terça-feira, 6 de outubro de 2009

PMDB sinaliza para base que Lula ajudará no palanque de 2010

líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), deixa claro que o partido, integrante da base governista, contará com a força eleitoral do presidente Lula para ter um bom desempenho nas eleições de 2010.
"O PMDB participa ativamente do governo Lula. O governo é aprovado pela população brasileira. A sinalização para a base do PMDB que nós estaremos com o presidente Lula no palanque, com a ministra Dilma, vai ajudar a composição, vai eliminar muitas intransigências de parte à parte", afirma o deputado.
Henrique Eduardo Alves receberá a cúpula do PMDB em sua casa para um jantar nesta terça-feira, 6. Estarão presentes os ministros Hélio Costa e Geddel Vieria Lima, os senadores Renan Calheiros, Romero Jucá, José Sarney e, o principal convidado, deputado Michel Temer.
O presidente da Câmara dos Deputados é, segundo Alves, o "nome natural" para vice-presidente na chapa da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Firmando um "pré-compromiso" entre PT e PMDB, o parlamentar potiguar espera "traduzir" o discurso nacional para os Estados e diminuir as resistências ao projeto Dilma-Temer, calcando a força de Lula como argumento.

Terra Magazine - O senador Romero Jucá (PMDB-RR) diz que o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), é o candidato a vice-presidente do PMDB e ponto. O senhor concorda?

Henrique Eduardo Alves - É o nome natural, quem vai decidir é a convenção. Mas é o nome mais forte hoje. Esse jantar de amanhã é para definir alguns critérios, uma estratégia, uma conversa que teremos com o presidente Lula, com o PT. Nós vamos estabelecer um pré-compromisso PT-PMDB, ministra Dilma presidente e vice do PMDB. Vamos deixando maturando, mas o nome mais forte, indiscutivelmente, até porque é o presidente nacional do PMDB, é o Michel Temer, realmente.

Qual estratégia o PMDB vai adotar?

É natural (a aliança), nós somos do governo. O PMDB participa ativamente do governo Lula, comanda seis ministérios importantes, tem uma relação do PMDB com o governo Lula muito boa. O governo é aprovado pela população brasileira e nós esperamos que continue avançando, melhorando. É natural, é ético, é coerente que o partido esteja no palanque do presidente Lula. Como é o maior partido da base aliada, é natural que a segunda posição na chapa inicial seja do PMDB. É o maior partido do Brasil, com maior capilaridade: governadores, deputados, senadores, prefeitos, tudo do PMDB. É natural que a posição (de vice) seja do PMDB. A gente vai estabelecer desde já um pré-compromisso, até para ajudar as composições estaduais, que são o grande patrimônio do PMDB. A questão dos Estados, na hora em que estiver esse pré-compromisso nacional, será muito mais respeitada, de mais fácil condução. Sinalizar para a base do PMDB que nós estaremos com o presidente Lula no palanque, com a ministra Dilma, vai ajudar a composição, vai eliminar muitas intransigências de parte à parte. É uma coisa importante de acontecer.

Como andam as negociações nos Estados?

Nós temos muito problemas. Por razões simples: PT e PMDB são os dois maiores partidos nacionais. Se você deixar a coisa solta, cada um tem vinte candidatos a governador. O PSDB deve ter 5 ou 6, o DEM 4 ou 5, ou menos, bem menos. Os grandes partidos nacionais, com capilaridade e força estaduais, são o PT e o PMDB. Se você deixar a coisa frouxa, o PMDB tem 22 candidatos a governo... Batendo cabeça em todos os Estados para termos um projeto nacional comum. A partir daí vamos ver os problema, como a gente pode compor, conciliar, onde for possível estabelecer um segundo palanque para a ministra Dilma, mas com a sinalização de que a ficha do PMDB, portanto, será respeitada para a isenção da campanha nacional.
Na Bahia, ela terá palanque com o Jaques Wagner (PT) e com o Geddel Vieira Lima (PMDB). Na hora que nós tivermos uma chapa nacional PT-PMDB, essa questão da Bahia vai ser muito respeitada, compreendida. Uma campanha isenta em relação à questão estadual. Vamos ver cada caso. Vai ajudar muito para a compreensão em cada estado.

Muitos problemas quais? Como está no Rio Grande do Norte?

Aqui está bem, aqui vamos com Dilma, não tem nenhum problema, vamos integrados. Inclusive estou levando o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) para uma conversa com o presidente Lula para consolidar, externar esse apoio do PMDB, porque é natural, naturalíssimo. O estranho era o contrário, ele está no governo participando, seria fazer oposição ao governo que nós somos, isso sim seria incoerente. Aqui é tranqüilo, o palanque da Dilma é muito forte, e agora vamos ver o discurso estadual que traduz o discurso nacional para cá. Aí e outra realidade, nós vamos tentar costurar.

Onde está difícil?

Está dificil em Minas Gerais, onde o prefeito Pimentel é candidato e tem o Helio Costa que também é candidato. Está difícil no Pará onde a governadora Ana Júlia se desentendeu com o Jader Barbalho. Tem a Bahia, onde já estão acertados dois palanques para a ministra Dilma, se tudo correr bem. Tem o Mato Grosso do Sul, tem outro problema também. São 5 ou 6 casos, mas que poderão ser bem conduzidos e a sinalização nacional vai poder ajudar nisso.

O desempenho da candidatura Dilma está menos saliente nas pesquisas que o do deputado Ciro Gomes (PSB). Como o senhor enxerga essa questão?

A ministra Dilma atravessou um momento difícil, nós sabemos, aquele embate com a Lina Vieira, da Receita, uma coisa desnecessária, desgastante. Fizeram daquilo um episódio político-eleitoral. Teve a questão do Senado, presidente Sarney, a mídia estourou negativamente nisso. Teve a doença dela, teve que se tratar, passou um bom tempo com muitos cuidados médicos. Isso foi um momento difícil que ela já superou, graças a Deus. A partir de agora, ela vai crescer, vai se envolver mais em questões políticas, vai encontrar tempo para isso. Tem tudo para crescer, somos muito confiantes na candidatura dela. A do ministro Ciro vamos aguardar a conversa que ele vai ter com o presidente Lula, o acerto com o PSB, esperar janeiro, fevereiro, para analisarem o que ele vai fazer. Já transferiu título para São Paulo, um dado novo, importante. Mas eu acho que à época, o PSB, por ser muito próximo do presidente lula, o Eduardo Campos, governador de Pernambuco, vamos ver o que é melhor, uma ou duas candidaturas. Vamos é cuidar do PMDB.

O senhor acredita que a candidatura da ministra Dilma irá de fato decolar?

Melhorou a situação do país, a economia crescendo a olhos vistos, geração de renda. A ministra Dilma tem tudo para se apresentar como interlocutora de um governo que fez e poderá fazer muito mais, tem tudo para ganhar a eleição.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário será avaliado pelo moderador, para que se possa ser divulgada. Palavras torpes, agressão moral e verbal, entre outras atitudes não serão aceitas.