sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Profissionais do radio e tv baianas podem entrar em greve à qualquer momento

Indignados com a proposta dos empresários de reajuste pela inflação, os radialistas – que responderam com força à convocação do sindicato na última Assembleia (26) – decidiram pela manutenção da proposta dos trabalhadores de reposição da inflação + 5% de ganho real + 5% de produtividade por entender que o momento é propício para conquistar melhores salários e condições de trabalho.

Na assembleia dos radialistas de terça-feira (26), à noite, os trabalhadores reconheceram que as empresas de comunicação vêm tendo alto faturamento, enquanto o patronato alega crise financeira no mercado de radiodifusão. Enquanto isso, o trabalhador é cada dia mais explorado. No interior, ele exerce várias funções simultâneas na empresa, recebendo migalhas como renda para compensar.

As emissoras fazem investimentos, novas tecnologias chegam ao mercado, os novos equipamentos surgem em grande quantidade. E ainda assim, o patronato alega crise. Para o coletivo chegou a hora de colocar o empresário na parede. Ninguém mais quer ouvir mentiras e conversa fiada, pois a hora é para ação. As propostas de paralisação fervilharam.

Descaso com os profissionais é muito grande

Enquanto um editor não-linear ganha pouco mais de R$ 2.000,00 por mês na tv Bahia, durante a novela das oito, a cada trinta segundos de comercial, a emissora recebe R$ 11.268, 00. E durante o Jornal Nacional um comercial de apenas trinta segundos custa R$ 11.553,00. Nesses trinta segundos, eles ganham o dinheiro necessário para pagar o salário de quase seis editores. Já pensou em quantos comerciais são exibidos todos os dias nessa emissora e de quanto deve ser o faturamento dela? E eles não tem dinheiro para aumentar o salário miserável dos funcionários que recebem um piso de R$ 845,00 em Salvador.

Estiveram presentes à segunda rodada de negociação dos radialistas com os patrões, que se realizou na última terça-feira (26), os dirigentes sindicais Everaldo Monteiro, Álvaro Assunção, Maurílio Pinheiro, a técnica do DIEESE Nádia Vieira e os advogados Otávio Freire e Edválter Souza.

O negociador do patronato, afirmou que eles não abririam mão, de maneira nenhuma, da vergonhosa proposta de reajuste pela inflação. Apesar de admitir que os trabalhadores estão mobilizados e que essa mobilização pode crescer, disse que as empresas estão dispostas ao enfrentamento, pois as categorias, na sua totalidade, não podem acompanhar o crescimento do salário mínimo.

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