A mais nova dor de cabeça do PSDB tem nome, sobrenome, cargo importante e uma coleção de problemas. O nome é Leonel, o sobrenome é Pavan, o cargo é o de vice-governador de Santa Catarina e as atribulações são, além de um pedido de impeachment, denúncias de corrupção passiva, advocacia administrativa e quebra de sigilo funcional. No encalço de Leonel Pavan estão a Polícia Federal e o Ministério Público Estadual. Os federais flagraram, através de interceptação telefônica, uma conversa em um empresário comenta ter pago propina de R$ 100.000,00 a Pavan. Na verdade, são 51 diálogos nos quais se trama a concessão de facilidades para uma empresa. A meia centena de conversas telefônicas, de efeito político amplificado pelo vazamento na imprensa, é uma pedra nova no tabuleiro da sucessão catarinense e que reduz drasticamente as chances dos tucanos na disputa estadual de 2010 – a exemplo do que sucedeu após a devassa no Governo Yeda Crusius, no Rio Grande do Sul.
A via crucis de Pavan começou por um lance fortuito. A PF trabalhava na Operação Carga Pesada, rastreando uma quadrilha de policiais rodoviários federais e funcionários estaduais implicados em um golpe de sonegação fiscal por empresas transportadoras. Para sorte dos investigadores e azar de Pavan, o nome do vice apareceu citado em grampos telefônicos autorizados judicialmente. Foi necessário, então, abrir outra frente de averiguações e surgiu a Operação Transparência, ao cabo da qual o vice acabou indiciado pelos três crimes. Com ele foram indiciados os empresários Marcos Pegoraro e Eugênio Rosa da Silva, os diretores da Secretaria Estadual da Fazenda, Pedro Mendes e Anastásio Martins, o médico Armando Taranto Junior e a advogada Vanderléia Batista, ambos funcionários públicos estaduais.
Pegoraro e Silva representavam a Arrows Petróleo do Brasil. Suspeita de sonegação, com débitos fiscais, a Arrows fora inscrita na dívida ativa do Estado. E tivera revogada, pela Secretaria da Fazenda, a autorização para emitir notas fiscais eletrônicas. A Fazenda catarinense ainda abriu processo para cancelar a inscrição estadual da Arrows. Para reverter este quadro, os dois empresários aproximaram- se de Pavan, a quem teriam pago para solucionar a pendência. O vazamento do grampo nos jornais e blogs incendiou o cotidiano político de Santa Catarina.
De Ayrton Centeno
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário será avaliado pelo moderador, para que se possa ser divulgada. Palavras torpes, agressão moral e verbal, entre outras atitudes não serão aceitas.