Homofobia nas escolas foi o tema da audiência pública que as comissões de Educação e Cultura e de Participação Legislativa da Câmara dos Deputados realizou nesta quinta-feira, 22. A primeira mesa de debate - Sociedade civil e homofobia - foi coordenada pela deputada Fátima Bezerra, uma das autoras da proposta de audiência pública.
O relato da coordenadora do Grupo de Pais e Mães de Homossexuais, Edith Modesto, disse como ajudou outros pais e mães que têm filhos gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) a respeitarem a opção sexual de seus filhos e enfrentarem o preconceito da sociedade, sobretudo nas escolas. “Eu fundei esse grupo porque tive dificuldade porque meu sétimo filho é gay, eu não tinha com quem conversar, sofria muito, então fundei esse grupo com outras mães para trabalhar o preconceito que é internalizado em todos nós, principalmente o preconceito relacionado à diversidade e orientação sexual e de questões de gênero”, ressatou.
Edith defendeu o respeito à diversidade sexual e de gênero. “Precisamos naturalizar a diversidade sexual e de gênero, essas pessoas são assim, e elas têm que ser respeitadas como elas são, elas têm o direito de viver, de serem felizes. Como a deputada Fátima falou o problema de homofobia nas escolas existe e é sério, ainda.”
O secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação, André Lázzaro apresentou as medidas que o governo já vem implementando nesta área, como parte do Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT, lançado em maio deste ano.
A deputada Fátima ressaltou a importância do debate na Câmara dos Deputados. “Não podemos dar às costas para um debate desta natureza, é papel desta Casa, do Congresso Nacional, discutir esse tema, afinal a escola é um espaço sagrado para a vida de todos nós, é a nossa segunda casa e tem q estar preparada para acolher os ensinamentos, os valores q dizem respeito à generosidade, à tolerância, ao respeito, ao compromisso, é pra isso que a escola enfim existe.”
Recomendações - Os parlamentares lembraram que a Conferência Nacional LGBT de 2008 aprovou 561 recomendações para políticas públicas em diversas áreas para reduzir a discriminação. Na área de educação foi recomendado: evitar discriminações de gênero e diversidade sexual em livros didáticos e paradidáticos utilizados nas escolas; implantação de programas de formação inicial e continuada em sexualidade e diversidade; promover a cultura do reconhecimento da diversidade de gênero, identidade de gênero e orientação sexual no cotidiano escolar; evitar o uso de linguagem sexista, homofóbica e discriminatória em material didático-pedagó gico; e inserir os estudos de gênero e diversidade sexual no currículo das lice nciaturas.
Participaram do debate também a pesquisadora Tatiana Lionço, do Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero; Maria Rebeca Otero Gomes, representando a Unesco; o diretor da Pathfinder do Brasil, Carlos Laudari; o secretário de Finanças da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Beto de Jesus; o presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis; entre outros.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário será avaliado pelo moderador, para que se possa ser divulgada. Palavras torpes, agressão moral e verbal, entre outras atitudes não serão aceitas.