Um cerco da polícia civil de José Serra a acampamentos e assentamentos da Reforma Agrária na região de Iaras, no interior de São Paulo (região de Bauru), resultou, desde a última segunda-feira (25), na prisão de 9 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Entre os presos estão adversários políticos dos demo-tucanos na região: o ex-prefeito de Iaras, Edilson Grangeiro Xavier (PT), a vereadora Rose (Rosimeire Pan D'Arco de Almeida Serpa), também do PT, e o marido dela, Miguel da Luz Serpa.
Os mandados de busca, apreensão e prisão resultaram da ocupação promovida pelo MST no ano passado à fazenda Capim, que abrange os municípios de Iaras, Lençóis Paulista e Borebi.
Os sem terra denunciavam que a área, cuja posse é da União, vinha sendo utilizada ilegalmente há cinco anos pela Sucocítrico Cutrale para monocultura de laranja.
Forjar provas para criminalizar movimentos sociais
De acordo com relatos, além de prenderem militantes, os policiais cercaram casas e barracos, amedrontando as famílias, e também apreenderam pertences pessoais.
Os soldados também exigiram que os sem terras apresentassem notas fiscais e outros documentos. Na avaliação do integrante da Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares (Renap), Bruno de Oliveira Pregnolatto, que assessora as famílias, a polícia tenta, com isso, forjar provas contra os agricultores, induzindo que os objetos teriam sido roubados durante a ocupação às terras griladas pela Cutrale, no ano passado. "Eles querem produzir provas que não têm contra as famílias", acusa o advogado.
Para o integrante do MST, Delwek Matheus, o intuito é relacionar as atividades dos militantes do MST com ações criminosas, como roubo. "O objetivo é tentar criminalizar os militantes por meio de acusações de roubo. Querem associar ocupação a roubo".
Polícia de José Serra dá suporte político para grandes empresas na disputa por terras públicas
As prisões revelam, na avaliação de Matheus, também os instrumentos usados pelo agronegócio para manter seu domínio na região.
"Nessa disputa pelas terras públicas e pelo latifúndio na região, as empresas recorrem a meios como o Judiciário e a polícia", completa.
Segundo Pregnolatto, o esforço agora se concentra em libertar os sem terras presos.
"Vamos para lá [Fórum de Lençóis Paulistas, onde corre a ação] ter acesso aos processos e instrumentalizar os pedidos de habeas corpus no Tribunal de Justiça", afirma.
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