O governador do DF, José Roberto Arruda (DEMos), segundo a Polícia Federal, foi pego com "boca na botija", no mensalão do DEM, um esquema de corrupção onde o governo do DF pagava empresas fornecedoras, e as empresas devolviam uma parte do pagamento à políticos que apoiam o governo, sob forma de propina.
Transcrições de gravação, mostram o próprio Arruda negociando divisão da propina.
Foi a operação caixa de pandora da Polícia Federal. Veja a reportagem:
Arruda nega, segundo a imprensa.
Mas... voltemos ao tempo em 2001, no episódio da violação do painel do Senado.
Arruda era tucano nesta época, e era o líder do governo FHC no Senado. Líderes articulam a votação da bancada governista. ACM (do PFL/DEMos) era o presidente do Senado.
Após ACM ter revelado, em ato falho, na frente do procurador Luiz Francisco de Souza, que tinha visto a listagem da cassação do ex-senador Luiz Estevão, o Ministério Público Federal abriu processo.
Funcionários do PRODASEN (Serviço de Informática do Senado) acabaram confessando que violaram o sistema para tirar uma listagem da votação secreta.
A diretora do PRODASEN, em depoimento, confessou que Arruda a havia convocado pessoalmente à sua casa, na noite de 20 de junho de 2000 (véspera da votação), para encomendar o "serviço", a pedido de ACM.
Após este depoimento, Arruda fez um inflamado discurso no plenário negando. Arrumou álibi para "provar" que não teria se encontrado com diretora do Senado na noite de 20 de junho de 2000, véspera da votação, para encomendar a listagem.
O álibi era uma declaração do jornalista Ricardo Noblat, afirmando ter jantado com Arruda no Piantella por volta das 22hs até a 1 hora do dia seguinte.
Arruda encerrou o dia se jactando nos bastidores: "Matei a pau".
No dia seguinte a versão da diretora do Senado foi confirmada, desmentindo Arruda. A diretora e o marido estiveram na casa de Arruda por volta entre 20 e 21 hs, depois Arruda foi à uma posse no TSE, saindo às 23hs, e depois das 23hs, teria ido ao jantar "por voltar das 22hs".
Arruda voltou ao plenário, e em novo discurso admitiu que seu discurso do dia anterior, onde havia "matado a pau", era mentira. Admitiu o encontro com a diretora do PRODASEN, a encomenda da listagem, e a violação do Painel.
No final das contas, chorou como políticos choram, e renunciou ao mandato para escapar da cassação.
Quantos dias vai durar a negativa de Arruda, desta vez?
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