terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Folha mostra preconceito com comunidade carente

Um texto asqueroso e fascista da Folha de José Serra (jornal Folha de São Paulo), insinua que uma comunidade de 80 mil moradores do Rio de Janeiro, que conquista melhorias com obras do PAC, não passa de um reduto de bandidos de facções criminosas.



Pior do que atacar a ministra Dilma Rousseff, com insinuações absurdas, é a ofensa e estigmatização dos 80 mil moradores, a grande maioria trabalhadores, crianças, donas de casa, que também são vítimas da criminalidade, justamente pela ausência de Estado nos governos anteriores.

O que sugere a Folha de José Serra?

Em vez de levar escola, postos de saúde, moradias decentes para a população honesta, e policiamento regular, o jornal quer que cerque o Complexo do Alemão com arame farpado e confine os moradores em um campo de concentração?

A polícia do Rio tem ocupado e levado segurança pública através das Unidades Pacificadoras em algumas comunidades menores e a uma grande, a Cidade de Deus. O comandante da polícia militar já deu declarações que chegará a vez do Complexo do Alemão, mas exige planejamento de longo prazo e estratégia para não produzir apenas carnificina.

Não é de hoje que a imprensa nativa gosta de estigmatizar os pobres, tratando-os com desdém ou, pior, como se fossem bandidos em potencial. Ou “bandidos até provem o contrário”, como parece dizer as manchetes que lemos diariamente nos jornais do Rio de Janeiro e de São Paulo, centros nevrálgicos da imprensa golpista.

A nota induz o leitor a pensar que o investimento de R$ 601 milhões do governo federal naquela favela é um desperdício. Pior: cita Dilma Rousseff fora de contexto, lembrando que foi no Complexo do Alemão que a ministra de Lula foi chamada de “mãe do PAC” pela primeira vez. Pela lógica da Folha, favela = antro de marginal, logo, investimento na qualidade de vida da favela = financiamento do crime.

O que os jornalistas não dizem, talvez porque nunca tenham conversado com um morador da favela ou porque sejam reacionários mesmo, é que as favelas são habitadas em sua maioria por trabalhadores, crianças, idosos e donas de casa que também são vítimas da criminalidade. Existe, nas favelas, uma vida social, há escolas, igrejas, clubes, organizações sócio-culturais. Tem gente morando nas favelas!

Quando insinua que o investimento do PAC no Complexo do Alemão é um golpe baixo para eleger Dilma, o que sugere a Folha de S. Paulo? Sugere que, em vez de postos de saúde, creches e moradias decentes para a população, o Estado deveria cercar a favela com arame farpado e confinar os moradores em um campo de concentração. É o que podemos deduzir, já que o texto não nos deixa uma terceira opção.

Enquanto isso, pesquisa do Vox Populi sobre as eleições presidenciais em Pernambuco informam que Dilma tem 45% das intenções de voto, contra 23% de Serra.

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