foi feita no dia 6 de julho de 2009, ocasião em que a Moody''s colocou os ratings de dívida do governo em moeda local e estrangeira em revisão para possível elevação. O teto soberano do Brasil para dívida em moeda estrangeira também foi colocado em revisão, assim como o teto soberano para depósitos bancários em moeda estrangeira.
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