quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

“O QUE É BOM PARA OS ESTADOS UNIDOS É BOM PARA O BRASIL”



Uma das primeiras decisões do governo do marechal Castello Branco, cumprindo o esquema traçado em Washington para o golpe de 1964 (implementado aqui pelo embaixador Lincoln Gordon e comandado pelo general Vernon Whalters) foi nomear um general udenista para o Ministério das Relações Exteriores, Juraci Magalhães. A tarefa era simples. Desmontar e sumir com qualquer vestígio de diplomatas lúcidos, inteligentes e defensores de uma política externa independente, cabe até a expressão brasileira, como vinha acontecendo no governo do presidente João Goulart.

E uma das primeiras falas de Juraci Magalhães foi mais ou menos como aquelas chamadas feitas em quartel. “recruta Magalhães? Sim senhor sargento, presente!” Juraci proclamou que “o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil.



Um jornal norte-americano divulga hoje que o presidente Barack Obama está descontente com a política externa do governo do presidente Lula. Obama esperava apoio para o golpe militar que seu “governo” patrocinou em Honduras, depondo o presidente constitucional Manuel Zelaya e ações concretas do Brasil contra governos que contrariam interesses norte-americanos, caso da Venezuela, da Bolívia e do Equador, mais explicitamente e de Cuba (Cuba é como se vivêssemos hoje a situação do herói celta Asterix, enfrentando as legiões de César).

Os EUA têm o controle acionário do empresariado brasileiro, do PSDB, do DEM e do tal partido socialista de Roberto Freire, o PPS, parte do PSB, comandam o latifúndio e o agronegócio, boa parte das forças armadas e Obama imaginava que chamando Lula de “o cara”, ai ser a maior moleza naquele negócio de servir cerveja na Cervejaria Casa Branca.

A princípio Lula até caiu na esparrela, mas num dado momento parece ter percebido que o tal “o cara” tinha um sentido diverso e para isso contribuiu, com certeza, a lucidez de Celso Amorim, de longe o maior chanceler da história de nossa diplomacia. Não tira o sapato como os chanceleres de FHC quando chegam no aeroporto em New York e aceitam ser revistados para que se saiba ao certo se são “terroristas” ou “confiáveis”.

Se carrega bomba nas meias. Assim como o DEM José Roberto Arruda, governador de Brasília e ex quase vice de José Jânio Serra, carrega dinheiro de propina.

Se os brasileiros não percebermos a enorme importância do nosso País para o imperialismo norte-americano, para o capitalismo, certamente seremos colônia de novo.

Interesses norte-americanos podem ser definidos como o controle total da economia no País, da política (tem um monte de deputados e senadores no bolso, assim tipo Eduardo Azeredo – começam comprando os mais baratos, depois vão aos mais caros – e de tudo que diga respeito a emascular qualquer perspectiva de desenvolvimento do Brasil, ou construção de um modelo político e econômico diverso desse que aí está.

Obtiveram avanços extraordinários no governo de FHC (empregado da Fundação Ford) com as privatizações (privatização igual apagão) e deitam olhos gulosos e colonizadores sobre o petróleo do pré-sal, a PETROBRAS, a região Amazônica e a chamada área da tríplice fronteira.




O sonho dourado de Obama era colocar bases militares no Brasil e a partir daí ter o controle de todo o esquema, de todos os negócios, melhor ainda se o próximo presidente for um tucano José Jânio Serra ou Aécio Pirlimpimpim Neves.

Aí é correr para o abraço e celebrar a conquista do campeonato.

Juiz para isso não falta, estão Gilmare Mendes e Cezar Peluzzo que não me deixam mentir. Marcam pênalti se preciso for tantas quantas vezes necessário for. E têm até bandeirinhas como Ellen Gracie para definir impedimentos inexistentes.

A política externa do governo Lula é um dos pontos altos do atual presidente. Lula que inventou o capitalismo a brasileira (definição de Ivan Pinheiro), parece estar buscando, neste final de governo, alguns acertos consigo mesmo, com sua história, ainda que insuficientes para resgatar os compromissos não cumpridos.

Mas, sem dúvidas, bem diferente, bota diferente nisso, no caráter principalmente, de FHC e sua quadrilha.

A era de que “o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil” acabou, pelo menos até o fim do governo Lula. Esse negócio de colocar um “sargento“ travestido de general no Itamaraty, Juraci Magalhães não existe mais.



O que de fato é bom para o Brasil é ruim para os EUA. Os EUA se sustentam numa economia falida e num poder militar único, capaz de destruir o mundo mais de cem vezes, com o qual sugam o sangue de nações como a nossa.

Ou vamos entender isso, ou breve, tudo igual a Barra da Tijuca. Pode ter certeza, o Morro do Alemão é melhor. Muito melhor, o pessoal lá é mais confiável.

E não tem aquele negócio de “quem quer bom dia diga eu”, para em seguida escolher a gravata do novo Superman, versão brasileira.

Está mais para doutor Silvana.

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