O desemprego na Região Metropolitana de Salvador diminuiu pelo quinto mês consecutivo em outubro, passando de 19,4%, em setembro, para 18,7%. Esta é menor taxa de desemprego desde o início da série da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), em dezembro de 1996.
Segundo a pesquisa, realizada pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), Universidade Federal da Bahia (Ufba) e Fundação Seade, a queda do desemprego foi influenciada, principalmente, pelo crescimento da ocupação em 1,4%, um total de 21 mil postos de trabalho criados.
Com este resultado, pela primeira vez na história da pesquisa, a RMS alcançou mais de 1,5 milhão de trabalhadores ocupados. O contingente de desempregados foi estimado em 345 mil pessoas, 11 mil a menos que em setembro, pois a geração de ocupações - 21 mil - foi superior ao número de pessoas que ingressaram na População Economicamente Ativa - 10 mil.
Para o diretor-geral da SEI, Geraldo Reis, é surpreendente a capacidade de recuperação do mercado de trabalho na RMS após a maior crise internacional das últimas décadas. “Isso mostra que a recuperação da economia baiana é consistente, pois a oferta de vagas de trabalho ocorre, praticamente, em todos os setores da economia, inclusive na indústria, que foi o mais afetado”.
Setores
O desempenho positivo do nível de ocupação foi resultado do aumento dos postos de trabalho em quase todos os setores de atividade. Serviços, 13 mil, ou 1,5%, Indústria, seis mil, ou 5,3%, Construção Civil, três mil, ou 3,2%, e Comércio, um mil, ou 0,4%. O único setor em que houve diminuição no contingente de ocupados foi o agregado Outros Setores, que inclui Serviços Domésticos e Outras Atividades, com menos dois mil, ou -1,6%.
O Comércio vem apresentando crescimento por seis meses consecutivos. O setor tem sido impulsionado, principalmente, pela preservação do poder de compra das famílias. “No resultado anual, a perspectiva é que, em 2009, o setor tenha um melhor desempenho que em 2008”, diz o economista da PED/RMS, Luiz Chateaubriand.
Em relação à posição na ocupação, verificou-se um incremento do emprego assalariado em 20 mil postos, ou 2,1%. O setor privado teve uma expansão de 2%, com a incorporação de 15 mil indivíduos, e o público de 2,9%, seis mil pessoas. No setor privado foi registrado aumento de assalariados tanto com carteira de trabalho assinada - 1,8%, mais 11 mil trabalhadores celetistas -, quanto dos assalariados sem carteira - 2,9%, quatro mil indivíduos.
O número de autônomos cresceu em cinco mil ocupados, assim como o do agregado Outros, que inclui os Empregadores, os Trabalhadores Familiares, os Donos de Negócios Familiares etc., em dois mil, respectivamente. Somente o contingente de trabalhadores domésticos registrou redução de seis mil indivíduos.
De acordo com a equipe técnica da PED/RMS, pode-se verificar uma tendência de queda gradativa nos postos de trabalho do segmento de Serviços Domésticos na Região Metropolitana de Salvador desde 2008. Esta redução pode ser explicada por diversos fatores, como a mudança na composição etária da população, a alteração nos hábitos das pessoas, o crescimento real do salário mínimo, o crescimento das ocupações em outros setores de atividade mais valorizados, o que motiva a mudança dos profissionais de um segmento para outro.
O rendimento médio, em setembro, apresentou pequeno aumento para ocupados (0,4%) e relativa estabilidade para assalariados (-0,1%). Os valores desses rendimentos foram estimados em R$ 974 e R$ 1.076, respectivamente.
Desemprego diminui 8,3% nos últimos 12 meses
Na comparação entre outubro de 2009 e o mesmo período de 2008, apenas três regiões metropolitanas pesquisadas pela PED apresentaram queda no desemprego, sendo que Salvador registrou a maior redução na taxa (-8,3%), seguida pelo Distrito Federal (-5,6%) e Porto Alegre (-1,9%).
O contingente de desempregados diminuiu em 35 mil pessoas na RMS, como resultado da expansão do número de ocupados, mais 19 mil, e da redução da População Economicamente Ativa (PEA), menos 16 mil pessoas.
Os setores de atividade que mais influenciaram para a redução da taxa de desemprego foram Comércio, 26 mil, ou 11,6%, Serviços, 11 mil, ou 1,2%, e Construção Civil, seis mil, ou 6,5%. Por outro lado, houve redução no agregado Outros Setores, que inclui os Serviços Domésticos e Outras Atividades, com 14 mil, ou 9,9%, e na Indústria, 10 mil, ou 7,7%.
O contingente de trabalhadores assalariados aumentou 2,5%, 24 mil pessoas. O crescimento foi verificado tanto no setor privado, com a admissão de 20 mil indivíduos, quanto no setor público, que contratou seis mil pessoas. Neste período, observa-se o crescimento do emprego celetista (+33 mil) em detrimento da ocupação sem carteira assinada (-13 mil). O número de autônomos aumentou em 15 mil indivíduos, enquanto o de domésticos e o de agregado Outros reduziu em 12 mil e oito mil, respectivamente.
Em relação a setembro de 2008, o rendimento médio real diminuiu para a população ocupada (1,6%), assim como para a assalariada (1,1%).
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