A exposição inédita Auguste Rodin, homem e gênio foi aberta na noite desta segunda-feira (26) no Palacete das Artes, em Salvador, com a presença do governador Jaques Wagner, secretários de Estado e representantes de diversos segmentos da cultura e arte da Bahia. Com 62 peças e avaliada em R$ 26 milhões, a exposição ficará na Bahia pelos próximos três anos. Esta é a primeira vez que o Museu Rodin Paris concorda em ceder por tanto tempo as peças do artista para uma exposição.
Durante entrevista coletiva, realizada na abertura oficial da exposição, o diretor do museu Rodin de Paris, Dominique Vieville, assegurou que o Palacete das Artes foi escolhido para abrigar a mostra por ter se adequado aos padrões exigidos pelo museu francês para expor as obras de Rodin. “O museu Rodin Bahia cumpriu todas as exigências feitas, em vários aspectos, como o de conservação e museologia dessas obras tão ricas. Além do mais, é um projeto científico e cultural direcionado aos dois países”, declarou.
A origem do projeto é um convênio em forma de comodato, firmado entre os governos da Bahia e da França, para que as peças originais de Rodin fiquem expostas à visitação pública no museu. “Para nós é motivo de muito orgulho, essa deferência da França ao Brasil e à Bahia e, principalmente, por saber que temos profissionais que trabalharam à altura das obras de Rodin e da generosidade do governo francês”, afirmou Wagner.
Ano da França
Para o secretário da Cultura, Márcio Meirelles, a Bahia é um dos estados que mais se dedicaram ao Ano da França no Brasil e atraiu grandes exposições, como a da artista plástica Sophie Cale e a de Rodin. “Nós estamos fazendo um trabalho extenso com os museus, ampliamos o acesso e o horário de funcionamento e assim conseguimos aumentar 400% a freqüência nos museus baianos”, explicou.
O Palacete das Artes foi reformado e preparado para receber as obras de Rodin, considerado o pai da arte moderna, com todas as exigências feitas pela equipe técnica do museu Rodin de Paris. “Além de todas as adaptações, nós construímos uma sala nova, para receber obras contemporâneas, que, acreditamos, irão conviver bem com as obras de Rodin”, esclareceu o diretor do museu, Murilo Ribeiro.
Visitação
A visitação, que já foi aberta ao público, é gratuita e a expectativa é que mais de 300 mil pessoas por ano contemplem as obras do grande artista. “Eu já conhecia a história de Rodin e estou encantada com as esculturas. É emocionante ver de perto o que eu só via por fotografias”, declarou a estudante Renata Rodrigues.
Esculturas como O pensador, uma referência a Dante, criada em 1880, ou Eva, produzida em 1881 e que nem chegou a ser terminada, ambas peças da exposição Porta do Inferno, encantam não só quem conhece apenas a história do artista, mas os profundos conhecedores e amantes do acervo de Rodin. “Eu já vi as obras de Rodin em várias partes do mundo, mas ver aqui é mais interessante ainda, pois possibilita o acesso para as pessoas que não conhecem essa arte de perto. Cultura é sempre importante para a sociedade”, assegurou a artista plástica Maria Adair.
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