O que têm em comum Fernando Collor, Eduardo Cunha e Renan Calheiros? Além do que o leitor está pensando, os três adotaram a mesma tática na Lava-Jato. Em vez de se defender, atacam os policiais e procuradores que os investigam.
Na quinta-feira, dia 16/7, Renan voltou a criticar a PF. Collor chamou os investigadores de “facínoras que se dizem democratas”. Cunha acusou o procurador Rodrigo Janot de forçar delatores a mentir para incriminá-lo.
Nada de novo, salvo um detalhe. Duas testemunhas afirmaram em juízo que temem retaliação do deputado às suas famílias. O medo foi relatado pelo doleiro Alberto Youssef e pelo consultor Júlio Camargo.
“O deputado Eduardo Cunha é conhecido como uma pessoa agressiva”, disse Camargo, que relatou a propina de US$5 milhões. “O maior receio é a família, porque quem age dessa maneira perfeitamente pode agir não contra você, mas contra terceiros. Às vezes, machucar um ente querido é muito pior do que machucar você mesmo”, prosseguiu.
Youssef se disse preocupado com as três mulheres da família. “Venho sofrendo intimidação perante as minhas filhas, perante a minha ex-esposa”, relatou o doleiro. “Estou sendo intimidado pela CPI da Petrobras, por um deputado, pau-mandado do senhor Eduardo Cunha”.
A pedido de um aliado de Cunha, a CPI já quebrou o sigilo das três, mas a medida foi anulada pelo Supremo. Agora está na hora de o tribunal se pronunciar sobre os relatos de intimidação e ameaça aos réus.
Obs.: Para dirigir seu pronunciamento à nação na sexta-feira, dia 17/7, Cunha contratou o marqueteiro Paulo de Tarso Lobão Morais, condenado em 2010 por peculato em Rondônia. A sentença foi confirmada em segunda instância e depois anulada pelo STJ.
O diretor nega ter cometido crime e se diz vítima de “armação política”. “Eu não sou notícia. Notícia é o presidente da Câmara”, afirma.
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