quarta-feira, 25 de novembro de 2009

José Serra finge que não vê. Kassab faz vistas grossas, e empresa da merenda usa notas frias

Uma rede de empresas fantasmas, laranjas e notas fiscais frias envolve uma das maiores fornecedoras de merenda escolar e refeições prontas do País, a Geraldo J. Coan & Ltda. O imóvel onde deveria funcionar representante da Coan abriga, na verdade, igreja evangélica. Dados bancários indicam depósitos periódicos da Coan a empresas fantasmas. Tudo confirmado pelo Ministério Público Estadual, (SP) a tal ponto que a empresa se viu obrigada a admitir sonegação fiscal. Promotores, no entanto, desconfiam que o esquema tinha outra serventia: disfarçar o pagamento de propina a autoridades municipais do Estado paulista.
Presente em 16 Estados, a Coan tem desde 2006 contrato com a Prefeitura. de S.Paulo Na gestão de Gilberto Kassab (DEM), fornece fornecer merenda a unidades de ensino . O MPE acusa ela e outras nove empresas de formarem cartel para fraudar licitações e corromper agentes públicos. Promotores entraram com ação para impedir que elas participassem de novos pregões, mas a Justiça negou o pedido.
A investigação das atividades da Coan começou em 2008, quando denúncia levou a polícia a abrir inquérito. O informante também procurou o jornal o Estado de SP: trazia nomes, endereços e documentos, que, segundo ele, levariam à descoberta do esquema de fraude na gestão Kassab e José Serra. A reportagem do JT confirmou de que duas empresas seriam fantasmas: a Carsena Representação Comercial e a CJM - Representação Comercial de Gêneros Alimentícios e Refeições Prontas. Seus endereços na Junta Comercial eram frios.
À época, o MPE já investigava a Coan e as demais fornecedoras de merenda da capital. E descobriu, por exemplo, que a CJM havia mudado do endereço falso na R. Barão de Itapetininga, no centro de São Paulo, para outro lugar inexistente em Belo Horizonte.
O acesso a papéis da Coan confirmou denúncia de que ela fazia pagamentos a empresas que nada lhe forneciam. Entre setembro e dezembro de 2007, R$ 900 mil entraram nas contas da Carsena. Para se defender, o empresário Geraldo João Coan apresentou declaração em que assume que CJM e Carsena foram “utilizadas em transações que não correspondiam à efetiva prestação de serviço”. Ele alega que o objetivo era diminuir a base tributável do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.
Além da Prefeitura, a Coan atua em mais 20 municípios paulistas, hospitais e presídios do Estado.

CRONOLOGIA

FEVEREIRO

O Ministério Público anuncia investigação sobre fornecedoras de merenda da rede municipal.

JULHO

A Prefeitura faz nova licitação para fornecimento de merenda. Oito dos 14 lotes ficam nas mãos das empresas sob suspeita de corrupção.

AGOSTO

MP propõe ação contra terceirização, mas Justiça nega pedido.
José Serra, o governador tucano, não fala sobre o assunto.
Kassab, o prefeito do DEM, desconversa. E a máfia da merenda está impune lesando o cofre público.

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