domingo, 11 de outubro de 2009

Grupos de comunicação defendem conteúdo informativo pago

Diretores de grandes grupos de comunicação do mundo apontaram a necessidade de se adaptar às novas tecnologias, mas também de tomar medidas radicais para que a informação em tempo real e em seu contexto deixe de ser gratuita.
A Cúpula Mundial de Mídia, que acontece nesta sexta-feira (9) com 300 representantes de 170 empresas do setor, foi aberta no Grande Palácio do Povo de Pequim pelo presidente da China, Hu Jintao, que pediu aos veículos de imprensa para que promovam um mundo multipolar.
Em seu discurso, o presidente e executivo-chefe da agência Associated Press (AP), Thomas Curley, afirmou que a defesa da propriedade intelectual do conteúdo e conseguir que este seja pago na internet "são os desafios mais difíceis, e fomos muito lentos para reagir a 15 anos" de popularização da web.
O presidente e diretor-geral da News Corporation, Rupert Murdoch, destacou que, "se não fecharmos acordos para o pagamento da informação aos provedores, os que estão hoje nesta sala pagarão pelas consequências. Os 'cleptomaníacos' triunfarão", disse.
"A informação de qualidade deve ser paga. É um conceito errado pensar que deve ser de graça", disse Murdoch, pioneiro no assunto ao instituir o pagamento pelo conteúdo do jornal "The Wall Street Journal" na internet.
"No entanto, se a internet representa uma era de mudanças sem precedentes, também oferece oportunidades" , informou.
Para o presidente chinês, a nova era da informação oferece aos veículos de imprensa e empresas chinesas de entretenimento muitas oportunidades para expandir sua influência internacional e obter receitas.
Após dizer que o governo chinês garantirá os direitos legítimos e os interesses dos veículos de imprensa estrangeiros no país, Hu pediu responsabilidade "para uma informação verdadeira e objetiva".
"Continuaremos levando a público os assuntos estatais, aumentando a distribuição de informação, facilitando coberturas de acordo com as leis e regulações da China", disse Hu.
Para Curley, a reunião de Pequim é oportuna em um momento no qual as organizações tradicionais de imprensa tentam fazer com que os grandes sites paguem pelo conteúdo.
Outro desafio para a imprensa é, segundo Curley, o fenômeno pelo qual os consumidores tradicionais de informação se transformam em provedores.
O presidente da Turner Broadcasting System, Steve Marcopoto, pediu à China informação livre "para acabar com especulações, rumores e desinformação" e elogiou a liberdade permitida após o terremoto de Sichuan.
Sobre os desafios da imprensa, Marcopoto resumiu: "Hoje, temos que fornecer a um público cada vez mais fragmentado o que ele quer e quando ele quer".
A Cúpula Mundial de Mídia é organizada pela agência oficial chinesa Xinhua e por oito empresas internacionais do setor (News Corporation, AP, Reuters, Itar-Tass, Kyodo News, BBC, Turner Broadcasting System e Google), e procura soluções para os novos desafios da área e a crise financeira.

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