sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Exclusivo. Sarney ajuda Chávez a entrar no Mercosul.

José Sarney informou ontem a uma das eminências do Gabinete da Presidência, que não criará empecilho ao ingresso da Venezuela no MERCOSUL. A oposição tinha esperanças de que ele somasse esforços para impingir uma derrota política a Chávez e seu modelo bolivariano. A manobra, criativa, consistia em fazer com que o presidente do Senado usasse seu prestigio (que ele o tem no PMDB e entre senadores) para mudar um voto dentro da Comissão de Relações Exterior da Casa que está em vias de aprovar ou não o voto do relator, o tucano Tasso Jereissati, contrário à adesão da Venezuela. Atualmente a situação é de oito votos contra Chávez e dez a favor. Com o empate, a solução ficaria nas mãos do presidente da comissão, Eduardo Azeredo, outro tucano que, evidentemente, torce conta a união sul-americana, a principal meta do governo Lula no plano externo.
Eis, enumeradas, as razões que levaram Sarney a ficar do lado de Chávez:

1- Nem todos lembram ou sabem que um dos pontos altos da biografia de Sarney é o de ter lançado em 91, como presidente brasileiro, ao lado de Raúl Alfonsín, presidente argentino, a pedra fundamental do MERCOSUL (Tratado de Assunção). Desde logo, embora inicialmente restrito a Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, o MERCOSUL supunha sua própria expansão para todo o Continente, só assim ele faria sentido e poderia se apresentar como interlocutor forte perante a comunidade internacional.

2- Sarney sabe, e o senso comum também, que o que se está aprovando não é o ingresso de Chávez, um governante eventual, mas o ingresso da Venezuela, uma nação obviamente permanente e, por acaso, muito rica.

3- As relações comerciais Brasil/Venezuela nos são francamente favoráveis: saldo de cerca de 5 bilhões de dólares anuais. Além disso, a Região Norte, da qual Sarney é um representante, seria a primeira e principal beneficiada com o ingresso venezuelano.

4- Os Estados Unidos e a Colômbia, dois “inimigos”, são, ao mesmo tempo, os dois principais parceiros comerciais da Venezuela, numa demonstração de que política é uma coisa, comércio é outra.

5- Sarney deve a Lula uma caminhão de favores e, neste momento, está no núcleo das negociações para a confirmação imediata de Michel Temer, presidente da Câmara, como vice na chapa de Dilma, uma aspiração importante do PMDB.

6- Sarney não nasceu ontem.

Na matéria imediatamente abaixo desta, você encontrará mais elementos sobre este tema.

O ódio tucano que fere o Brasil

Tasso Jereissati, o tucano membro da Comissão de Relações Exteriores do Senado acaba de perpetrar um crime contra o futuro do País. Como relator da matéria sobre o ingresso na Venezuela no MERCOSUL deu parecer contrário. Isto pode custar anos de trabalho paciente e metódico do Itamaraty que vem construindo a união sul-americana, UNASUL, nos moldes da União Européia. Na verdade, estrategicamente falando, Argentina, Brasil e Venezuela, compõem o eixo central desta união que passa pelo fortalecimento do MERCOSUL.
O ódio de Jereissati ao presidente da República transformou- se em desatino que fere os interesses permanentes do País. Os tucanos não vêem, enfim, três elementos essenciais para uma discussão objetiva da questão: a- não se está votando o ingresso de Chávez (governante eventual embora legítimo) no MERCOSUL e sim da Venezuela, uma nação permanente, como é óbvio, e extremante rica; b- neste exato momento, o presidente Lula está em Estocolmo, na Suécia, negociando uma acordo de livre comércio entre a União Européia e a UNASUL, um lance de altíssimo alcance que fez parte, aliás, das negociações Lula/Sarkozy, há dez dias e que resultaram no acordo militar Brasil/França, na compra dos caças, etc.; c- o simples ingresso da Venezuela já é suficiente para transformar o MERCOSUL numa potência de primeira grandeza, não só auto-suficiente como campeã na produção de combustíveis fósseis e renováveis, bem como de proteínas vegetal animal, as moedas de troca mais cobiçadas nesse início de século.
Incapazes de ver isto, odientos e tacanhos, os tucanos vão-se transformando em versões atualizadas e vulgares de Calabar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário será avaliado pelo moderador, para que se possa ser divulgada. Palavras torpes, agressão moral e verbal, entre outras atitudes não serão aceitas.