O presidente eleito do PT, José Eduardo Dutra, afirmou hoje (25) que o fato de o PMDB ter integrado a base de apoio do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) será minimizado na próxima campanha presidencial. Segundo ele, o tom da campanha será de comparação entre os feitos de Lula e os de Fernando Henrique.
Dutra enfatizou que o PT deve entrar na campanha “sem sapato alto” e conclamar a população a fazer a comparação entre os dois governos. “Vamos enfatizar os milhares de pessoas que saíram da miséria, que ascenderam socialmente no governo do presidente Lula. Vamos enfatizar que não tivemos que ficar de pires na mão diante do FMI [Fundo Monetário Internacional]”, afirmou o novo dirigente petista.
Para ele, além disso, a crise financeira internacional serviu para mostrar que a politica econômica implementada pelo presidente Lula não foi de continuidade em relação à política de Fernando Henrique, como afirmam os tucanos: “A crise mostrou que nosso governo foi diametralmente oposto ao de FHC.”
Dutra disse ainda que a eleição do próximo ano será um desafio, por ser a primeira campanha nacional na qual o PT não terá Luiz Inácio Lula da Silva como candidato. Dutra evitou fazer uma análise sobre possíveis cenários eleitorais, tendo os governadores de Minas Gerais, Aécio Neves, ou de São Paulo, José Serra, como adversários.
"Vai ser difícil a disputa, qualquer que seja o adversário. Não cabe a nós fazer análise de quem é mais difícil. O PSDB é que tem que escolher seu candidato. Não temos preferência”, afirmou.
Na opinião de Dutra, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, deve ficar no cargo até o início de abril, quando vence o prazo de desincompatibilizaçã o para quem vai disputar cargo público. “É lógico que a exposição que ela tem agora só garante que a população tenha conhecimento da ministra, e é claro que a população tem muito menos conhecimento de Dilma do que do Serra, que já disputou eleição presidencial. Mas a minha opinião pessoal é que ela deve ficar no cargo até o fim.”
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