quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

MENSALÃO DO DEM paga R$ 10,4 milhões a empresas de Paulo Octávio



O Distrito Federal pagou ao menos R$ 10,4 milhões para empresas do governador interino, Paulo Octávio (DEM), veicularem publicidade oficial. O valor se refere aos últimos três anos, quando ele já era vice de José Roberto Arruda (sem partido), hoje afastado e preso.
O levantamento da Folha mapeou as verbas distritais repassadas por agências de publicidade a empresas das Organizações Paulo Octávio -conglomerado de comunicação que inclui emissoras de rádio e TV.
Os valores se referem só aos contratos da administração direta -estão excluídas empresas públicas e fundações- e foram levantados no sistema de execução orçamentária do DF.
Dono de um complexo imobiliário em Brasília, além de shopping, concessionária de carros e hotel, Paulo Octávio também é proprietário da TV Brasília e das rádios JK, Voz do Cerrado, Gama e Principal.
Só em 2009, as empresas de comunicação do político receberam para fazer propaganda do governo R$ 5,2 milhões -valor 126% maior que o registrado no primeiro ano da gestão Arruda, R$ 2,3 milhões.
A reportagem não conseguiu levantar dados sobre publicidade anteriores a 2007.
A maior fatia do bolo publicitário foi repassada para a TV Brasília. Entre 2007 e 2009, a emissora ficou com R$ 3,3 milhões. Em seguida estão as rádios JK (R$ 2,3 milhões), Principal (R$ 2,1 milhões), Gama (R$ 1,6 milhão) e Voz do Cerrado (R$ 1,1 milhão).
Conforme revelou a Folha, o político omitiu na declaração de bens à Justiça Eleitoral sua participação societária nessa última emissora. Paulo Octávio alegou que, à época, a rádio não estava em funcionamento.
Embora repassada às empresas de comunicação pelas agências que venceram as licitações, as verbas eram distribuídas conforme critério da Secretaria de Comunicação do DF, então comandada por Weligton Moraes, preso na semana passada sob a acusação de tentar subornar uma testemunha do mensalão do DEM -motivo que também levou Arruda à prisão.
O governo do DF e o conglomerado de comunicação de Paulo Octávio afirmam que a distribuição da verba observa a audiência das emissoras.
No ano passado, o DF gastou com publicidade R$ 201 milhões -nessa conta, mais uma vez, estão excluídas empresas públicas e fundações. O jornal "Correio Braziliense" recebeu a maior parte dessa verba.
A contestada Lei Orgânica do DF, que será analisada pelo Supremo Tribunal Federal, nada diz se o político pode ter rádio e TV nem se há ilegalidade no repasse de verba a firmas de ocupante de cargo eletivo.
Acossado por quatro pedidos de impeachment na Câmara Legislativa, o interino é suspeito de receber propina do esquema de corrupção revelado pela Polícia Federal. Ele nega.

Do blog Por um Novo Brasil

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