sábado, 24 de outubro de 2009

Mercado se antecipa à cobrança do IOF

Mercado se antecipa à cobrança do IOF
e o Banco Central recebeu reservas de US$ 10,5 bi, de 1o a 16 de outubro


De Danilo Reis

Com a decisão da cobrança do IOF de 2%, desde 17 de outubro, sobre o capital estrangeiro que entra no país para investir em ações ou títulos, o mercado se antecipou, no intuito de driblar a cobrança, e o saldo das reservas cambiais ampliou em US$ 10,5 bilhões do dia 1o ao dia 16 deste mês, valor muito acima da média de US$ 2 bilhões registrada desde abril, quando o fluxo voltou a ficar positivo, dados os efeitos da crise financeira mundial.
O Governo tem sido alvo de severas críticas da oposição. Estes mantêm o discurso de que o Brasil ficará menos atraente ao investidor estrangeiro, podendo a medida causar evasão de divisas e até uma retração dos IPO`s (sigla para a expressão em inglês Initial Public Offering que significa a abertura do capital de uma empresa no mercado acionário) e dos lançamentos de debêntures.
Para os defensores do Governo, a medida será muito útil para desestimular a entrada de capitais alienígenas especulativos ou de curto prazo, uma vez que não atinge os investimentos estrangeiros diretos e não afetará muito os investimentos de portfólio que tenham horizonte mais longo. Assim, consideram-na altamente oportuna e adotada no momento correto, quando o BRIC (os quatro principais países emergentes do mundo, Brasil, Rússia, Índia e China) está em evidência e há uma expectativa de bom desempenho, de curto e médio prazos, das economias destes países.
Fora do jogo político, a análise técnica do Financial Times considera que o Governo fez a opção certa em se antecipar para evitar a bolha da economia, criada na última crise econômica. A euforia dos mercados tem sido vista com bastante prudência pelos analistas. Há uma tendência conservadora temendo uma nova onda de supervalorização dos preços dos ativos, principalmente por ataques especulativos a economias emergentes, que se tornaram a grande esperança de aquecimento do mercado global.

Danilo Reis é Economista, Mestre em Contabilidade e Finanças, Gerente de Banco e Professor de Finanças e Contabilidade dos cursos de Graduação e Pós-Graduação da Unime/Facsul e Faculdade de Ilhéus.
danilojsreis@yahoo.com.br

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