domingo, 5 de julho de 2015

Verônica Serra, Mercado Livre e a punição para quem fez adesivo misógino contra Dilma

Secretaria de Política para as Mulheres também quer proibir a venda do material, anunciado no Mercado Livre em junho.
O governo Dilma Rousseff (PT) solicitou investigações para punir quem produziu o adesivo que simula a presidente de pernas abertas, anunciado no Mercado Livre no final do mês passado, e diligências para proibir a comercialização do material.
A Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM/PR) informou na quinta-feira, dia 2/7, que a titular da pasta, Eleonora Menicucci, solicitou na quarta-feira, dia 1º/2, que o Ministério Público Federal, a Advocacia Geral da União e o Ministério da Justiça investiguem “quem produz, divulga e comercializa adesivos para carros lesivos aos direitos e garantias das mulheres e, em especial, da Presidenta da República.”
A secretaria informa ter recebido “dezenas de denúncias” sobre “a comercialização, em uma página de compras na internet, de material com a violenta deturpação da imagem da Presidenta Dilma Rousseff”, numa referência ao anúncio disponibilizado no Mercado Livre.
O adesivo, de 60 por 40 cm, foi produzido para ser utilizado em veículos para que, no momento do abastecimento, a pistola de combustível seja introduzida na vagina da imagem que simula a presidente. Após receber denúncia de um usuário, o Mercado Livre finalizou a venda, com a justificativa de que o material poderia configurar crime de injúria. Segundo o sistema, quatro vendas formam concretizadas.
Segundo dados do Mercado Livre, o vendedor responsável pelo anúncio, identificado como Raisa Siqueira, é de Recife e opera no site há cinco anos.
“Recebi as denúncias com muita indignação. É intolerável o material que violenta a imagem da Presidenta Dilma. Ele fere a Constituição ao desrespeitar a dignidade de uma cidadã brasileira e da instituição que ela representa, para a qual foi eleita e reeleita democraticamente”, destacou Eleonora, em nota.
***Veronica_Mercado_Livre01
Acionista do Mercado Livre, filha de Serra é citada no caso dos adesivos de Dilma
O nome de Verônica Serra acabou aparecendo nas redes sociais em torno dos adesivos pornográficos de Dilma. O motivo é que ela é sócia do Mercado Livre, o site em que os adesivos estavam sendo vendidos.
O Mercado Livre, como mostra a Wikipédia, é um dos campeões de queixas de consumidores no site Reclame Aqui, no qual aparece como “não recomendado”.
A nota dos usuários, de 0 a 10, é de 1,6. Quase 80% dos usuários disseram, no reclame aqui, que não voltariam a fazer negócio lá.
Num período de seis meses, houve mais de 7 mil reclamações – sem que uma única delas tivesse sido atendida.
Na Justiça, por tudo isso, são inúmeros os processos contra o Mercado Livre.
Segundo a Wikipédia, em ações judiciais “raramente o Mercado Livre é absolvido”, embora em seus termos e condições estar escrito que a empresa não se responsabiliza pelas negociações.
“A Justiça tem entendido que quando a empresa cobra do vendedor uma comissão pelo anúncio e intermedeia com regras as negociações, ela é responsável também pelos negócios realizados”, diz a Wikipédia.
A venda dos adesivos de Dilma enquadra-se dentro dessa lógica de corresponsabilidade.
Para a acionista Verônica Serra, a situação é especialmente embaraçosa, dada a virulência com que seu pai tem investido contra Dilma.
É difícil acreditar que ela tenha tido qualquer papel na autorização da venda dos adesivos, já tirados do ar.
Mas ainda mais difícil é crer que qualquer produto ofensivo a seu pai fosse vendido como aconteceu com os adesivos de Dilma.

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