terça-feira, 6 de outubro de 2009

PT quer candidato em SP; líder "está com Lula" e espera Ciro


Cândido Vaccarezza (SP), líder petista na Câmara dos Deputados

O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) é o favorito de Lula para o governo de São Paulo. Em reunião, o PT do Estado indicou interesse em candidatura própria, defendido também pela ex-prefeita da capital, Marta Suplicy (SP). O líder do partido na Câmara, Cândido Vaccarezza, nega que tenham decidido algo e afirma: "Estou com Lula, a minha posição é a mesma que a do presidente", diz .
- De preferência que esse nome seja do PT, não obrigatoriamente. Acho ainda que o melhor nome ao governo é o prefeito Emídio de Souza, de Osasco - contemporiza.
Na reunião, Vaccarezza e o deputado federal José Genoino defenderam que o partido espere o deputado cearense decidir se concorre ou não à presidência. O que, segundo o líder, não impede que o PT construa sua candidatura para "oferecer aos aliados como uma opção à candidatura do governo do Estado".
- Não há nenhuma rejeição ao nome de Ciro - garante Vaccarezza.
O grupo favorável à candidatura própria defendeu que, caso Ciro se lance à presidência, ele pode ajudar a ministra Dilma Rousseff, "único candidato definido até agora", diz Vaccarezza que acha o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), "um nome melhor do que bom" para vice de sua presidenciável.
Leia abaixo a entrevista:

Terra Magazine
- Deputado, o senhor acredita ser preciso uma candidatura própria do PT em São Paulo?

Cândido Vaccarezza - Isso é a opinião de alguns. Ontem não teve nenhuma decisão diferente do que já havia sido decidido em fevereiro pelo diretório regional. Não houve nenhuma votação. Foi um debate político. A minha percepção é que o PT quer definir um ou alguns candidatos para oferecer para os partidos aliados como opção à candidatura do governo do Estado. O PSB também ainda não decidiu, apesar de o Ciro dizer que quer ser candidato a presidente, seu partido o quer como governador. O PDT tem colocado o nome do Hélio. Nós vamos sentar e discutir qual é o melhor nome que unifique a frente, seja ele do PSB, PT, PDT e acho que se o PMDB vier para a frente, até do PMDB.

O senhor, então, é a favor de aguardar essa frente para decidirem um candidato em conjunto, sem bater o martelo por um nome petista?

Eu estou com o Lula. A minha posição é a mesma que a do presidente. De preferência que esse nome seja do PT, não obrigatoriamente. Acho ainda que o melhor nome ao governo é o prefeito Emídio de Souza, de Osasco.
É majoritária essa posição de que o PT deve ter um candidato da legenda?

Majoritária e minoritária veremos na hora do voto. A minha dissertação é de que o PT quer, por maioria, um candidato da legenda. Mas não é majoritária a ideia de que o PT deve obrigatoriamente ter um candidato próprio. Eu quero que esse candidato seja do PT, mas não obrigatoriamente isso precisa acontecer, isso não será motivo para rompermos com a frente. Tanto é que o PT abriu a fase de inscrição e não a fechou, quem quiser ser candidato do PT pode se inscrever a partir de novembro e ainda não definiu o prazo de encerramento dessa inscrição.

O que move esse anseio do PT em ter um nome próprio?

Esse anseio foi decidido em fevereiro, antes de Ciro ser candidato. Primeiro, eu acho que não há nenhuma rejeição ao nome de Ciro, mesmo porque as pessoas que falaram em candidatura própria da legenda defenderam que Ciro deveria ser vice-presidente. Mas com Ciro, não dá.

O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) transferiu o título a pedido do presidente Lula.

Isso mesmo.

Essa vontade do PT paulista de ter um candidato da legenda não gera uma indisposição com o presidente Lula, que apoia o Ciro?

Não, nenhuma. Nenhuma. Veja, eu tenho afinidade completa com a visão do presidente Lula. Se fecharmos que vai ser o Ciro, será o Ciro. Não estamos na fase de bater o martelo sobre quem será o candidato. Candidato definido até agora só tem a Dilma. Eu acho que, além de Wagner, Ana Júlia e Tarso Genro, pra valer mesmo só temos a Dilma.
O que o senhor acha, então do nome de Temer para a vice-presidência?

Um bom nome. Melhor do que bom. Primeiro porque a relação tem que ser partidária. O PT indicou o presidente, a Dilma, então não tem que se meter para decidir quem será o vice. Podemos opinar, mas se o PMDB vier para o acordo político conosco e formar a frente com o partido inteiro para apoiar a Dilma, porque não aceitar o Temer. Ele é presidente da Câmara, uma figura ilibada, sem problemas, representa o PMDB há muito tempo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário será avaliado pelo moderador, para que se possa ser divulgada. Palavras torpes, agressão moral e verbal, entre outras atitudes não serão aceitas.