segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

UM ANO DECISIVO PARA A AL



Finalmente começou o ano de 2010, período em que muitas águas vão rolar. Não precisa nenhuma bola de cristal para prever que o ex-presidente FHC vai voltar a destilar ódio contra a candidata Dilma Roussef, o que para ela é muito positivo, pois cada pronunciamento do príncipe sociólogo mais a agora candidata oficial do Partido dos Trabalhadores cresce nas pesquisas. FHC, que em oito anos de mandato revelou-se um entreguista de marca maior, vai reafirmar que Dilma “é uma pessoa dura, autoritária, dogmática e mais próxima da esquerda do que o Presidente Lula”, como disse para o jornal Miami Herald.
Cardoso, que ainda se julga o maior dos maiorais, deve elevar as mãos para os céus que está solto, porque se o país fosse outro, uma Argentina, uma Bolívia um México ou Peru, por exemplo, o ex-Presidente já estaria respondendo na Justiça pelo que fez em matéria de entregar a preço de banana estatais às empresas transnacionais. Carlos Menem e Gonzalo Sanchez de Losada, para não falar de Carlos Salinas de Gortari e Alberto Fujimori, respectivamente, ex-Presidentes da Argentina, Bolívia, México e Peru que o digam. Depois de deixarem o governo, tiveram de enfrentar ações na Justiça. Cardoso, lépido e faceiro, segue escrevendo em O Globo e Estado de S. Paulo defendendo o indefensável, ou seja, o que fez em seu governo.

Da Bolívia podem acontecer novidades surpreendentes, inclusive repicando no Brasil. É que o governo Evo Morales ordenou a abertura de todos os arquivos implacáveis das Forças Armadas dos anos de chumbo que atravessou o país vizinho. Não é nenhuma novidade que governos militares brasileiros, de Costa e Silva e Médici, passando por Ernesto Geisel e até mesmo João Figueiredo, incentivaram golpes de estado que provocaram numerosas violações dos direitos humanos e mortes. Os governos militares destas bandas têm culpa no cartório também e os arquivos podem trazer novidades que mostrarão como a direita tupiniquim, cujos remanescentes hoje destilam ódio em sites com os nomes mais estranhos, ajudaram a extrema direita boliviana a ocupar o poder.

Lamentavelmente, e isso é história, os governos de fato aqui do Brasil deram força até a golpistas vinculados ao narcotráfico, como o general meliante Garcia Meza. E tudo isso depois do golpe que derrubou o Presidente chileno Salvador Allende, em que civis e militares brasileiros desempenharam papéis relevantes na quebra constitucional. O então vendedor de armas Aristóteles Drumond que o diga.

Conhecer a história é também importante no sentido de se evitar que os lamentáveis fatos daquela época voltem a ocorrer. É o mínimo que se exige para que avance o processo democrático.

Ainda pelas bandas de Nuestra América, informes da Colômbia, raramente divulgados pela mídia hegemônica, dão conta que mães de jovens assassinados pelo Exército estão denunciando “encenações midiáticas”. Ou seja, as Mães de Soacha, e outras tantas que tiveram os filhos desaparecidos, possivelmente mortos em circunstâncias criminosas, estão tentando encontrar pelo menos os restos dos jovens.

Elas acusam o Exército colombiano de responsabilidade em crimes do Estado, os quais remetem às “encenações macabras” que denominaram de “falsos positivos”. Os jovens mortos são apresentados aos colombianos como guerrilheiros mortos em combate, segundo as mães de Soacha. A ONU contabilizou um total de 1.800 jovens, mas o número pode ser muito maior. Os jovens são recrutados com promessas de trabalho, o que não se concretiza. As mães denunciam ainda que há também o método em que os filhos são recrutados á força pelos militares e mesmo paramilitares, mas quando opõem algum tipo de resistência são sumariamente executados. Na etapa seguinte, são apresentados em espetáculos de televisão como combatentes das Farc. Os corpos, ainda com trajes de guerrilheiros, são mostrados em close nos telejornais.

É preciso que a opinião pública da Colômbia e latino-americana exija que uma comissão internacional investigue as denúncias. Não se pode deixar que o caso fique apenas caia no esquecimento. E não se pode também confiar que o governo acusado, como o de Álvaro Uribe, seja o responsável pelas investigações.

Se nada disso acontecer, a omissão e o silêncio poderão servir à guerrilha, cujos comandantes aproveitarão o embalo para mostrar como denúncias de mães colombianas não são levadas a sério.

Ao término deste artigo veio a notícia da Colômbia que no país foi encontrada a maior fossa comum até hoje localizada no continente americano. Foram achados, em Macarena, no Departamento de Meta, pelo menos dois mil corpos A mídia conservadora, para variar, silenciou sobre o fato e também não informou que naquela região o Exército esteve fazendo várias incursões.

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