domingo, 22 de novembro de 2009

Magela: “Coalizão de Lula não pode enfraquecer PT”

O deputado Geraldo Magela (PT-DF) diz que as alianças feitas pelo governo Lula não podem comprometer o partido. Na carta de apresentação de sua candidatura, os apoiadores de Magela dizem que a legenda precisa resgatar compromissos históricos da esquerda brasileira.
“Magela é candidato a Presidente do PT porque entende a necessidade do partido estar em consonância com as tarefas históricas impostas a esquerda brasileira. A política de coalizão, que se revela necessária para a governabilidade e sustentação do nosso projeto Nacional, não
pode levar ao enfraquecimento do principal partido popular deste país. É entre estas duas questões fundamentais que se concentrará o embasamento político de sua candidatura.” O texto que apresenta a candidatura de Magela inicia-se com a transcrição de uma poesia do poeta chileno Pablo Neruda, “O monte e o rio”. Os versos de Neruda são uma espécie de chamamento pelo engajamento à luta pelo povo: “Teu povo abandonado entre o monte e o rio,/Com dores e com fome, não quer lutar sozinho./Te está esperando, amigo”.
Ex-secretário e tesoureiro do PT, Magela faz parte do Movimento PT, tendência que reúne o ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia (SP) e os deputados Virgílio Guimarães (MG) e Maria do Rosário (RS). Deputado em segundo mandato, é relator da proposta orçamentária no Congresso.

Apresentação do candidato Geraldo Magela

Inscrição da Candidatura de Geraldo Magela para Presidente do Diretório Nacional PT

O monte e o rio
Na minha pátria tem um monte.
Na minha pátria tem um rio.
Vem comigo.
A noite sobe o monte.
A fome desce o rio.
Vem comigo.
E quem são os que sofrem?
Não sei, porém são meus.
Vem comigo.
Não sei porém me chamam e nem dizem
‘sofremos’.
Vem comigo.
E me dizem: ‘teu povo abandonado entre o
monte e o rio,
Com dores e com fome, não quer lutar sozinho,
te está esperando amigo’.
Ó tu, a quem eu amo, pequena, grão vermelho
de trigo, a luta será bela, a luta será dura, mas
tu virá comigo.

Pablo Neruda, em “O monte e o rio” 6ª edição de “Os versos do Capitão” - 2003. Poeta e dirigente do Partido Comunista Chileno (1904 – 1973)

Magela para Presidente Nacional do PT

Geraldo Magela Pereira é deputado federal, eleito pelo Partido dos Trabalhadores do Distrito Federal. Nascido em Patos de Minas (MG), em 26 de dezembro de 1956. Tal como muitos brasileiros e brasileiras, ingressou no mundo do trabalho ainda muito jovem. Com apenas 10 anos passou a contribuir no sustento de casa.
Dentre outras atividades, foi aprendiz de sapateiro, entregador de pão, engraxate e auxiliar de escritório. O falecimento do pai, nessa época, e a necessidade de buscar seu próprio sustento despertaram em Magela uma prematura capacidade de liderança. Ele lutou e conseguiu conciliar as responsabilidades com os estudos e, em 1976, foi aprovado no concurso do Banco do Brasil.
No final da década de 70, Magela foi transferido para Brasília e como bancário, se engajou na luta pelos direitos da categoria, envolveu-se com o movimento sindical e anos depois participou da fundação da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Membro-fundador do Partido dos Trabalhadores, atuava tanto no front sindical quanto na organização e consolidação dos ideais levantados pelo PT. Passo a passo, Magela acompanhou todas as etapas do desenvolvimento do partido, sempre contribuindo como dirigente partidário ou concorrendo a cargos públicos.
Magela é um organizador nato das massas. Sua dedicação e relação direta com as causas sociais lhe conferiram grande representatividade dentro e fora do PT. Logo, seu nome passou a ser uma referência para os companheiros de diversas organizações sociais. A seriedade e capacidade de trabalho fizeram de Geraldo Magela um dos quadros mais importantes do PT Nacional. Entre as muitas funções que já desempenhou no partido, Magela foi tesoureiro e secretário geral da Executiva Nacional do PT, presidente do PT no Distrito Federal e líder da bancada do partido no parlamento Distrital.
Em 1990, quando ocorreu a primeira eleição no Distrito Federal para a Câmara Legislativa e Federal, entre os representantes do povo brasiliense estava Geraldo Magela. Encorajador do desenvolvimento da política brasiliense, fortemente influenciada pelos desmandos da elite local, fez parte do grupo de deputados distritais que criou a Lei Orgânica do DF, registro que contém a marca de sua competência em vários aspectos.
Em 1994, foi novamente eleito Deputado Distrital, desta vez com mais de 13 mil votos. Entre 95 e 96, foi presidente da Câmara e, por um curto período, assumiu o governo interinamente. Em 97, licenciou-se para ser nomeado Secretário de Habitação do Governo de Cristovam Buarque. Como presidente do poder público legislativo distrital, abriu as portas Câmara para a comunidade, promoveu sessões externas em várias regiões administrativas, criou programas
de participação popular e, além disso, aprovou o Código de Ética e Decoro Parlamentar. Enfim, teve papel decisivo no processo de democratização do parlamento local.
Foi eleito deputado federal, em 1998, pela primeira vez, com mais de 55 mil votos. Em seu primeiro discurso, Magela propôs o fim da imunidade parlamentar. Também propôs o voto facultativo e aprovou a emenda que proíbe os cartórios de cobrarem pela emissão de certidões de nascimento e óbito. Foi vice-líder do PT na Câmara dos Deputados, fundador da UNALE - União Nacional dos Legislativos Estaduais e presidente da COPA - Confederação Parlamentar das Américas. Sua dedicação e compromisso com o mandato, que lhe foi concedido pelos eleitores do Distrito Federal, fez com que se destacasse na Câmara dos Deputados, sendo apontado em três pesquisas diferentes (DataFolha, Jornal Valor e Diap) como um dos cem líderes do Congresso Nacional por dois anos consecutivos.
Em 2002, disputou o GDF e enfrentou as velhas oligarquias locais e as elites políticas da capital. A eleição daquele ano ficou na memória do DF e do Brasil. Urnas fraudadas e crimes eleitorais de quase todos os tipos foram as armas de seu adversário para evitar que o petista
Geraldo Magela, uma das maiores lideranças populares que o Distrito Federal já conheceu, comandasse um governo identificado com as demandas populares da capital do país. Mesmo fazendo uso de tantos recursos escusos, a diferença entre os dois candidatos não ultrapassou 1% dos votos válidos e, até hoje, persiste a dúvida quanto aos métodos utilizados pelo adversário de Magela no processo eleitoral.
Entre 2002 e 2006, Magela empenhou-se na organização do PT regional e nos debates que sucederam-se no PT Nacional acerca da primeira experiência da esquerda frente ao governo do país. Nessa época, ajudou a fundar e consolidar o Movimento PT, tendência interna do partido que hoje está presente em 23 estados do Brasil.
Na condição de uma das principais lideranças deste grupo, agiu sempre na defesa do legado do partido para a democracia brasileira, no empenho de reerguer o partido após os episódios de 2005, ano em que foi um dos coordenadores da campanha de Maria do Rosário para Presidência do PT Nacional.
Em 2006, o PT não podia prescindir de Magela no pleito que marcaria a reeleição do Presidente Lula. Foi então que, levado pela militância que sempre o acompanha, Magela foi novamente eleito para a Câmara dos Deputados com mais de 87 mil votos.
Em 2008, coordenou a bancada do Distrito Federal no Congresso Nacional. Em 2009, Magela foi nomeado relator-geral da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO). Ou seja, ele tem a responsabilidade de fazer as previsões para o orçamento de 2010. Além disso, assumiu, também neste ano, a presidência da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Cultura no Congresso Nacional. Magela é ainda membro titular da Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJ) e membro suplente da Comissão de Finanças e Tributação (CFT).
Magela é candidato a Presidente do PT porque entende a necessidade do partido estar em consonância com as tarefas históricas impostas a esquerda brasileira. A política de coalizão, que se revela necessária para a governabilidade e sustentação do nosso projeto Nacional, não
pode levar ao enfraquecimento do principal partido popular deste país. É entre estas duas questões fundamentais que se concentrará o embasamento político de sua candidatura.”

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