A agricultora Vera Lúcia sempre teve medo de perder a terra onde vive, na zona rural do município de Taperoá, no baixo sul do estado. Nos cinco hectares que herdou do pai há 30 anos, ela, o marido e três filhos plantam guaraná, cravo e cacau. Apesar de produtiva, ela não tinha o título de propriedade da terra e sempre temeu pela desapropriação.
Nesta quarta-feira (25), dona Vera Lúcia e outros 294 agricultores da região afastaram o medo e passaram a ser os donos definitivos do espaço onde vivem e trabalham. Eles receberam os títulos de propriedade, documento que reconhece a posse legal sobre a terra. “Eu achei que isso nunca fosse acontecer, tirei um peso de minhas costas, agora posso dizer que a terra é minha e ninguém toma mais”, comemorou dona Vera. “Com o título de propriedade os agricultores familiares de Taperoá agora podem receber aposentadoria e conseguir financiamento para aumentar e melhorar a produção”, disse o governador jaques Wagner, que participou da cerimônia de entrega. Desde 2007, já foram entregues 22,5 mil títulos de terra em todo estado.
Durante o encontro com os agricultores, o governador também assinou convênio para ampliação da oferta de água nas localidades de Jacaré e Itiúba. Com investimento de R$ 14,4 mil, serão instalados 360 metros de tubulação e três reservatórios que vão beneficiar 1450 pessoas.
Ainda em Taperoá, o governador entregou 170 mil alevinos e 40 tanques-rede para pequenos produtores. Também foram doadas 40 mil mudas de seringueira para a produção de borracha. “Nós apoiamos a agricultura familiar porque sabemos a importância que ela tem para a população, grande parte dos baianos vivem em pequenas propriedades e precisam de nosso apoio”, afirmou Wagner.
Dia de Campo
Considerados os maiores produtores de guaraná do Brasil, os agricultores de Taperoá participaram, nesta quarta-feira (25), do Dia de Campo do Guaraná. Com o apoio de técnicos da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), eles aprenderam a plantar, adubar, podar e colher o guaraná orgânico, que tem maior valor agregado. “Nós trouxemos conhecimento e informação para que a produção, que já é grande, fique ainda mais rentável e competitiva. O guaraná orgânico da Bahia já é o melhor do Brasil”, apontou o secretário de agricultura Roberto Muniz.
Para o agricultor Joseilton Rosário o dia de treinamento e capacitação serviu para tirar dúvidas e conhecer melhor os detalhes da produção orgânica. “Eu usava adubo químico e por isso vendia meu guaraná a R$ 8 o quilo, aqui aprendi a produzir adubo orgânico, com ele o meu guaraná passará a valer R$ 18 o quilo, é mais que o dobro”.
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