Quem assistiu a propaganda partidária na TV do PSDB com Serra e Aécio (leia aqui como a propaganda saiu misturada ao noticiário do dinheiro na cueca), chega a pensar que o mineiro está disputando palmo a palmo a indicação com Serra.
Não é o que se fala nos bastidores. A popularidade de Lula, os bons ventos da economia e do emprego, o crescimento de Dilma, e os MENSALÕES do DEM e Azeredoduto, deixam Serra inseguro, e Aécio começa a declinar de ir para as urnas com a cara de oposição, uma oposição fragilizada, que se desmancha.
Aécio não vai admitir isso em público, mas tudo indica que, sentindo cheiro de derrota acachapante em uma eleição presidencial, Aécio já começa a empurrar o abacaxi de fazer o papel de oposição para Serra, e deverá partir para uma candidatura ao Senado, fazendo o discurso moderado, de conciliação, com vistas a reorganizar um bloco parlamentar após 2010, compondo a futura base governista, e abandonando o campo da oposição, deixando o legado demo-tucano de FHC para trás. Ele já ensaiou esse passo na eleição para prefeito em Belo Horizonte, aliando-se ao PSB e PT.
É provável que Aécio venha a negar à imprensa que disse isso nestes termos, pois se der a entender que já desistiu, seu cacife de ganhar visibilidade e importância nacional cai, mas vejam só essa matéria da Agência Estado:
... Aécio Neves (PSDB), já dá sinais de que está desistindo da disputa interna com o governador de São Paulo, José Serra.
Hoje (3), após se reunir com dois ex-presidentes do PSDB - o senador Tasso Jereissati (CE) e o ex-ministro Pimenta da Veiga - e com o secretário-geral da legenda, deputado federal Rodrigo de Castro (MG), Aécio disse que sua prioridade pessoal passou a ser a sucessão estadual, na qual trabalhará pela eleição de seu vice, Antônio Anastasia (PSDB).
Reservadamente, aliados do governador mineiro afirmam que no Palácio da Liberdade não se cogita que Serra decida se assume ou não a candidatura até o final de dezembro - data estabelecida por Aécio para abandonar a pré-candidatura presidencial.
O governador paulista quer empurrar a decisão para março. Por causa das festas de fim de ano, o governador mineiro afirmou nesta 5ª feira (03) que considera os primeiros dias de janeiro o período mais adequado anunciar sua candidatura ao Senado.
Sempre destacando que respeitará a decisão do partido e que não liderará um racha interno, Aécio abandou de vez o discurso de defesa das prévias partidárias e tem concentrado sua agenda em Minas.
Nos últimos dias, não tem se furtado a fazer elogios à eventual candidatura de Serra. "Tenho sido absolutamente claro e leal com o partido", insistiu. "Tenho manifestações de muita simpatia em várias partes do País, como também existem outros que preferem a candidatura do governador José Serra, até porque é uma candidatura extremamente vigorosa".
O mineiro também garantiu que não há hipótese de voltar atrás caso opte mesmo pela candidatura ao Senado. No encontro com Tarso, reafirmou ainda que não aceita ser vice de Serra numa chapa puro-sangue.
"Ansiedade"
Diante do atual cenário, o senador cearense apelou para que Aécio mantenha a sua pré-candidatura até "o momento da escolha". Afinado com o discurso do mineiro, Tasso afirmou que o "partido está louco para ter um candidato na rua". "Existe, não só por parte do governador Aécio Neves, mas por parte de todo partido uma ansiedade para que pelo menos durante o mês de janeiro nós tenhamos uma solução e já possamos ter um candidato definido na rua".
O senador classificou Aécio como uma "alternativa cada vez mais forte" na disputa presidencial do ano que vem. "Ele é uma opção real do partido. Cada vez mais uma opção que assusta muito os nossos adversários. A decisão dele tem de ser uma decisão no momento certo, no momento correto para que o partido não perca essa alternativa importante".
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