A Estatua do Terror
Nem Celso Amorim, ministro brasileiro das Relações Exteriores e um dos mais ativos em sete anos para avançar a Rodada Doha, aguentou. Ele chegou às 10h30, deu entrevistas, foi cumprimentado por vários ministros no hall, entrou na sala de conferência por alguns minutos e resolveu voltar para a residência brasileira.
"Sinceramente, para ouvir dizer que é preciso ter mais reunião de altos funcionários, mais engajamento, aí não dá, né?", comentou, enquanto saía a pé, fazendo o que provavelmente a maioria dos presentes gostaria de ter feito.
Na conferência ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), que termina hoje(03/12), uma questão entre negociadores americanos, informalmente, tem sido como enterrar a Rodada Doha de maneira decente.
A conferência trouxe cerca de 100 ministros e centenas de assessores a Genebra, no que se pode qualificar da manifestação internacional mais inútil dos últimos tempos, porque todos se focam na pressão para os EUA voltarem à mesa de negociação de Doha, mas estes persistem na recusa.
O encontro termina em meio a uma enorme frustração tanto entre os países em desenvolvimento e pobres como no secretariado da OMC.
"Temos pronto o cenário para uma ministerial de verdade"
, comentou um alto funcionário.
"Tudo está aí, mas um país não quer ir adiante", disse referindo-se aos EUA.
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