sábado, 17 de outubro de 2009

Comércio cresce 5,9% em agosto

O comércio varejista baiano obteve um crescimento de 5,9% no mês de agosto, em relação ao mesmo período de 2008. Na comparação com o mês imediatamente anterior, o varejo registrou uma expansão de 0,4%, sendo que agosto é o oitavo mês consecutivo que o comércio apresenta resultado positivo. No acumulado de 2009 (janeiro a agosto), o incremento foi de 5,3%. Esta taxa teve como base de comparação os primeiros oito meses de 2008, período anterior ao agravamento da crise econômica e financeira mundial, quando o crescimento do comércio baiano situou-se em 8,0%. Nos últimos 12 meses (setembro de 2008 a agosto de 2009) a expansão do varejo atingiu 6,1%.
Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e analisada pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento.
A partir do segundo trimestre deste ano, o comércio baiano vem registrando taxas de crescimento expressivas. O aumento do crédito para financiamento, a criação de postos de trabalho e as medidas de incentivo ao consumo, adotadas pelo governo federal, têm colaborado para impulsionar as vendas.
No último mês analisado, dos oito ramos de atividade que compõem o indicador do varejo, cinco apresentaram variações positivas: Outros artigos de uso pessoal e doméstico, Artigos farmacêuticos, médicos ortopédicos de perfumaria e cosméticos e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, Combustíveis e lubrificantes e Móveis e eletrodomésticos.
Observando o desempenho do comércio varejista por segmento, em agosto de 2009, comparado com igual mês de 2008, observa-se que os principais aumentos foram Outros artigos de uso pessoal e doméstico (37,3%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (13,7%), Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (8,0%), sendo que o subgrupo de Hipermercados e supermercados obteve uma variação de 7,6%. Também apresentaram contribuições positivas, porém, em menor intensidade, Combustíveis e lubrificantes (2,6%) e Móveis e eletrodomésticos (0,5%).
Os grupos que registraram variações negativas foram Equipamentos e materiais para escritório, Informática e comunicação (-28,7%) e Tecidos, vestuário e calçados (-1,3%). Já o segmento de Livros, jornais, revistas e papelaria apresentou pequena queda de -0,2%.
No contexto das oito atividades que compõem a PMC, o ramo de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo é o de maior representatividade, razão pela qual o seu desempenho exerce acentuada influência no comportamento do comércio. Os resultados apurados, neste ano, vêm demonstrando uma tendência de recuperação das vendas desse segmento.
Nos oito primeiros meses de 2008, o ramo acumulou crescimento de apenas 0,2%, enquanto que, em igual período de 2009, as vendas do grupo aumentaram 8,0%. Vêm concorrendo para impulsionar os negócios nesse ramo de atividade, entre outros fatores, a queda - ou estabilização - de preços dos alimentos.
De acordo com dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE, nos oito primeiros meses de 2009, o grupo Alimentação e bebidas acumulou alta de 2,56%, resultado muito inferior ao registrado em igual período do ano passado, de 9,58%.
No ramo de Veículos motocicletas, partes e peças o crescimento foi de 3,4% e no de Material de Construção teve um desempenho negativo de -2%, os dois segmentos não compõem o indicador de varejo por abranger o comércio atacadista e varejista.

Vendas devem impulsionar desempenho do setor

A perspectiva dos lojistas e de analistas de mercado é que as vendas do comércio varejista deverão se manter aquecidas. Além de outros fatores, deverão impulsionar o desempenho do setor - a melhoria do mercado de trabalho, a ampliação dos prazos de parcelamento das compras e a queda dos juros.
O segundo semestre é um período mais favorável para os negócios do setor e deve-se levar em consideração que os consumidores estão mais confiantes na retomada do crescimento da economia do país, o que, certamente, os incentivará a assumir novos compromissos.
Impulsionado pela comemoração do Dia dos Pais, o ramo de Outros artigos de uso pessoal e doméstico registrou expansão de 37,3%. Essa taxa demonstra que as datas comemorativas são fortes indutoras da comercialização desses artigos.
Nos períodos de sazonalidade, esse grupo tradicionalmente registra os seus melhores resultados, pelo fato de comercializar artigos de valores unitários compatíveis com o poder aquisitivo de expressiva parcela dos consumidores, dentre os quais se destacam artigos esportivos, jóias, material ótico e fotográfico e brinquedos.
Os bons resultados apresentados desde o início do ano, levaram o ramo a acumular, até agosto, variação de 37,6%. Nesse período, essa foi a taxa mais significativa dentre as oito atividades que compõem o indicador do comércio.
No segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, as vendas expandiram-se em 8,0%, enquanto que, no acumulado dos oito primeiros meses do ano, o incremento situou-se no mesmo patamar (8,0%). Desde os primeiros meses de 2009 este ramo de atividade vem apresentando sucessivos resultados positivos, o que tem contribuído para o bom desempenho do comércio baiano.

Melhoria na renda dos consumidores colabora para bom resultado

Diferentemente dos segmentos que comercializam bens de preços mais elevados, esse não sentiu tão intensamente os impactos da conjuntura adversa, em razão de se tratar de bens essenciais. Os sucessivos resultados favoráveis apresentados pelo Comércio podem ser explicados pela melhoria dos rendimentos dos consumidores e pela estabilização ou queda de preços dos alimentos, o que beneficia, sobretudo, as famílias de menor poder aquisitivo.
Ao se desagregar do grupo os Hipermercados e supermercados observa-se expansão de 7,6% em agosto, ao passo que no acumulado dos oito primeiros meses do ano a variação atingiu (7,0%).
Conseguiram dinamizar os negócios nesses estabelecimentos, as constantes promoções empreendidas pelas grandes redes, o funcionamento ininterrupto por 24 horas de algumas dessas lojas, nas quais se encontra uma grande variedade de produtos.
Diante disso, pode-se afirmar que o advento do Dia dos Pais contribuiu para elevar a comercialização nesses estabelecimentos, notadamente de artigos de uso pessoal. Também as vendas por meio de cartões de crédito das próprias empresas, principalmente de produtos de valor elevado como eletrodomésticos e eletroeletrônicos, têm contribuído para aquecer o consumo. Isso se deve aos incentivos fiscais concedidos pelo governo federal como a redução do Imposto sobre produtos industrializados (IPI) para determinados eletrodomésticos.
Neste ano, agosto foi o quarto mês consecutivo em que as vendas de Móveis e eletrodomésticos registraram variações positivas, embora tenha sido a de menor expressividade apurada para o período (0,5%).
Como aproximadamente 75% das transações comerciais desses bens estão atreladas diretamente aos financiamentos, pode-se supor que nos últimos anos, com as maiores facilidades de acesso ao crédito, tanto por meio das grandes redes varejistas como pelos descontos em folha de pagamento, grande parte das famílias comprometeu parcela expressiva dos seus rendimentos com a aquisição desses bens.
Como as transações comerciais se deram em prazos longos, um número considerável desses consumidores ainda se encontra comprometido com o pagamento dos débitos contraídos e, consequentemente, com seus orçamentos limitados para voltar a adquirir outros produtos.
As vendas de Veículos, motocicletas, partes e peças apresentaram crescimento de 3,4%. As variações positivas observadas nos meses anteriores permitiram ao ramo acumular, até agosto, expansão de 5,2%. Por se tratar da comercialização de bens de valor unitário elevado, as vendas são influenciadas, principalmente pelo crédito e pelos juros.
Por isso, parte considerável da comercialização de veículos é realizada por meio de financiamento, principalmente dos chamados carros populares, que respondem por parcela expressiva das receitas auferidas pelo segmento. A redução do IPI, que contribuiu para deixar mais baratos os automóveis novos, a concorrência entre as revendedoras, intensificando as campanhas promocionais e a ampliação dos prazos de financiamento, explicam o desempenho do ramo varejista.

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