quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Arruda deu panetones para a Veja?
A capa da Veja da semana passada é uma prova grotesca da manipulação do jornalismo nativo. Decretada a prisão do único governador demo do país, a publicação da famíglia Civita preferiu dar capa para um assunto candente – “efeito sanfona”. Não dá nem para alegar que o estouro do escândalo de corrupção em Brasília, batizado de “panetonegate” , pegou a revista de surpresa. Ele veio a público no final de 2009. Mesmo a prisão, ocorrida na véspera do fechamento da edição, poderia ter sido o destaque da edição. Tanto que a revista deu uma chamadinha no alto da capa.
A opção editorial deste panfleto da direita pode ter vários motivos. O primeiro é que seria difícil explicar aos seus leitores porque a Veja bajulava tanto o governador do DF. Na edição 2121 de julho passado – não faz tanto tempo –, a revista abriu as suas “páginas amarelas” para uma longa entrevista com a nova “estrela” dos demos. O título: “Ele deu a volta por cima”. A chamada: “Depois de amargar uma imensa rejeição provocada por medidas de austeridade, o governador do Distrito Federal diz que é possível ser popular sem ceder às tentações do populismo”.
R$ 442 mil dos cofres públicos
O ex-líder no Senado de FHC, que renunciou ao mandato para não ser cassado no escândalo da violação do painel eletrônico, é apresentado como um “gestor moderno”, que “demitiu funcionários, pôs as contas em ordem, tirou camelôs das ruas, enfrentou grevistas e freou o processo histórico de invasão de terras públicas”. Tudo o que os leitores da publicação, na sua maioria da “classe mérdia”, adoram. Como seria, agora, explicar que o tal “gestor moderno” montou um poderoso esquema de corrupção e fisiologismo. É compreensível que a Veja não dê capa para Arruda!
Outra hipótese sobre o silêncio é ainda mais grave. Será que a Veja também foi presenteada com os famosos “panetones” de Arruda? Em junho passado, pouco antes da entrevista bajuladora, o governo do Distrito Federal garfou dos cofres públicos R$ 442 mil para a compra de exemplares da revista, sem qualquer licitação. Com o estouro do escândalo do “panetonegate’ , a Veja não teve mais como se fingir de morta e até produziu algumas matérias críticas, sempre na linha da “ética na política”. Mas ela evita atacar o “gestor moderno” ou fazer qualquer autocrítica.
Postado por Miro às 13:56 0 comentários Links para esta postagem
“Taxab” e o inferno astral demo-tucano
O inferno astral dos demos-tucanos parece não ter fim. Depois dos escândalos de corrupção no governo gaúcho de Yeda Crusius e da prisão do “vice-careca” José Roberto Arruda, agora foi a vez de Gilberto Kassab – também já batizado de “Taxab” pelos aumentos do imposto municipal (IPTU). Na semana passada, o juiz Aloísio Sérgio Resende, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, decretou a cassação do seu mandato de prefeito da capital. A punição não durou muito tempo. A Justiça Eleitoral suspendeu a medida. Mesmo assim, o ventilador já tinha sido ligado no esgoto.
O motivo alegado pelo juiz foi o de recebimento de doações irregulares na eleição de 2008. Entre as doadoras ilegais, a Associação Imobiliária Brasileira (AIB) e cinco concessionárias de serviços da prefeitura, como a Camargo Corrêa e a OAS. O comitê eleitoral do DEM declarou R$ 29,76 milhões em gastos na campanha, dos quais R$ 10 milhões foram considerados irregulares. Por mera coincidência, as empreiteiras que fizeram as doações já foram agraciadas em contratos que somam R$ 243 milhões – o equivalente a 12% dos investimentos da prefeitura no ano passado.
Doadores ganham contratos milionários
Juntas, as cinco construtoras doaram R$ 6,8 milhões para a reeleição de Kassab. No ano passado, elas ganharam contratos que superam este valor em 3.400%. Maior doadora, com R$ 3 milhões, a Camargo Corrêa foi a campeã em negócios: R$ 83,2 milhões. Já a AIB foi acusada de servir de fachada do Sindicato da Habitação, Secovi, o que é proibido legalmente de financiar campanhas. Ela doou R$ 2,7 milhões ao demo. Seu próprio presidente, Sérgio Ferrador, confessou à Justiça que a entidade gerenciava esquemas de financiamento, ocultando a identidade de ricos doadores.
O juiz Aloísio Sérgio considerou que a arrecadação de Kassab em 2008 ficou acima dos limites impostos pela lei, o que configura “abuso de poder econômico, que altera a vontade do eleitor”. Pelo mesmo motivo, ele já havia solicitado, no final de 2009, a cassação de 16 vereadores; outros estão na mira da Justiça. Apesar da punição do prefeito ter sido suspensa, a medida representou um duro baque para a oposição neoliberal-conserva dora. Tucanos e demos ficaram desesperados e temem os efeitos destrutivos nas eleições majoritárias e proporcionais de outubro próximo.
Missa de sétimo dia dos demos-tucanos
No caso do DEM, seu declínio já é dado como inevitável. Abatido, o jornal FSP (Força Serra Presidente) até já encomendou a “missa de sétimo dia dos democratas”, segundo artigo de opinião de Valdo Cruz. Para ele, o partido disputará a eleição “num cenário amplamente desfavorável” e “já foi eleito, inclusive, como um inimigo a ser varrido da política pelo presidente Lula. O petista não esconde de ninguém que, entre outros objetivos na eleição de 2010, está impedir a reeleição de boa parte dos senadores democratas, que infernizaram sua vida durante seus dois mandatos”.
Já no caso do PSDB, as denúncias contra badalados dirigentes da oposição de direita abalam os planos presidenciais José Serra. O demo Kassab é uma cria do governador tucano. Serra traiu o candidato do seu próprio partido para impor o apoio ao canino seguidor. Agora, os dois perdem pontos, definham. Ainda segundo a FSP, “se Serra perder a eleição, aí podem encomendar a missa de sétimo dia dos democratas”. Só faltou acrescentar, que a missa do tucano será realizada no mesmo dia e igreja. Com certeza, os barões da mídia estarão presentes e chorarão muito.
Postado por Miro às 09:12 0 comentários Links para esta postagem
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Serra quer “internar” o rejeitado FHC
A doentia vaidade de FHC, o rejeitado ex-presidente, não tem cura mesmo. Ou ele é rapidamente internado ou vai acabar enterrando de vez a candidatura do tucano José Serra. Pesquisas indicam que cada vez que ele abre a boca, o governador paulista perde alguns pontos nas pesquisas. Até a Folha de S.Paulo pede, em tom desesperado, que o “príncipe da Sorbonne” se finja de morto para não atrapalhar os planos da oposição neoliberal-conserva dora. Já José Serra foge como diabo da cruz de uma disputa sucessória baseada em comparações entre os governos FHC e Lula.
Mas não tem jeito. FHC não se contem. Em artigo no jornal O Globo, intitulado “Sem medo do passado”, ele voltou a fazer suas comparações desastradas. “Esqueceu-se [Lula] dos ganhos que a privatização do sistema Telebrás trouxe para o povo brasileiro”, jactou-se, esquecendo-se que o Procon registra recorde de queixa contra as operadoras privadas de telefonia. Ele ainda se gabou da privatização da Vale, exatamente na semana que esta empresa causou abalo na Bovespa. E, na maior caradura, esta marionete dos rentistas acusou Dilma Rousseff de ser manipulada por Lula.
“Fernando Henrique precisa de amigos”
Poucos dias depois, já nos EUA, o ex-presidente colonizado voltou a estrebuchar. Em entrevista ao jornal Miami Herald, controlado pela máfia cubana de extrema-direita, ele radicalizou os seus ataques – agravando a insônia do notívago José Serra. FHC rotulou a ministra de “autoritária” e “dogmática” e disse que “o coração da Dilma está mais para a esquerda”. O entrevistador Andres Oppenheimer, um fascista convicto que odeia Hugo Chávez, “o líder da corrente dos narcisistas- leninistas” , e que adora o presidente narcoterrorista Álvaro Uribe, quase foi ao orgasmo!
Diante de tantas besteiras, o jornalista Gilson Caroni sugeriu maior compreensão para com FHC. “Afinal, deve ser duro para quem esteve no poder durante oito anos, constatar que o resto do mundo político não reconhece sua importância.. . Somente os exércitos de colunistas destacados pelas famílias que controlam os meios de comunicação garantem a sua vida política vegetativa.. . As palavras do ex-presidente devem ser vistas como movimentos de descompressão da realidade. Quando, a partir da melancolia e solidão da maturidade, um ator político faz a volta à infância, o ridículo se apodera do cenário. Fernando Henrique precisa de amigos”, ironizou na Carta Maior.
Camisa de força para o ex-presidente
Sem ironias e, talvez, mais preocupado, Janio de Freitas, o colunista da Folha, também lamentou as recentes besteiras de FHC. No artigo intitulado “nos ombros de Serra”, ele alerta que a postura agressiva do ex-presidente somente prejudica a candidato tucano. “Por mais que Lula avisasse do seu desejo pelo confronto plebiscitário com o PSDB, ainda assim Fernando Henrique Cardoso, Sérgio Guerra, presidente do partido, e Tasso Jereissati caíram na esparrela – e quem vai pagar outra vez por idéias que nunca teve é José Serra”. Para ele, a disputa polarizada deixa “o governo Fernando Henrique sem condições reais de comparação” – ele perde em todos os quesitos.
A vida do presidenciável José Serra realmente não está fácil. O seu “vice-careca”, o governador José Roberto Arruda, passou o carnaval numa cela da Polícia Federal de Brasília. O outro vice, o governador mineiro Aécio Neves, preferiu tomar chá de sumiço. Seu capacho na capital paulista, o prefeito demo Gilberto Kassab, afundou nas enchentes e despenca nas pesquisas. O tal “choque de gestão” de José Serra coleciona apagões elétricos, mortes nas enchentes, recordes de violência e outros desgraceiras. E o patético FHC continua abrindo a boca. Que tal uma camisa de força?
De Altamiro Borges
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