domingo, 19 de julho de 2015

Lobista descreveu o caminho do dinheiro até Eduardo Cunha

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Júlio Camargo afirmou que o deputado tinha US$5 milhões a receber de um total de US$10 milhões restantes da propina a serem pagas por dois contratos de navios-sondas, para exploração de petróleo em águas profundas, assinados em 2006 e 2007 pela coreana Samsung em parceria com a japonesa Mitsui. Os contratos eram da Diretoria de Internacional, área comandada pelo PMDB, e envolveram ao todo US$30 milhões de propina, segundo o processo em que Júlio Camargo e Fernando Baiano são réus ao lado do ex-diretor da área Nestor Cerveró.
“Eu chamei o Alberto com quem eu tinha relacionamento de confiança e, se não me engano, até pedi se ele conhecia o deputado Eduardo Cunha porque eu estava com problema com o deputado”, afirmou Júlio Camargo, que disse que teve que se organizar para efetivar os pagamentos.
“O deputado Eduardo Cunha não aceitou que eu pagasse somente a parte dele. Ele disse: ‘olha Júlio, eu não aceito também que você faça uma negociação para pagar só a minha parte. Você pode até pagar o Fernando mais dilatado. O meu eu preciso rapidamente, mas eu faço questão de você incluir no acordo aquilo que você ainda falta pagar o Fernando”, detalhou o delator.
“Aí chegou entre US$8 milhões e US$10 milhões”, confessou Júlio Camargo ao juiz Sérgio Moro.
Caminho do dinheiroJúlio Camargo foi questionado pelo juiz da Lava-Jato se ele poderia identificar os pagamentos de propina feitos após a pressão exercida pelo presidente da Câmara. Todos os dados foram apresentados à Procuradoria Geral da República, em forma de planilha, onde corre inquérito em que Cunha é investigado.
“Fiz três depósitos indicados pelo senhor Alberto Youssef, 20 de outubro de 2011, através da minha empresa Vigela para uma empresa indicada por ele que chama RFY e outra de nome DGX. São dois pagamentos de US$2,3 milhões e outra de US$400 mil.”
“Depois pagamentos efetuados a empresa do Fernando, uma de nome Technis no valor de US$700 mil, e outra, vários pagamentos, nove pagamentos, para empresa dele de nome Hawk Eyes, no valor total de US$3,2 milhões”, informou.
O lobista disse que o restante foi pago em reais no Brasil via investimentos em empresas do doleiro Alberto Youssef. “Pagamentos que eu fiz ao senhor Alberto e ele pagou Fernando Soares.”
Perguntado se efetivamente foi beneficiário do esquema, Júlio citou Fernando Baiano, o presidente da Câmara e ele próprio. “Acho que o Fernando foi o beneficiário, como meu parceiro, da mesma maneira que eu ganhei ele ganhou também. Eu não sabia que ele tinha um sócio oculto, que era o deputado Eduardo Cunha, que também ganhou.”
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