segunda-feira, 31 de maio de 2010

Kátia Abreu recebe 25 vezes mais dinheiro do Governo do que o MST

Em dezembro de 2009, Miguel Carter concluiu o trabalho de organizar o livro ‘Combatendo a Desigualdade Social – O MST e a Reforma Agrária no Brasil.’. É um lançamento da Editora UNESP, que reúne colaborações de especialistas sobre a questão agrária e o papel do MST pela luta pela Reforma Agrária no Brasil. Esta semana, ele conversou com Paulo Henrique Amorim, por telefone. PHA – Professor Miguel, o senhor é professor de onde? MC – Eu sou professor da American University, em Washington D.C. PHA – Há quanto tempo o senhor estuda o problema agrário no Brasil e o MST? MC- Quase duas décadas já. Comecei com as primeiras pesquisas no ano de 91. PHA – Eu gostaria de tocar agora em alguns pontos específicos da sua introdução “Desigualdade Social Democracia no Brasil”. O senhor descreve, por exemplo, a manifestação de 2 de maio de 2005, em que, por 16 dias, 12 mil membros do MST cruzaram o cerrado para chegar a Brasília. O senhor diz que, provavelmente, esse é um dos maiores eventos de larga escala do tipo marcha na história contemporânea. Que comparações o senhor faria ? MC – Não achei outra marcha na história contemporânea mundial que fosse desse tamanho. A gente tem exemplo de outras mobilizações importantes, em outros momentos, mas não se comparam na duração e no numero de pessoas a essa marcha de 12 mil pessoas. Houve depois, como eu relatei no rodapé, uma mobilização ainda maior na Índia, também de camponeses sem terra. Mas a de 2005 era a maior marcha. PHA – O senhor compara esse evento, que foi no dia 2 de maio de 2005, com outro do dia 4 de junho de 2005 – apenas 18 dias após a marcha do MST – com uma solenidade extremamente importante aqui em São Paulo que contou com Governador Geraldo Alckmin, sua esposa, Dona Lu Alckmin, e nada mais nada menos do que um possível candidato do PSDB a Presidência da República, José Serra, que naquela altura era prefeito de São Paulo. Também esteve presente Antônio Carlos Magalhães, então influente senador da Bahia. Trata-se da inauguração da Daslu. Por que o senhor resolver confrontar um assunto com o outro ? MC – Porque eu achei que começar o livro com simples estatísticas de desigualdades sociais seria um começo muito frio. Eu acho que um assunto como esse precisa de uma introdução que também suscite emoções de fato e (chame a atenção para) a complexidade do fenômeno da desigualdade no Brasil. A coincidência de essa marcha ter acontecido quase ao mesmo tempo em que se inaugurava a maior loja de artigos de luxo do planeta refletia uma imagem, um contraste muito forte dessa realidade gravíssima da desigualdade social no Brasil. E mostra nos detalhes como as coisas aconteciam, como os políticos se posicionavam de um lado e de outro, como é que a grande imprensa retratava os fenômenos de um lado e de outro. PHA – O senhor sabe muito bem que a grande imprensa brasileira – que no nosso site nós chamamos esse pessoal de PiG (Partido da Imprensa Golpista) - a propósito da grande marcha do MST, a imprensa ficou muito preocupada como foi financiada a marcha. O senhor sabe que agora está em curso uma Comissão Parlamentar de Inquérito Mista, que reúne o Senado e a Câmara, para discutir, entre outras coisas, a fonte de financiamento do MST. Como o senhor trata essa questão ? De onde vem o dinheiro do MST ? MC _ Tem um capítulo 9 de minha autoria feito em conjunto com o Horácio Marques de Carvalho que tem um segmento que trata de mostrar o amplo leque de apoio que o MST tem, inclusive e apoio financeiro. PHA – O capítulo se chama “Luta na terra, o MST e os assentamentos” - é esse ? MC – Exatamente. Há uma parte onde eu considero sete recursos internos que o MST desenvolveu para fortalecer sua atuação, nesse processo de fazer a luta na terra, de fortalecer as suas comunidades, seus assentamentos. E aí tem alguns detalhes, alguns números interessantes. Porque eu apresento dados do volume de recursos que são repassados para entidades parceiras por parte do Governo Federal. Eu sublinho no rodapé dessa mesma página o fato de que as principais entidades ruralistas do Brasil têm recebido 25 vezes mais subsídios do Governo Federal (do que o MST). E o curioso de tudo isso é que só fiscalizado como pobre recebe recurso público. Mas, sobre os ricos, que recebem um volume de recursos 25 vezes maior que o dos pobres, (sobre isso) ninguém faz nenhuma pergunta, ninguém fiscaliza nada. Parece que ninguém tem interesse nisso. E aí o Governo Federal subsidia advogados, secretárias, férias, todo tipo de atividade dos ruralistas. Então chama a atenção que propriedade agrária no Brasil, ainda que modernizada e renovada, continua ter laços fortes com o poder e recebe grande fatia de recursos públicos. Isso são dados do próprio Ministério da Agricultura, mencionados também nesse capítulo. Ainda no Governo Lula, a agricultura empresarial recebeu sete vezes mais recursos públicos do que a agricultura familiar. Sendo que a agricultura familiar emprega 80% ou mais dos trabalhadores rurais. PHA – Qual é a responsabilidade da agricultura familiar na produção de alimentos na economia brasileira ? MC – Na página 69 há muitos dados a esse respeito. PHA- Aqui: a mandioca, 92% saem da agricultura familiar. Carne de frango e ovos, 88%. Banana, 85%.. Feijão, 78%. Batata, 77%. Leite, 71%. E café, 70%. É o que diz o senhor na página 69 sobre o papel da agricultura familiar. Agora, o senhor falava de financiamentos públicos. Confederação Nacional da Agricultura, presidida pela senadora Kátia Abreu, que talvez seja candidata a vice-presidente de José Serra, a Confederação Nacional da Agricultura recebe do Governo Federal mais dinheiro do que o MST ? MC – Muito mais. Essas entidades ruralistas em conjunto, a CNA, a SRB, aquela entidade das grandes cooperativas, em conjunto elas recebem 25 vezes do valor que recebem as entidades parceiras do MST. Esses dados, pelo menos no período 1995 e 2005, fizeram parte do relatório da primeira CPI do MST. O relatório foi preparado pelo deputado João Alfredo, do Ceará. PHA – O senhor acredita que o MST conseguirá realizar uma reforma agrária efetiva ? A sua introdução mostra que a reforma agrária no Brasil é a mais atrasada de todos os países que fazem ou fizeram reforma agrária. Que o Brasil é o lanterninha da reforma agrária. Eu pergunto: por que o MST não consegue empreender um ritmo mais eficaz ? MC – Em primeiro lugar, a reforma agrária é feita pelo Estado. O que os movimentos sociais como o MST e os setenta e tantos outros que existem em todo o Brasil fazem é pressionar o Estado para que o Estado cumpra o determinado na Constituição. É a cláusula que favorece a reforma agrária. O MST não é responsável por fazer. É responsável por pressionar o Governo. Acontece que nesse país de tamanha desigualdade, a história da desigualdade está fundamentalmente ligada à questão agrária. Claro que, no século 20, o Brasil, se modernizou, virou muito mais complexo, surgiu todo um setor industrial, um setor financeiro, um comercial. E a (economia) agrária já não é mais aquela, com tanta presença no Brasil. Mas, ainda sim, ficou muito forte pelo fato de o desenvolvimento capitalista moderno no campo, nas últimas décadas, ligar a propriedade agrária ao setor financeiro do país. É o que prova, por exemplo, de um banqueiro (condenado há dez anos por subornar um agente federal – PHA) como o Dantas acabar tendo enormes fazendas no estado do Pará e em outras regiões do Brasil. Houve então uma imbricação muito forte entre a elite agrária e a elite financeira. E agora nessa última década ela se acentuou num terceiro ponto em termos de poder econômico que são os transacionais, o agronegócio. Cargill, a Syngenta… Antes, o que sustentava a elite agrária era uma forte aliança patrimonialista com o Estado. Agora, essa aliança se sustenta em com setor transacional e o setor financeiro. PHA – Um dos sustos que o MST provoca na sociedade brasileira, sobretudo a partir da imprensa, que eu chamo de PiG, é que o MST pode ser uma organização revolucionária – revolucionária no sentido da Revolução Russa de 1917 ou da Revolução Cubana de 1959. Até empregam aqui no Brasil, como economista Xico Graziano, que hoje é secretário de José Serra, que num artigo que o senhor fala em “terrorismo agrário”. E ali Graziano compara o MST ao Primeiro Comando da Capital. O Primeiro Comando da Capital, o PCC, que, como se sabe ocupou por dois dias a cidade de São Paulo, numa rebelião histórica. Eu pergunto: o MST é uma instituição revolucionária ? MC – No sentido de fazer uma revolução russa, cubana, isso uma grande fantasia. E uma fantasia às vezes alardeada com maldade, porque eu duvido que uma pessoa como o Xico Graziano, que já andou bastante pelo campo no Brasil, não saiba melhor. Ele sabe melhor. Mas eu acho que (o papel do) MST é (promover) uma redistribuição da propriedade. E não só isso, (distribuição) de recursos públicos, que sempre privilegiou os setores mais ricos e poderosos do país. Há, às vezes, malícia mesmo de certos jornalistas, do Xico Graziano, Zander Navarro, dizendo que o MST está fazendo uma tomada do Palácio da Alvorada. Eles nunca pisaram em um acampamento antes. Então, tem muito intelectual que critica sem saber nada. O importante desse (“Combatendo a desigualdade social”) é que todos os autores têm longos anos de experiência (na questão agrária). A grande maioria tem 20, 30 anos de experiência e todos eles têm vivência em acampamento e assentamentos. Então conhecem a realidade por perto e na pele. O Zander Navarro, por exemplo, se alguma vez acompanhou de perto o MST, foi há mais de 15 anos. Tem que ter acompanhamento porque o MST é de fato um movimento. PHA – Ou seja, na sua opinião há uma hipertrofia do que seja o MST ? Há um exagero exatamente para criar uma situação política ? MC – Exatamente. Eu acho que há interesse por detrás desse exagero. O exagero às vezes é inocente por gente que não sabe do assunto. Mas às vezes é malicioso e procura com isso criar um clima de opinião para reprimir, criminalizar o MST ou cortar qualquer verba que possa ir para o setor mais pobre da sociedade brasileira. Há muito preconceito de classe por trás (desse exagero). (*)Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista

O nome da coisa

A palavra chave dos mágicos é Abracadabra, a senha usada pelo Ali-Babá é Abre-te Sésamo e para que as pessoas fiquem imóveis, como se estivessem congeladas, é Mandrake. Os velhos exorcistas consagraram a expressão infalível: Vade retro, Satanás! Mas, para que os bem fornidos meios de comunicação do país entrem em polvorosa, tenham urticárias e passem a delirar em transe quase mágico basta apenas que escutem três palavrinhas: Controle social da mídia! E já será mais que suficiente para que o salseiro se instale de forma imediata e generalizada.

Então fica combinado: a sociedade não pode controlar a mídia, mas a mídia pode ser controlada por apenas seis famílias. E os direitos das famílias nem precisam ser defendidos por estas, basta apenas escalar dois ou três jornalistas do jornal ou da revista para demonizar a expressão e, em conseqüência, o prenúncio do debate. Nas emissoras de televisão, é suficiente que jornalistas do alto de suas bancadas – para que não caia no esquecimento a cínica expressão do Boris Casoy – assestem suas baterias contra quem se atreva a questionar o direito semidivino de apenas seis famílias controlarem integralmente os mais assistidos, lidos, ouvidos e acessados veículos de comunicação no Brasil.

O que poderia ser um saudável debate sobre a qualidade do jornalismo que desfrutamos vem se transformado em cinismo explícito, em tortuosas argumentações para mascarar o controle social da mídia pela censura mais hedionda, superior à praticada em regimes totalitaristas de direita e de esquerda. Podem não ter ideais, mas conhecem muito bem o poder aglutinador que os ativos financeiros têm sobre a tropa que, de elite, é sempre bem sucedida no intento de confundir liberdade de expressão com liberdade de pressão, pura e simples.

Letra da lei

Não precisamos ir muito longe. Como as duas principais revistas semanais de informação do país retrataram o fórum "Democracia e liberdade de expressão", promovido em 1/3/2010 pelo Instituto Millenium, em São Paulo?

A revista Veja (edição 2155, de 10/3/2010) escolheu um ultimato para titular a matéria: "Liberdade não se negocia". E o incauto leitor da semanal poderia comprar gato por lebre se ficasse apenas na manchete: afinal, cara pálida, quem está mesmo querendo negociar a liberdade? O texto diz a que veio logo em sua abertura: "Desde que o PT chegou ao poder, os radicais do partido arquitetam um plano atrás do outro para tentar controlar jornalistas e inviabilizar comercialmente as empresas de comunicação."

Para um convescote cuidadosamente planejado para discutir democracia e liberdade de expressão, esta primeira frase denota seu cunho partidário acima de qualquer suspeita e revela um reducionismo atroz. É como se toda a experiência do PT no governo se ativesse a planos para "controlar jornalistas e inviabilizar comercialmente as empresas de comunicação", o que é, decerto, rematada falácia. Qual jornalista no Brasil foi controlado de 2003 aos dias atuais? Por acaso alguma torneira – do BNDES ou do Banco do Brasil – foi fechada sempre que algum megaempresário do ramo da comunicação buscou renegociar (rolar) suas dívidas ou veio em busca de capital novo? Não seria fechando torneiras de instituições financeiras federais que se conseguiria a média prazo inviabilizar essas empresas? Isso aconteceu? Não se deu exatamente o contrário? Afinal não foram mais que 3.000 jornais e rádios de cidades médias e pequenas que passaram a ser convidadas àquele banquete oficial onde o governo distribui sua dotação orçamentária destinada à comunicação?

O texto de Veja é de quem deseja única e exclusivamente interditar o debate sobre liberdade de expressão para, mantendo as coisas como estão, a população possa se servir tão somente do prato feito, aquele prato que não respeita a diversidade de pensamento, que não admite outras visões da vida nem do mundo e muito menos da sociedade que lutamos por construir. Logo a seguir vemos irromper o pensamento sempre beligerante e autoritário dos que demonstram pouco ou nenhum apreço pela liberdade de expressão. Eis o que escreveu Veja:
"Depois, eles passaram a defender com ainda maior despudor o ‘controle social dos meios de comunicação’ – que é apenas um rótulo menos chocante para a implantação da censura oficial no Brasil."

Não seria útil que alguém que pretenda escrever texto sobre liberdade de expressão no Brasil considerasse fazer uma rápida leitura do disposto nos artigos 220 a 224 da nossa Constituição Federal? Não está escrito que é da competência do Poder Executivo "outorgar e renovar concessão, permissão e autorização para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens"? Então, deveríamos imaginar que este mandato concedido pelo povo brasileiro através de voto popular a seus representantes legítimos poderia ser tratado como mera formalidade burocrática, como carimbo de cartório conferindo autenticidade de assinatura?

Mercado onipresente

Para desempenhar sua missão constitucional, o Estado necessita prover o debate arejado e em escala nacional de forma a que a população possa ser ouvida e não apenas os proprietários dos meios de comunicação. É fato que muitos podem falar e poucos podem ser ouvidos. É nessa ótica encampada entusiasticamente por Veja que vem se demonizando no país qualquer iniciativa que busque moralizar minimamente a mídia brasileira.

Propor regulamentação ou discorrer sobre a necessidade de autorregulamentação do exercício jornalístico por parte das empresas de comunicação é sempre rotulado como censura. E assim, ironicamente, querendo defender o indefensável, todo o debate passa a ser sumariamente censurado. Serve-se a censura em altas doses, uma censura acobertada pelo extenso manto em que se aninha o bem a ser defendido: a liberdade de expressão. Com espadas em punho logo na abertura da matéria não seria demais esperar algumas pérolas de cinismo, como essas:
"Na semana passada, pela primeira vez, ouviram-se vozes organizadas contrárias a essa marcha da insensatez. Durante um encontro feito pelo Instituto Millenium, em São Paulo, jornalistas, empresários, intelectuais e políticos avaliaram os riscos reais que o radicalismo oferece à democracia no Brasil, opondo-se à pregação totalitária.. ."

Chega a ser risível. Como assim "pela primeira vez, ouviram-se vozes organizadas contrárias"? A amnésia parece ter tomado de assalto a redação de Veja. Será que ninguém se deu ao trabalho de pesquisar jornais e revistas que "cobriram" e "buscaram encobrir" a Conferência Nacional de Comunicação (Confecom)? Poucos eventos nos últimos anos receberam tanto noticiário negativo como a Confecom. E quem assinava tais "matérias" ou forneciam as indispensáveis "aspas" (frases de efeito muitas vezes duvidoso) não seriam os mesmos personagens que pontificaram ao longo do evento patrocinado pelo Insituto Millenium?

Uma vez mais a inversão da história: os tais que "avaliaram os riscos reais que o radicalismo oferece à democracia no Brasil" foram os mais radicais e fizeram a mais dura pregação contra a liberdade de expressão do Brasil. E para isso contaram com os meios mais aptos a potencializar sua própria ideologia: a do Deus-Mercado acima de tudo e de todos, em baixo, em cima e no meio. É a velha história de que os radicais são os outros, os censores são os outros – ou, como dizia Jean-Paul Sartre, o inferno são os outros.

Termos de uso

A revista Época (edição nº 616, de 6/3/2010) também dedicou página inteira para falar do evento paulista. Menos truculenta que Veja, a semanal das Organizações Globo optou pelo medo em sua manchete: "O risco para nossa liberdade". Tentou contextualizar as tensas relações entre governos e mídia na América do Sul. Relatou a situação na Venezuela, na Argentina e no Equador para perguntar como quem não quer nada: "Qual é o risco de que prosperem por aqui as tentativas de amordaçar a mídia, vestidas sob a roupagem do `controle social´?"

E optou por destacar opiniões do controvertido geógrafo Demétrio Magnoli:
"O PT só existe em virtude da democracia, mas mantém relações ambivalentes com ela... Celebra a Venezuela de Chávez, aplaude o regime castrista e soltou nota em apoio ao fechamento da RCTV."

É um raciocínio tortuoso e curioso. Será mesmo que é só o PT que existe em virtude da democracia no Brasil? Esquece o geógrafo que o mesmo governo que celebra a Venezuela e aplaude Cuba é o governo que criou uma diplomacia que se põe de pé, mostra autonomia decisória e esbanja soberania na cena internacional. É o mesmo governo que levou cerca de 20 milhões de brasileiros da classe pobre para a classe média e que, mesmo com o horroroso PIB de -0,2% auferido em 2009, ano da maior crise econômica mundial desde a Depressão de 1929, ainda assim se firmou como a sexta maior economia do G20, aquele seleto grupo que reúne as 20 maiores economias do planeta.

De novo a visão de que o inferno são os outros. Por que será tão difícil compreender que concessão de radiodifusão é algo simples e que quem não cumpre com as condições acordadas pode vir a perdê-la? É como escreveu um leitor: "Imagina eu chegar em meu trabalho e dizer ao meu patrão que eu não vou cumprir o meu contrato de trabalho e, se ele não estiver satisfeito, que monte outra empresa e me deixe quieto no meu canto, fazendo o que eu quero..."

Palavras e expressões

Os dois textos – de Veja e de Época – parecem ter sido escritos pela mesma pessoa tal o azedume e a desfaçatez com que tratam de tema tão essencial quanto liberdade de expressão em um país de 192 milhões de habitantes – e tendo apenas meia dúzia de ilustres famílias como proprietárias de seus mais importantes conglomerados empresariais de comunicação.

Esquecem que o risco real para nossa liberdade – para fazer melhor uso da manchete de Época – são as seguidas tentativas de interditar um debate que, longe de se esgotar, está apenas se iniciando. Muito equivocado é o entendimento de que a concessão pública não obriga a publicação da pluralidade de opiniões. Ou seja, "se a concessão é minha... publico apenas o que quero, não tenho que dar satisfação a ninguém".

Encontros como o do Instituto Millenium parecem ter apenas um único objetivo: evitar que se jogue luz sobre os monopólios e oligopólios da comunicação no Brasil. Ao fazer isso, a mídia corporativa confisca a liberdade de expressão da sociedade em nome, exclusivamente, da manutenção do status quo. Tão simples quanto isso.

E do jeito que as coisas caminham, o diabo que já é conhecido por palavras e expressões como Coisa-Ruim, Tinhoso, Pé-de-Bode, Cabrunco, Capa-Verde, Capeta, Capiroto, Cramulhão, Crinado, De-trás-da-porta, Demo, Dos Quintos, Encardido, Sete-Peles e Tranca-rua não demorará muito a ser referido por certa classe de jornalistas, intelectuais e empresários como... Controle Social da Mídia.

De Washington Araújo

A VITÓRIA DA DIPLOMACIA BRASILEIRA SOBRE A BOÇALIDADE DA EMPRESA EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A



O acordo firmado entre os governos do Brasil, do Irã e da Turquia sobre o uso de energia nuclear pelos iranianos joga por terra toda a esperança do conglomerado empresarial EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A de mais uma guerra, onde possam usar armas químicas, biológicas, matar crianças, idosos, mulheres, tudo em nome da democracia, da paz, da liberdade, etc e principalmente, mostra ao mundo que a paz em seu sentido não pleno passa, necessariamente, por aquele conglomerado de empresas, bancos e boçais fardados.

As declarações da secretária de Estado da empresa (EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A) que tem dúvidas sobre se o Irã pretende cumprir o acordo ou se o acordo atende à “comunidade internacional”, tem o tamanho da frustração. O mesmo quando o ministro do exterior da mesma empresa na filial de Israel diz que o Irã “manipula o Brasil”.

Eu não sei a essa altura do campeonato se o prêmio Nobel da Paz tem o significado que chegou a ter em determinados momentos de sua história. O laurel, como dizem, encerra algumas contradições e uma delas foi a concessão a Barack Obama, ano passado de tal honraria. Não sei até hoje o que Obama fez pela paz.

Em 2003 inspetores da Agência Internacional de Energia Nuclear das Nações Unidas declararam em documento oficial que não havia provas da existência de armas químicas e biológicas no Iraque e tampouco de atividades voltadas para o desenvolvimento de armas nucleares.

Em 2002, um ano antes da invasão norte-americana àquele país, o presidente da AIEN das Nações Unidas era o embaixador brasileiro José Maurício Bustani, hoje embaixador do Brasil em Londres. Bustani reforçou já àquela época, os primeiros relatórios sobre as tais armas químicas e biológicas (foram fornecidas pelos EUA para a guerra contra o Irã) e isso desagradou a empresa EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.

Uma farsa com a concordância do governo do Brasil, FHC, resultou numa convocação geral da Assembléia dos países membros da Agência. Muitos deles sem direito a voto, pois em atraso com suas contribuições. Bustani era o primeiro adversário a ser afastado diante de uma decisão já tomada. Invadir o Iraque. O brasileiro foi afastado e, milagrosamente os países devedores pagaram suas dívidas momentos antes do início da Assembléia Geral. A subordinação de FHC foi vergonhosa, covarde.

E essa é uma diferença fundamental entre o Brasil de ontem e o de hoje.

Mas, ainda assim, os inspetores mantiveram seus relatórios afirmando não existirem provas de armas químicas e biológicas no Iraque, muito menos programa nuclear para produção desse tipo de armas.

Em 20 de março de 2003, à revelia de uma decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas, a empresa EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A convocou suas filiais européias, asiáticas e a Austrália, para invadir o Iraque, Invadiu, ocupou e tomou conta do alvo principal, o petróleo iraquiano.

“O Iraque continua a ostentar a sua hostilidade em direção a América e seu apoio ao terror. O regime iraquiano tem desenvolvido antrax, gazes que afetam o sistema nervoso e armas nucleares por mais de uma década... Este é o regime que concordou com inspeções internacionais, depois expulsou os inspetores. Este é um regime que tem algo a esconder do mundo civilizado.. . Procurando armas de destruição em massa, estes regimes – Irã, Iraque e Coréia do Norte – representam um crescente perigo. Eles poderiam fornecer estas armas aos terroristas, prestando-lhes os meios para corresponder ao seu ódio”.

O acordo Brasil, Irã e Turquia frustra essa escalada de violência e barbárie do terrorismo internacional, na verdade sediado m Washington. Tira da empresa EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A o monopólio de ditar as regras da política internacional para todo o mundo, mesmo porque vários governos europeus inclusive o da Espanha, atolados em crises imensas por conta entre outras coisas dos desvarios terroristas e belicosos de norte-americanos – gostam de repartir os custos chamando as operações terroristas de “ações de aliados” – colônias –.

O exército terrorista da empresa retirou-se de uma base no Vale Korengal, no Afeganistão, depois de quatro anos tentando conquistar o controle interno da região. Para sair, derrotados, os norte-americanos pagaram pela fuga (indenização pelos danos causados, mortes), deixaram sua base intacta, inclusive edifícios, geradores de energia, combustível e equipamento militar, tudo para fugir tranquilamente.

Ao longo desses quatro anos mataram civis, estupraram mulheres afegãs, cultivaram papoula para a fabricação de ópio e na retirada, com a mídia dócil comprada, o Pentágono através de seus generais afirmou que o que estava acontecendo era uma simples mudança de estratégia.



Repete o general Westmoreland quando esse disse que a guerra no Vietnã estava ganha e os vietcongs, no dia seguinte, ocuparam a embaixada dos EUA na antiga Saigon. Westmoreland saiu de lá na hora, com o rabo entre as pernas e calado para não complicar mais ainda a vexaminosa situação de derrota militar.

Um dos últimos soldados da empresa morto no Vale Korengal suicidou-se incapaz de suportar a situação a que estava sendo submetido. Vários soldados foram usados como isca para atrair forças rebeldes de um país ocupado violentamente pelos EUA. Ou seja, foram escalados para morrer atraindo os afegãos a uma armadilha.

O NEW YORK TIMES, com o restinho de independência que lhe resta, lhe sobra, reproduziu palavras de Robert Soto, da Companhia B, 1º Batalhão, 26ª Infantaria e que lá estava – “dói a um ponto que três unidades do exército, todos nós fizemos o que fizemos lá. E todos nós perdemos homens. Todos fizemos sacrifícios. Eu tinha dezoito anos quando fui parar lá. E eu nunca poderia imaginar que iria passar por aquilo que passamos naquela idade”.

O major Ukiah Senti, oficial executivo do 2º Batalhão, 12º Regimento de Infantaria, da Task Force Lethal, disse “na realidade ninguém precisava de estar ali, nós, na verdade, não estávamos com atenção a outra coisa que não à nossa própria proteção”. O mesmo que aconteceu com o posto militar em Wanat, devastado em 2008, com 75% da tropa morta “não havia nenhum objetivo a não ser esperar ser atacado, servir de isca humana”.

Se tratam aos seus “rapazes” assim, que dirá ao resto do mundo? Os generais norte-americanos sabem que estão perdendo a guerra, como perderam o Vietnã, a Coréia, mas insistem nos “negócios”, a guerra é só um “negócio” da máfia empresarial EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A. A denúncia é de um veterano da guerra do Iraque e co-fundador da MARCH FORWARD, que desertou no Afeganistão, recusando-se a cumprir ordens de assassinato em massa de afegãos, de tortura, de barbárie e de servir de isca.

James Circello, o autor das denúncias, que começam a encontrar eco entre os norte-americanos, percebendo que assim como a GENERAL MOTORS, ou muitos bancos, a empresa maior, EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A está indo a falência.

A reação dos executivos da empresa ao acordo firmado entre o Brasil, o Irã e a Turquia, passa por isso, pelos “negócios”. As dúvidas que lançam sobre a “validade” e a “exeqüibilidade” do acordo são apenas vagidos de quem tinha decidido pelas sanções como passo que antecede a ação militar. As forças terroristas em Israel já estavam prontas um ataque inicial.

Perceberam agora que, para além dos seus umbigos, existem países e governantes como o presidente Lula, que não aceitam a barbárie e o terrorismo real como práticas e são capazes de fora desse eixo boçal (EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A) encontrar caminhos de paz.

E principalmente que Lula não é FHC. O ministro das relações exteriores de Lula é Celso Amorim. Não tira os sapatos quando chega a New York para ser submetido a uma revista, como o fez o chanceler Celso Láfer, um trêfego sem caráter ou dignidade, que tirou os sapatos e tudo, para mostrar que era subserviente em caráter total.

A ação da diplomacia brasileira transcende ao acordo em si. Mostra uma nova realidade que se constrói no mundo.

É necessário estar atento, pois o terrorismo norte-americano e sionista não encontra limites, não se impõe limites, não respeita limites, além do que, estão armados até os dentes de armas nucleares, químicas e biológicas.

Isso significa também, em termos de Brasil, que vão intensificar todos os meios para eleger o agente José Arruda Serra, tanto quanto mobilizar o exército de agentes abrigados num trem chamado PSDB, noutro DEM, noutro PPS e vai por aí afora, além da mídia venal, que começa na GLOBO, passa por VEJA, FOLHA DE SÃO PAULO e deita ramas por vários setores do País.

Eu se fosse Lula, no duro mesmo, se aquinhoado com o Nobel da Paz faria como Marlon Brando à época que ganhou o Oscar. O ator mandou uma índia sua companheira receber o prêmio e ler um manifesto contra a violência e barbárie da sociedade norte-americana.

O que o presidente brasileiro fez foi colocar o Brasil num eixo de gigante desperto e capaz. Ao contrário de FHC e seu amontoado de diplomas, saberes e títulos.

Neste momento a boçalidade terrorista da empresa EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A tem um problema sério.

Não sei se o maquiador (Bush antes de anunciar a invasão do Iraque apareceu na tevê sendo maquiado para parecer humano) da Casa Branca vai conseguir maquiar Obama e seu jeito de parecer negro e representar a ideologia ariana do nazi/fascismo de garfo e faca com guardanapo ao colo.


E agora, no Brasil, com as bênçãos da CNBB (CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL), sob a batuta de Bento XVI o “papa papão”. Vai render CD de Marcelo Rossi, vai aumentar os dízimos de Edir Macedo.

De Laerte Braga

Lula diz que acordo com Irã é vitória da diplomacia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira (17/05) que o acordo fechado entre Brasil, Irã e Turquia para troca de material nuclear foi uma "vitória da diplomacia". Lula participou da negociação como o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, e o primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, em Teerã.

O acordo prevê que o Irã envie à Turquia 1,2 mil kg de urânio de baixo enriquecimento por urânio enriquecido a 20% para ser usado em pesquisas médicas. Pelo acordo, o urânio enriquecido será remetido no prazo de um ano. Nesse período, haverá supervisão de inspetores turcos e iranianos.

"Foi uma resposta de que é possível, com diálogo, a gente construir a paz, construir o desenvolvimento" , disse Lula em no programa de rádio Café com o Presidente, gravado de Teerã logo após o fechamento do acordo.

O governo brasileiro acredita que o acordo criará confiança na comunidade internacional e pode evitar que o Irã seja submetido a sanções por causa de seu programa nuclear.

Lula disse que o Brasil sempre acreditou na possibilidade de acordo e que a negociação prova que é possível fazer política internacional baseada da confiança. "Há um milhão de razões para a gente ter argumento para construir a paz e não há nenhuma razão para a gente construir a guerra. O Brasil acreditou que era possível fazer o acordo. Mas o que é importante é que nós estabelecemos uma relação de confiança. E não é possível fazer política sem ter uma relação de confiança", disse.

Gestos de boa vontade - No domingo, Lula tinha se encontrado com o líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, e com o presidente do país, Mahmoud Ahmadinejad.

A agência oficial iraniana IRNA noticiou que Khamenei elogiou o Brasil. Segundo a agência de notícias AFP, Ahmadinejad também fez elogios ao Brasil. Lula e Ahmadinejad discursaram em um evento para empresários dos dois países, mas nenhum dos dois mencionou a questão nuclear neste dia.

Ainda no domingo, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, divulgou uma nota em que agradece aos governos de Brasil, Síria e Senegal por seus esforços em prol da libertação da professora francesa Clotilde Reiss, que estava presa em Teerã desde o ano passado.

Reiss havia sido condenada em julho do ano passado por dez anos de prisão por espionagem e por ter enviado fotografias por e-mail mostrando protestos contra o governo iraniano. O anúncio da libertação foi feito neste sábado, dia da chegada do presidente Lula a Teerã.

Segundo fontes da diplomacia brasileira, o presidente Ahmadinejad teria dito a Lula que a libertação da professora francesa foi um "presente" do governo iraniano ao presidente brasileiro.

Nesta segunda-feira, o presidente brasileiro participou ainda de uma reunião do G15, um grupo de cooperação entre países em desenvolvimento não-alinhados. Além de Brasil e Irã, participam do G15 Argélia, Argentina, Chile, Egito, Índia, Indonésia, Jamaica, Malásia, México, Nigéria, Quênia, Senegal, Sri Lanka, Venezuela e Zimbábue. Lula já deixou o Irã e segue para a Espanha, onde participará da Cúpula União Europeia-América Latina, e em seguida vai para Portugal.

Acelera Brasil - Essas conquistas do Brasil na área diplomática mostram que o país está mais maduro, que está em desenvolvimento permanente e que a tendência é que se torne em breve uma Nação desenvolvida. Será um Gigante dentre os Países chamados de 1º Mundo, pois sabe ouvir, entender e negociar a altura de qualquer outro país, em qualquer local e condição social ou econômica que estes se encontrem.

O diferencial do Brasil é notório e para o Presidente Lula não existe país bom ou ruim, existe sim, o espaço para as negociações onde quem ganha são os cidadãos.

Em uma comparação rápida, o antigo administrador do Brasil, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), nunca conseguiu nada que colocasse o Brasil como um País forte nas negociações internacionais. Muito mal, o ex-presidente conseguia passar credibilidade aos países que gostariam de ter relações comerciais com o Brasil e no Governo Lula tudo isso mudou. O Brasil tem hoje capacidade de fazer acordos comerciais sólidos e vai além disso, uma vez que vem conseguindo acordos diplomáticos que já mais foram sonhados e conquistados pelos tucanos.

O Brasil chegou a um patamar onde necessita continuar com políticas internas e externas consistentes. O país necessita acelerar e ir em frente, por isso nós não podemos perder o foco, e a companheira Dilma Rousseff é a pessoa certa para fazer o Brasil continuar crescendo e claro que o Presidente Lula fará parte da administração Dilma, que será também um governo popular e voltado aos interesses do Brasil. Creio que Dilma, Lula e a população podem e farão juntos um Brasil cada vez mais forte aqui e lá fora.

Um governo forte só é possível quando a população é ouvida, além disso, é preciso haver inclusão social, onde as iniciativas e trabalhos sociais são realizados com o povo, e para o povo. Eu, Você e Todos Nós fazemos parte deste Brasil gigante que quer a cada dia crescer mais, deste Brasil que é cada dia mais forte, deste Brasil que é aplaudido por muitos povos e que, sem duvida, será o grande referencial diplomático em busca de melhores condições de vida para todos os habitantes do mundo. O Brasil do desenvolvimento e da Paz...

A voz do populi é a voz de Deus

O assunto aqui é a nova pesquisa do Vox Populi. Pela primeira vez, o instituto divulgou a íntegra (o relatório completo) junto com a pesquisa. Nenhum instituto jamais fez isso antes. O Datafolha é o que divulgava a íntegra mais rapidamente, e mesmo assim sempre dias depois. Gostaria de acreditar que este blogueiro influenciou a decisão, porque eu perturbei o Vox Populi da outra vez e tenho feito um enorme estardalhaço quando os institutos divulgam os relatórios na íntegra. Digitando "Íntegra do Vox Populi" no Google, dá Óleo do Diabo em primeiro e segundo lugar. Mas acho que seria mais uma crise de megalomania, doença típica de blogueiros.

Então vamos lá. Como diria um analista de trás-os-montes, os primeiros números da pesquisa a despertar o interesse de minhas fatigadas retinas foram exatamente os primeiros números. A primeira tabela do relatório fala do nível de conhecimento dos candidatos. Eu separei a que mostra os números por região. Clique na imagem para expandi-la e vê-la por inteiro.

II - ELEIÇÃO PRESIDENCIAL (2010)
1 - POLÍTICOS
1.1- NÍVEL DE CONHECIMENTO
Vou citar para você o nome de alguns possíveis candidatos a Presidente e gostaria que você me respondesse algumas perguntas sobre cada um deles, vamos
falar de: Dilma Rousseff, José Serra e Marina Silva. Com relação a ________ você diria que:



Os donos das farmácias em bairros nobres de São Paulo podem comemorar. Os números do Vox Populi sugerem que o consumo de Rivotril nesses locais se manterá elevado até outubro. Repare que o Nordeste é a região onde a petista é menos conhecida; 15% dos entrevistados nordestinos afirmaram que não conhecem a candidata; e 42%,que a conhecem só de nome.

Perdão pelo vocabulário chulo, mas eu estou me divertindo demais escrevendo esse post: considerando que o Nordeste é Lula até nos pêlos da bunda, e que esses nordestinos que não conhecem Dilma devem pertencer, como diria Madame Natasha, ao andar de baixo, e considerando ainda que eles não lêem a imprensa tucana, e que, portanto, a sua informação política vem exclusivamente da TV, onde o PT terá desta vez um espaço bem maior do que seus adversários; considerando que Lula detêm uma popularidade que beira o messianismo entre os pobres; considerando enfim (ufa! pensei que nunca mais iria parar de escrever "considerando" ) tudo isso, não acho que seja absurdo afirmar que a maior parte dos nordestinos que não conhecem Dilma, ou que não a conhecem bem, terá muito prazer em fazê-lo, e mais ainda em votar nela.

O mesmo raciocínio pode ser aplicado aos pobres de todas as regiões. Segundo o Vox Populi, 9% dos brasileiros não conhecem Dilma Rousseff, contra apenas 2% que dizem não conhecer José Serra. Esse percentual (dos que não conhecem Dilma), seguramente, localiza-se nos estratos sociais mais baixos, onde Lula goza de grande popularidade. Há, portanto, um enorme espaço para crescer.

Observemos agora o item Conhece muito bem/tem apenas algumas informações, onde a petista marcou apenas 56 pontos, muito atrás de Serra, com 75 pontos percentuais.

Aliás, se o Vox Populi me entrevistasse, eu diria que "só tenho algumas informações" sobre Serra; que é um vendilhão da pátria, que é contra o trabalhador, e que é um reaça enrustido de marca maior. Conhecer "bem" o Nosferatu é coisa que eu, definitivamente, não quero. Tenho amor ao meu pescoço.

A tabela abaixo confirma o que eu disse acima:



O grupo que menos conhece Dilma Rousseff é o que ganha até 1 salário; 15% dos barnabés afirmaram não conhecer a petista, 41% conhece-a "só de nome", e somente 44% afirmaram conhecê-la bem ou ter "apenas algumas informações".

E tem essa outra tabela, extremamente positiva para Dilma. Literalmente. 16% dos entrevistados tem opinião "muito positiva" sobre a petista, bem mais que os 10% que pensam o mesmo de Serra.

Você diria que tem uma opinião muito positiva, positiva, regular, negativa ou muito negativa sobre ________?



Sobre o mesmo tema, mas segmentado por região:



Observe que Dilma tem imagem mais positiva que Serra inclusive no Sudeste. Pelo visto, a Tchelândia é mesmo o bunker tucano. É lá que Serra registra os melhores indicadores.



Pelo jeito, o Rivotril não será suficiente. Os tucanos talvez precisem apelar para anestésicos pesados. A tabela acima mostra que Dilma tem imagem positiva principalmente entre os pobres. O tucano, ao contrário, tem imagem positiva principalmente entre os ricos. Mas Dilma também vai bem entre os ricos, com 51% das pessoas que ganham mais de 10 salários mínimos afirmando que tem uma imagem positiva da candidata. Detalhe: esse grupo (os mais ricos) registra os maiores índices de avaliação negativa tanto para Serra (17%) quanto para Dilma (18%).

O chumbo grosso, todavia, começa a agora. Segundo o Vox (ver tabela abaixo), as intenções espontâneas de Dilma registraram um salto fantástico nos últimos meses, passando de 9% para 19%. Serra também cresceu, de 9% para 15%. Na tabela por região, note que Dilma lidera isoladamente em todas as regiões, com exceção do Sul, onde Serra registra forte vantagem. Acho que tão botando alguma droga nesse chimarrão...

INTENÇÃO DE VOTO ESPONTÂNEA
Se a eleição para Presidente da República fosse hoje, em quem você votaria?





Agora vejamos a espontânea segmentada por faixas sociais:



Os números mostram uma clivagem classista entre Dilma e Serra que será muito benéfica para a candidata nos próximos meses, pela razão óbvia de que há muito mais eleitor pobre do que eleitor rico. Dilma marca sua melhor pontuação entre a turma que ganha até 1 salário mínimo, 21%, contra 10% de Serra. E não se esqueçam de que o grau de conhecimento da petista é pequeno relativamente a seu adversário. Serra cresce no voto espontâneo na mesma proporção da renda. Quanto mais rico, mais vota em Serra.

O voto classista não significa voto instruído, pois Dilma supera o tucano junto à turma do canudo, marcando 22%, contra 21% de Serra, e também entre os que terminaram o ensino médio, onde ela lidera isoladamente com 22%, contra 14% de Serra. Entre os que estudaram da 5ª a 8ª série do ensino fundamental, dá Dilma novamente, com 20%, contra 13% do tucano.

Curiosamente, Serra ganha apenas entre os que estudaram até a quarta-séria, grupo no qual ele pontuou 16% de votos, contra 15% de Dilma.

Outra característica de Dilma que acho muito legal é o perfil jovem de seu eleitorado. Confiram lá. Serra só ganha entre os mais velhos. Quanto mais jovem, mais apóia Dilma. Esse é um voto muito bom, porque é idealista e promete uma vida eleitoral longa para a candidata.

Por fim, repare que o "grande trunfo" dos tucanos, o cordeiro que ele anseiam conduzir ao sacrifício, Aécio Neves, sequer pontua na espontânea.

Chegamos, por fim, à pesquisa estimulada. Recortei abaixo a tabela segmentada por região. Dilma só não ganha no Sul, onde Serra tem 44%, contra 30% de Dilma. No resto do país, incluindo Sudeste, a petista está à frente. Marina Silva, curiosamente, tem sua melhor perfomance no Centro Oeste, sabe-se lá porque, enquanto marca apenas 6% em sua região natal. Curioso ainda os 2% de Zé Maria no Centro Oeste.



E agora chega, senão ninguém vai ler mais esse post, se é que alguém aguentou chegar até aqui. FIM.

por Miguel do Rosário

Revista conservadora alemã trata Lula como super-estar


Lula não se levanta quando entra o presidente americano: “não levantaram para mim”

A revista conservadora alemã analisa o acordo do Brasil e da Turquia com o Irã.
E faz elogios rasgados ao Lula.


Der Spiegel :

“Lula Superstar

Com iniciativas sempre novas, o Presidente brasileiro conquista para seu país um peso cada vez maior no mundo. Seu golpe mais recente: convenceu os governantes do Irã de um acordo nuclear controverso – uma chance para evitar sanções e guerra?

Quais foram os palavrões com que ele, na altura, foi chamado: ele seria um comunista, um proletário grosseiro, um bêbado. Mas isso já faz parte do passado. Paralelamente à ascensão da nova potência econômica, o Brasil, sua reputação aumentou de forma surpreendentemente rápida; para muitos, o Presidente brasileiro vale como o herói do Hemisfério Sul, como o contrapeso mais importante de Washington, Bruxelas e Pequim. A revista norte-americana “Time” foi um pouco mais longe, ao denominar-lhe, há duas semanas, o “líder político mais influente do mundo”, na frente de Barack Obama. Na sua pátria, ele já é considerado o futuro titular do Prêmio Nobel da Paz.

Agora, esse Luiz Inácio da Silva, 64, cujo apelido é “Lula”, filho de analfabetos que cresceu em uma favela, lançou novamente um golpe de mestre político: durante uma maratona de negociações, fechou com o governo iraniano uma acordo nuclear. Na segunda-feira passada, ele apareceu em Teerã triunfante, lado o lado com o Primeiro-Ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan e o Presidente Mahmud Ahmadinejad. Todos os três estavam convictos de que a questão das sanções da ONU contra o Irã, motivadas pelo possível programa iraniano de armas nucleares, teria passado, com isso, a ser história. O mundo ocidental, que tanto insistiu na radicalização das medidas internacionais de punição, parecia surpreso e sem ação.

O contra-ataque de Washington ocorreu já no dia seguinte, começando um novo capítulo do conflito iminente sobre o programa nuclear; Pequim, em particular, por muito tempo se opôs a uma atuação mais rígida. A Secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, proclamou: “Em cooperação com a Rússia e a China, chegamos a um consenso sobre um projeto forte”. A planejada resolução sobre sanções será encaminhada para todos os membros do Conselho de Segurança da ONU – também para o Brasil e a Turquia. Atualmente, por um mandato de dois anos, esses dois países têm um assento não-permanente como membros eleitos nesse Conselho de 15 países, dos quais nove membros devem aprovar a resolução antes de poder entrar em vigor.

De maneira explícita, Clinton agradeceu a Lula por seus “esforços honestos”. No entanto, podia-se notar que ela considerava a iniciativa como algo que somente atrapalhava: “Sanções rígidas serão a mensagem inequívoca transmitida para o Irã sobre o que esperamos deles”. Porém, será que a abordagem menos confrontadora de Lula do conflito acerca do programa nuclear não é mais promissora? Será que Lula Superstar, com a retaguarda coberta por um país da OTAN, a Turquia, se deixaria refrear tão facilmente?

Quem conhece sua história, não apostaria nisso: esse homem sempre superou todos os obstáculos, contradizendo todas as probabilidades. Cedo, o pai abandonou a família, a mãe mudou com os oito
filhos do Nordeste brasileiro para o Sul industrializado para ter, pelo menos, uma chance de sobreviver. Só aos dez anos, o pequenino aprendeu a escrever e ler. Como engraxate e vendedor de frutas, ajudou a sustentar a família. Trabalhava em uma fábrica de tintas. Lutava para obter uma vaga de aprendiz como metalúrgico. Tinha 25 anos quando faleceram sua mulher e o filho comum que ainda não havia nascido, porque a família não tinha os meios suficientes para pagar o tratamento médico.

Ainda jovem, Lula virou militante político. Nos tempos da ditadura militar, organizou como sindicalista greves ilegais e, nos anos oitenta, várias vezes foi preso. Insatisfeito com a esquerda tradicional, ele fundou um partido próprio, o Partido dos Trabalhadores, que ele transformou, passo a passo, de um partido comunista em um partido social-democrata. Nas eleições presidenciais, sofreu três vezes uma derrota. No entanto, em 2002, conseguiu a vitória, com uma larga vantagem. Foram os pobres e miseráveis nesse país de contrastes econômicos extremos que depositaram sua esperança no líder proletário carismático. Os milionários já haviam abastecido seus jatos, temendo sua expropriação.

Porém, quem esperava ou acreditava em uma revolução ficou surpreendido. Lula, após tomar posse, levou os membros do governo para uma favela, e atenuou, por intermédio de seu programa abrangente “Fome Zero”, a miséria dos desprivilegiados. E não assustou os mercados. Preços elevados de matérias-primas e uma política econômica moderada, baseada em investimentos do exterior, bem como em recursos nacionais de formação e aprendizagem, permitiram a Lula renovar, em 2006, seu mandato.

Em dezembro, terminará o mandato de Lula, que não pode ser reeleito novamente. Do ponto de vista da política interna, ele fez muito bem seu dever de casa, construindo também a figura de sua possível sucessora no cargo. No entanto, o Presidente autoconfiante deixa seu legado mais nitidamente no ambiente da política externa: ele considera imprescindível conseguir para o Brasil, com seus 196 milhões de habitantes, um papel de grande potência mundial, conduzindo o país para um assento no Conselho de Segurança da ONU.

Lula reconheceu que, na busca deste objetivo, deve manter boas relações com Washington, Londres e Moscou. Porém, reconheceu também que contatos estreitos com países como a China, a Índia, países do Oriente Médio e da África talvez sejam ainda mais importantes. Ele se vê como homem do “sul”, como líder dos pobres e excluídos. E ele, naturalmente, também observa o deslocamento do equilíbrio: no ano passado, a República Popular da China, pela primeira vez, superou os EUA como parceiro comercial mais importante do Brasil.

Lula é o único governante de um país que se apresentou não apenas no exclusivo Fórum Econômico Mundial em Davos, mas também no Fórum Social Mundial, com posição crítica à globalização, em Porto Alegre. Sem parar, ele viaja pelo mundo, visitou 25 países somente na África, muitos na Ásia, na América Latina quase todos, sempre com uma comitiva empresarial ao lado. Está sempre proclamando sua crença em um mundo multipolar. E, sendo um orador muito carismático e um líder proletário “autêntico”, no mundo inteiro é saudado pelas massas como se fosse um pop-star. “I love this guy”, entusiasmou- se também, em 2009, o Presidente Barack Obama, por ocasião do encontro do G20 em Londres.

Hoje, Obama não está mais tão seguro, de jeito nenhum, que Lula é o “cara”. Cada vez mais autoconfiante, o brasileiro se distancia da Washington, e procura às vezes até a confrontação. Por exemplo, no caso de Honduras.

Historicamente, os EUA consideram a América Central o seu “quintal”. Por isso, ficaram muito surpresos quando Lula, no ano passado, ofereceu abrigo ao Presidente derrubado, Zelaya, na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa e exigiu o direito de participar da solução do conflito. Brasília negou-se a reconhecer o novo Chefe de Estado e desta maneira se posicionou claramente contra Obama.

Em seguida, tudo aconteceu muito rápido. Lul viajou a Cuba, encontrou-se com Raúl e Fidel Castro e exigiu o fim imediato do embargo econômico americano. Lula comparou adversários do regime, que sofrem nas prisões de Havana, com criminosos comuns, o que deixou os anfitriões muito contentes. Lula também fez questão de aparecer em público com Hugo Chávez, que vive maldizendo Washington e censura cada vez mais a imprensa do país; na edição 20/2008 do Spiegel, Lula chamou o autocrata de “Melhor Presidente venezuelano dos últimos 100 anos”.

Quando há alguns meses recebeu Ahmadinejad em Brasília, elogiou a sua vitória eleitoral supostamente regular e comparou a oposição persa com torcedores de futebol frustrados. O Brasil também não permitiria intervenções alheias no seu programa nuclear “naturalmente pacífico”, disse. Apesar da solidariedade demonstrada, muitos estavam céticos quando Lula partiu para Teerã para negociar um acordo nuclear com o Irã – os iranianos, nos últimos meses, demonstravam pouca disposição para um acordo. Durante uma coletiva em Moscou, Medvedev avaliou as chances de um acordo mediado pelo Brasil de no máximo 30%, enquanto Lula disse “eu vejo uma chance de 99%”. Apareceu, nessa ocasião, novamente o ego explícito do homem que veio de baixo. “Ele se considera um curador que pode operar milagres em causas na quais outros fracassaram”, diz Michael Shifter, especialista dos EUA em assuntos latino-americanos.

Se depois de 17 horas de negociações em Teerã, realmente foi conquistado um êxito ou se o acordo é apenas “uma futilidade” (Frankfurter Allgemeine Zeitung) com a qual os iranianos espertalhões pretendem enganar o mundo mais uma vez, não ficou claro, somente há indícios. Em Viena, a AIEA comunicou cautelosamente que qualquer passo em direção a um acordo nuclear seria um progresso. Por determinação da ONU, os inspetores da AIEA são competentes para controlar instalações nucleares no mundo todo. Nos últimos tempos, encontraram cada vez mais indícios de um programa ilegal de armas nucleares do Irã e exigiram urgentemente que Teerã seja mais aberta à cooperação. Agora a conclusão dos especialistas de Viena, que nunca abandonaram as consultas com Teerã e que nunca insinuaram algo que não pudessem comprovar, será de grande peso. Que os iranianos pretendem comunicar o conteúdo do acordo à AIEA só “dentro de uma semana” é outro motivo para desconfiança.

Governos ocidentais se manifestaram de maneira muito crítica no sentido de que a resolução da ONU, publicada por Clinton imediatamente após o acordo de Teerã, serviria também para acalmar os israelenses. Alguns membros do governo de linha dura de Benjamin Netanyahu reclamam abertamente do “compromisso podre”, e o Ministro do Comércio Benjamin Ben Elieser opina que Teerã pretende “novamente fazer o mundo todo de palhaço”.

Uma avaliação bem interessante do documento Lula-Ahmadinejad- Erdogan foi feita pelo instituto americano ISIS, que sempre defendeu uma solução negociada e considera uma “opção militar” na questão nuclear iraniana impossível. Os especialistas nucleares independentes fazem uma relação detalhada de suas dúvidas e analisam os pontos fracos dos termos do acordo já conhecidos. Os iranianos assumem apenas o compromisso de transportar 1200 kg do seu urânio pouco enriquecido para a Turquia para receberem em troca combustível nuclear para o seu reator de pesquisas de Teerã. As dimensões são iguais às de um negócio proposto pela AIEA em outubro do ano passado, o que na época significaria expedir mais de 75% do urânio já produzido para o exterior e impossibilitar a construção de uma bomba atômica – uma medida para criar confiança, uma pausa para negociações. O acordo atual não considera que o Irã, por causa das novas centrífugas em Natanz, deve dispor atualmente de 2300 kg de urânio; quer dizer que o país pode permanecer com quase a metade da matéria prima para a bomba atômica e dispõe de suficiente material para uma “investida” em direção à arma nuclear.

O acordo oferece, outrossim, uma via de escape decisiva. Aos governantes do Irã é concedido o direito de recuperar o urânio da Turquia se eles acharem que qualquer cláusula do contrato “não foi cumprida”. E o que é mais importante: o acordo não inclui o compromisso de terminar o enriquecimento de urânio – “nem sonhamos com isto”, disse um representante oficial. Mas é justamente isso que a ONU exige, já após três turnos de sanções, de maneira inequívoca. Lula não deve ligar muito para isto.

Ele demonstrou que virou um fator indispensável no palco internacional. Na terça-feira, o Presidente do Brasil foi festejado por seus amigos durante a Cúpula América Latina – UE em Madri por causa do seu engajamento pela paz. A sua apresentação demonstrou algo como “vejam, o molusco tem muitos braços”. E ele demonstrou que sabe nadar no aquário dos tubarões grandes. Nos bastidores, Lula Superstar costuma contar como curou os diplomatas brasileiros da síndrome de vira-lata; assim ele denomina o profundo complexo de inferioridade que muitos dos seus compatriotas até pouco tempo atrás sentiam frente a americanos e europeus. Foi em 2003, na grande estréia internacional de Lula na cúpula do G-8 em Evian na França. Todos estavam sentados no Hotel do congresso e esperaram por George W. Bush. Quando este finalmente entrou no salão, todos levantaram, só Lula ficou sentado e mandou o seu Chanceler fazer o mesmo. “Eu não participo deste comportamento servil” disse o Presidente do Brasil. “Quando eu entrei, também ninguém levantou.”

Paulo Henrique Amorim

Mais concursos em evidência

PERNAMBUCO

Foram lançados dois editais para realização de concurso público no intuito de contratar novos professores para o corpo docente da UNIVASF – Universidade Federal do Vale do São Francisco, estado de Pernambuco.
São 07 oportunidades destinadas a Professores de nível superior com especialização, mestrado ou doutorado para atuação em diferentes especialidades.
As inscrições devem ser feitas até o dia 04 de junho no site da Instituição, observando o pagamento da taxa de inscrição nos valores que variam entre R$ 80 e R$ 112 de acordo com a categoria de cada função.
A avaliação ocorrerá através da realização de prova objetiva, didática e análise de títulos. Todas as etapas deverão ser aplicadas no dia 17 de junho de 2010, a partir das 9h, no Campus Petrolina Centro da UNIVASF.
Confira as tabelas de vagas nos editais 18 e 19/2010.

Foram abertas 300 vagas em caráter temporário para profissionais interessados em ingressar na Secretaria Executiva de Ressocialização do Estado de Pernambuco através de processo seletivo simplificado.
As oportunidades são destinadas a candidatos de nível médio, técnico e superior nas áreas profissionais de saúde e educação. A remuneração varia entre R$ 730 e R$ 3.060, sendo o valor mais elevado destinado aos cargos da área médica.
As inscrições serão aceitas até o dia 08 de junho de 2010 e deverão ser feitas diretamente na sede da Escola Penitenciária de Pernambuco, localizada em Recife. Para os moradores das regiões mais afastadas da Grande Recife, as inscrições podem ser solicitadas por SEDEX conforme regulamento que consta no item 3.2 do edital.
O processo seletivo será realizado em apenas uma etapa de análise curricular, com data prevista para o período de 09 a 18 de junho de 2010. O resultado será divulgado no dia 22 de junho.
Mais informações podem ser obtidas no site da Secretaria de Ressocialização.
Confira a relação de vagas no edital.

SÃO PAULO

Mais de 250 vagas são oferecidas para quem deseja ingressar no quadro geral de servidores da Prefeitura de Rio Grande da Serra, município da região metropolitana de São Paulo. A oportunidade surge através da realização de concurso público, para o qual poderão se inscrever candidatos de todos os níveis de escolaridade.
Entre as vagas disponíveis, os salários podem chegar a R$ 2.080,10 para cargos de diferentes áreas profissionais.
As inscrições serão aceitas durante todo o período de 01 a 25 de junho de 2010 e poderão ser feitas através do site da organizadora Moura Melo ou diretamente na sede da Prefeitura. Para confirmar a candidatura, os inscritos deverão efetuar o pagamento de uma taxa no valor que varia entre R$ 18 e R$ 48, conforme os requisitos exigidos para cada função.
As provas deverão acontecer no dia 18 de julho de 2010. Informações sobre o local e o horário de realização serão divulgados após o encerramento do período de inscrição.

Até o dia 09 de junho de 2010 estarão abertas as inscrições para o concurso público da Agência das Bacias Hidrográficas PCJ – Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, do estado de São Paulo. Poderão concorrer candidatos com ensino médio ou superior para provimento de 05 vagas no quadro geral de servidores da companhia.
A remuneração máxima oferecida é de R$ 3.786,02 para o cargo de Analista Técnico.
As inscrições podem ser realizadas no site da organizadora Publi Consult durante o prazo estabelecido. No ato da inscrição o candidato deverá pagar uma taxa no valor de R$ 45 ou R$ 50 de acordo com os requisitos do cargo desejado.
As provas serão de múltipla escolha, com data prevista para 20 de junho de 2010 a partir das 9h. O local será informado aos inscritos após o encerramento das inscrições.
Confira a tabela completa no edital.

A partir do dia 07 de junho de 2010 poderão ser feitas as inscrições para a realização do concurso público promovido pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo que irá contratar profissionais de nível superior para o cargo de Cirurgião Dentista.
São oferecidas duas vagas imediatas para a função, que exige formação completa na área odontológica realizada em instituição reconhecida pelo MEC. O salário inicial do cargo é de R$ 5.078,81.
O prazo de encerramento das inscrições é 12 de julho de 2010. Até lá você poderá concorrer ao cargo fazendo sua inscrição diretamente no site da organizadora Fundação Vunesp. O valor da taxa de inscrição é de R$ 60.
Serão aplicadas provas objetivas, práticas e de títulos, com início previsto para 08 de agosto de 2010. Demais informações serão divulgadas no site da Vunesp com até uma semana de antecedência da data das provas.
Confira as atribuições do cargo no edital.

A Prefeitura Municipal de Marília, estado de São Paulo, divulga 04 editais de abertura de concurso público com um total de 300 vagas para preenchimento do quadro geral de servidores.
Poderão participar candidatos com ensino fundamental, médio e superior com cargos em diversas áreas de atuação e salários de até R$ 2.710.
Confira as tabelas de vagas nos editais.
As inscrições devem ser efetuadas no site da organizadora Cemat Concursos mediante o pagamento de uma taxa no valor de R$ 13,05 a R$ 20,60, variando de acordo com as exigências de cada cargo. Também serão aceitas inscrições presenciais no Espaço Cultural de Marília.
O prazo para as inscrições encerra no dia 18 de junho de 2010.
As provas serão aplicadas em datas diferentes, previamente definidas para os dias 18 de julho e 01,15 e 29 de agosto de 2010. Cada uma dessas datas atenderá a avaliação de um grupo específico, determinado nos editais.

GOIÁS

A Prefeitura Municipal de Ceres, do estado de Goiás, está com inscrições abertas para o preenchimento de 50 vagas através da realização de concurso público. Poderão concorrer candidatos com ensino fundamental, médio e superior aos cargos oferecidos de diversas áreas de atuação.
A remuneração máxima chega a R$ 1.060,54.
Interessados em concorrer a uma dessas vagas deverão efetuar a inscrição no site da Prefeitura de Ceres até o dia 13 de junho de 2010 mediante o pagamento da importância de R$ 40 (nível fundamental), R$ 50 (nível médio) ou R$ 60 (nível superior).
Aos candidatos que não tiverem acesso à internet foram disponibilizados computadores no Posto de Inscrição localizado na sede da Prefeitura.
As provas deverão acontecer no dia 27 de junho de 2010 a partir das 9h. O local ainda não foi definido.
Confira a tabela de oportunidades no edital do concurso.

RORAIMA

Até o dia 18 de junho de 2010 poderão ser feitas as inscrições para a realização do concurso público da UFRR – Universidade Federal de Roraima, que prevê a contratação de 07 servidores para cargos da área Técnica- Administrativa.
São 07 vagas disponíveis a candidatos com ensino médio ou superior para o provimento de cargos em diversas áreas de atuação.
Interessados deverão se inscrever pessoalmente na Diretoria de Recursos Humanos da Instituição, na capital de Roraima, Boa Vista. A taxa de inscrição é de R$ 50 e R$ 60, respectivamente para os cargos de nível médio e superior.
As provas objetivas estão previstas para o dia 18 de julho de 2010. Qualquer alteração no cronograma será informada através do site da UFRR.
Confira a relação completa de vagas no edital.

RIO DE JANEIRO

A Organização Social Viva Comunidade lança mais um edital para realização de processo seletivo no Rio de Janeiro. O objetivo é contratar 112 novos Agentes Comunitários de Saúde para integrar a equipe do PSF – Programa Saúde da Família.
As vagas são destinadas às comunidades de Pavuna, Anchieta, Guadalyupe, Rocha Miranda e Irajá. Os candidatos devem ter ensino fundamental completo e idade mínima de 18 anos.
As inscrições serão aceitas durante o período de 07 a 10 de junho de 2010 e devem ser efetuadas na sede da Viva Comunidade, no Bairro da Glória. Toda a documentação necessária para inscrição está relacionada no item 5 do edital.
As provas acontecerão no dia 12 de junho de 2010 a partir das 9h. O local de realização será informado no ato da inscrição.
Mais informações podem ser acompanhadas no site da Viva Comunidade.
Veja no edital quais são os outros requisitos para concorrer às vagas.

MINAS GERAIS

A Secretaria do Desenvolvimento Social e Cidadania do Município de Unaí, do estado de Minas Gerais, divulga edital de abertura de processo seletivo para a contratação efetiva de profissionais de todos os níveis de escolaridade.
São oferecidas 62 vagas para cargos de diversas áreas de atuação, com salários que atingem a marca de R$ 2.618,20.
As inscrições poderão ser feitas no Centro Público de Promoção do Trabalho, localizado na região central do município. O valor da taxa para participação do processo seletivo é de R$ 10 para todos os cargos.
A data prevista para a aplicação da prova escrita é 19 de junho de 2010. Informações sobre o local e o horário de realização das provas serão disponibilizadas através de novo edital no site da Prefeitura de Unaí com até quatro dias de antecedência.
Confira o edital com todas as vagas disponíveis.

Mais de 70 vagas estão disponíveis para provimento do quadro de servidores da Prefeitura Municipal de Pedra Azul, do estado de Minas Gerais, através da realização de concurso público de provas. O concurso, que havia sido suspenso no ano passado, retoma o período de inscrições para a data de 16 de agosto até 14 de setembro de 2010.
As oportunidades são oferecidas a candidatos de todos os níveis de escolaridade para ocupação de cargos com salários que não ultrapassam o valor de R$ 927,64.
Interessados poderão se inscrever no site da organizadora Gazzinelli Consultoria mediante o pagamento de uma taxa no valor que varia entre R$ 30 e R$ 60 de acordo com o grau de instrução exigido para cada função.
A prova será realizada no dia 24 de outubro de 2010. Informações sobre locais e horárIos serão dadas por meio de edital de convocação a partir do dia 29 de setembro.
Confira a tabela completa de cargos no Quadro IV do edital.

Durante o período de 02 de agosto e 03 de setembro de 2010 estarão abertas as inscrições para quem deseja concorrer a uma das 136 vagas disponíveis no quadro geral de servidores da Prefeitura Municipal de Borda da Mata, de Minas Gerais.
Poderão participar candidatos de todos os níveis de escolaridade. Os salários giram em torno de R$ 1.652 podendo chegar a R$ 3.312 para o cargo de Médico Plantonista.
Para efetuar a sua inscrição, preencha o formulário no site da organizadora IBAM ou compareça na sede da Prefeitura Municipal. Todos os candidatos devem confirmar a inscrição através do pagamento de uma taxa nos valores de R$ 30 para cargos de nível fundamental, R$ 50 para os de nível médio e R$ 75 para nível superior.
A realização da prova escrita objetiva acontecerá no dia 10 de outubro de 2010 no município. Após a homologação das inscrições, a empresa organizadora avaliará a necessidade de estender o local de aplicação das provas também para cidades vizinhas a Borda da Mata.
Confira a tabela completa no Anexo I do edital.

PIAUÍ

Profissionais interessados em concorrer a uma das oportunidades oferecidas pelo concurso público da Prefeitura Municipal de São Pedro do Piauí, estado do Piauí, terão mais uma chance para realizar sua inscrição. O prazo foi prorrogado até o dia 11 de junho de 2010.
São oferecidas 108 vagas para profissionais de todas as áreas com ensino fundamental, médio e superior. Os salários podem chegar a R$ 2 mil.
Confira a tabela completa no Anexo I do edital.
As inscrições deverão ser efetuadas no site da organizadora Fundação Cajuína ou diretamente na sede da Prefeitura local. O valor a ser pago para efetivar a candidatura varia entre R$ 30 e R$ 100 dependendo os requisitos de cada função.
A data da prova está prevista para 27 de junho de 2010, podendo sofrer alterações decorrentes da prorrogação do período de inscrições. Mais informações podem ser acompanhadas diretamente na página do concurso.

FEDERAIS

Estão abertas as inscrições para quem deseja ingressar no quadro de Oficiais da Marinha Mercante através do processo seletivo EFOMM. São 370 vagas destinadas à realização do Curso de Formação nas escolas CIAGA (Rio de Janeiro) e CIABA (Belém, Pará).
Poderão ingressar os candidatos com idade entre 17 e 23 anos que tenham concluído o ensino médio até a data da matrícula.
As inscrições serão aceitas até o dia 30 de junho de 2010 e deverão ser efetuadas no site do CIAGA. Para concorrer é fundamental que os candidatos leiam todas as instruções e requisitos nos editais. A taxa de inscrição é de R$ 50 e poderá ser paga até o dia 05 de julho.
A prova escrita deve ser realizada no dia 07 de agosto de 2010 a partir das 08h30. Confira no edital em quais cidades do país serão aplicadas as provas do processo seletivo.

PARANÁ

Entre 07 e 21 de junho de 2010 os profissionais da região de Wenceslau Braz, do estado do Paraná, terão a oportunidade de concorrer a uma das 100 vagas disponíveis no quadro geral de servidores através de concurso público. Poderão se candidatar aqueles que tiverem ensino fundamental, médio ou superior.
As oportunidades, com salários de até R$ 7 mil, foram criadas para suprir as vagas oferecidas no PSF – Programa Saúde da Família e Clínica da Mulher e da Criança.
As inscrições poderão ser efetuadas somente via internet pelo site da instituição UNIOESTE, responsável pela organização do concurso. A taxa de inscrição varia de acordo com o grau de escolaridade exigido para cada função, podendo representar de R$ 20 a R$ 120.
Os inscritos deverão prestar prova escrita na data prevista de 04 de julho de 2010 a partir das 8h30. O local de realização será o Colégio Estadual Dr. Sebastião Paraná, em Wenceslau Braz.
Outras informações devem ser acompanhadas no site da UNIOESTE.

SANTA CATARINA

Até o dia 23 de junho de 2010 o Tribunal de Justiça de Santa Catarina receberá inscrições de profissionais que desejam integrar o quadro de servidores através da realização de concurso público.
São oferecidas 53 vagas, além do cadastro de reserva, para o cargo de Oficial da Infância e Juventude, para o qual poderão concorrer candidatos com ensino superior completo em diferentes áreas. A remuneração base para a função é de R$ 3.707,97.
As inscrições devem ser feitas exclusivamente pela internet através do site do Tribunal de Justiça, no canal de Concursos. O valor da taxa de inscrição é de R$ 75.
As provas serão aplicadas em diversas regiões do estado, conforme aponta a tabela do item 6 do edital. Informações sobre a data, hora e local serão divulgadas no site do TJ-SC após a homologação das inscrições.
Confira a distribuição das vagas no edital.

CEARÁ

A Prefeitura de Aquiraz, município da região litorânea do estado do Ceará, promove concurso público para contratação de 41 novos servidores. A oferta é para o cargo de Agente de Trânsito e Transporte Urbano, para o qual poderão concorrer candidatos de nível médio com Carteira de Habilitação nas categorias A e B.
O salário base referente ao cargo é de R$ 510, com acréscimo de taxa adicional de Periculosidade e gratificações.
As inscrições deverão ser feitas na Ilha Digital, localizada na Praça das Flores, em Aquiraz. Para confirmar sua candidatura é necessário também efetuar o pagamento de uma taxa de R$ 50. Os dados para depósito dessa importância estão discriminados no item 2.3 do edital.
Para realizar a prova objetiva, os candidatos devem comparecer com uma hora de antecedência ao local que será divulgado após a homologação das inscrições. A data prevista para aplicação das provas é 20 de junho de 2010.
Mais informações podem ser encontradas no site da organizadora SERAP.
Confira no Anexo I a tabela completa de vagas.

SERGIPE

Mais de 50 vagas poderão ser disputadas através da realização do concurso público da Prefeitura Municipal de Tomar do Geru, do estado de Sergipe. As inscrições poderão ser feitas até o dia 11 de junho de 2010.
Poderão participar do concurso candidatos com ensino fundamental, médio e superior para o provimento de cargos em diferentes áreas profissionais, com salários que podem chegar a R$ 5.950 para a função de Médico do Programa Saúde da Família.
Interessados devem fazer sua inscrição no site da organizadora SEPROD ou pessoalmente no Auditório da Secretaria da Educação do Município. A taxa de inscrição varia entre R$ 38 e R$ 80, dependendo as exigências da função escolhida.
As provas objetivas deverão ser aplicadas na data de 11 de julho de 2010. O local e horário da realização da prova será informado a partir do dia 30 de junho através de edital de convocação.

MATO GROSSO DO SUL

O TRT – Tribunal Regional do Trabalho do Estado do Mato Grosso divulga edital para realização de concurso público no intuito de contratar 02 novos servidores. As vagas são destinadas ao cargo de Juiz Substituto, para o qual é exigido ensino superior completo na área de Direito.
Entre os requisitos, os candidatos deverão comprovar experiência mínima de três anos na área jurídica. A remuneração oferecida é de R$ 21.766,15.
Interessados poderão se inscrever diretamente no site do TRT-MS até o dia 08 de junho de 2010. Para confirmar sua candidatura, o candidato deverá efetuar o pagamento de uma taxa no valor de R$ 109.
A avaliação acontecerá por meio de aplicação de prova escrita e oral, além dos exames psicológicos e análise de títulos. A data prevista para início do processo de seleção e classificação é 17 e 18 de julho de 2010 e as provas serão realizadas no Bloco D da UNIC – Universidade de Cuiabá a partir das 14h no primeiro dia e às 8h no segundo.
Confira as atribuições do cargo no edital.
Está cada vez mais patético o discurso da oposição. Depois de dizer que as camisinhas chinesas fedem "à pena de galinha fervida" e comentar que “o chinês deve gostar, no momento apropriado, do cheiro de galinha”, José Serra acusou o governo boliviano de ser cúmplice do tráfico de cocaína para o Brasil
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O comentário de Serra sobre a Bolívia pode ser ouvido em www.tijilaco.com/?p=15965.
Poderíamos até ignorar tais declarações se elas não tivessem partido de um homem que pretende ser o nosso presidente. Num momento em que a diplomacia brasileira tem colocado o País em lugar de destaque na política internacional, a vitória de Serra significaria um gritante retrocesso. Como bem observou o deputado Brizola Neto, a ideia que os tucanos têm de diplomacia não é mais sofisticada que as do Capitão Nascimento, do filme Tropa de Elite.
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Não é difícil prever que, uma vez na presidência, Serra irá abalar rapidamente as relações de cooperação e solidariedade que construímos com os países vizinhos, jogando nossos esforços diplomáticos na lata de lixo. Com Serra, o Brasil perderia a capacidade de mediar conflitos e passaria a gerá-los, abrindo novamente espaço para o clima de insegurança que sempre manchou o nosso continente.
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Pior papel fez o senador Álvaro Dias, ao comprar a briga de seu candidato: acusou Lula de estimular o uso de drogas pelo fato de ter se deixado fotografar, ao lado de Evo Morales, com um colar indígena feito com folhas de coca. O pensamento arcaico, obtuso e ignorante do senador tucano desconsidera que mascar a folha de coca é uma tradição milenar dos povos pré-colombianos. A folha de coca (e não a cocaína!) é um símbolo da identidade cultural dos indígenas que habitam a região dos Andes e é usada, principalmente, na infusão dos chás que rebatem o frio das grandes altitudes.
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Mas a virulência da direita não conhece limites e o senador Eduardo Azeredo, o mesmo que já quis censurar a internet, cobrou uma “posição mais dura” do governo brasileiro em relação ao boliviano. Da mesma forma, o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, afirmou que “a Bolívia não é um país sério”. Se dependesse deles, estaríamos em guerra com o país vizinho, nação amiga e pacífica.
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Não fica difícil perceber que estarão em jogo, nestas eleições, dois projetos de governo não apenas distintos, mas radicalmente opostos. São duas visões de mundo conflitantes e antagônicas: uma conservadora e autoritária; outra progressista e solidária. Uma servil e atrelada ao Consenso de Washington; outra, soberana e diplomática. Uma elitista, outra popular. Dilma Rousseff encarna a visão de mundo que o povo brasileiro saberá reconhecer como sua:
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“Não é possível, de forma atabalhoada, a gente sair dizendo que um governo é isso ou aquilo. Não se faz isso em relações internacionais. Este não é o papel de um estadista ou de quem quer ser estadista. Não acho que este tipo de padrão, em que você sai acusando outro governo, seja uma coisa construtiva. Temos que ter cautela, prudência e saber que são relações delicadas, que envolvem soberanias. Mesmo sendo [a Bolívia] um país pequeno, e por ser um país pequeno, a delicadeza tem que ser maior”
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Vejam a declaração na íntegra:

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PS: Que o vídeo acima sirva de exemplo aos militantes da esquerda radical. Quando vocês dizem que Serra e Dilma são a mesma coisa e que tanto faz a vitória de um como de outro, deveriam, no mínimo, pensar na irresponsabilidade da falta de visão histórica que têm demonstrado.
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PS2: Não deixem de ler também a Carta Aberta aos Organizadores do Comida di Buteco, que Eduardo Goldenberg publicou em seu Buteco do Edu.
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PS3: Hoje, sexta-feira, comemora três anos a roda do Anhangüera dá Samba, ideia inicial de meu mano Arthur Tirone, o Favela, de unir duas das maiores instituições brasileiras: o clube de várzea e o samba. O convidado é mestre Nei Lopes. E a iniciativa rendeu até uma matéria na Carta Capital. Parabéns a todos os envolvidos, à rapaziada do Inimigos do Batente e aos que continuam mantendo acesa a chama da cultura popular mais generosa e verdadeira.

De Bruno Ribeiro

Irã diz que Israel pode destruir em uma semana

"Chefe de Gabinete do governo iraniano, Esfandiar Rahim Mashaei, disse: "Se eles nos atacarem, os sionistas não viverão mais de uma semana." preocupação da comunidade internacional

Segundo a agência de notícias estatal iraniana semi-Mashaei, que também é vice-presidente do Irã, disse "Em menos de 10 dias" seu país pode destruir Israel.

Ele também disse que as novas sanções da ONU só coloca "em risco" os países principais protagonistas.

Mashaei não é de estranhar a primeira vez que este tipo de declarações racistas. Mesmo as tentativas oficiais iranianas a espalhar esta mensagem em todo o mundo.

Em uma recente reunião com o presidente sudanês, Omar al-Bashir disse que "regime corrupto e criminoso sionista está prejudicando não só o mundo árabe e muçulmano, mas para toda a humanidade. "

As declarações ocorrem no âmbito das negociações sobre o programa nuclear do governo de Mahmoud Ahmadinejad, que se opõe a comunidade internacional, e que a ONU deverá aprovar uma nova rodada de sanções na ausência de cooperação de Teerã.

Mat.24: 6 "E ouvireis de guerras e rumores de guerras ..."

Vamos estar preparados!

Utilidade pública eleitoral

Atenção. Mudou. O Eleitor não votará mais só com um documento.


O Eleitor terá de apresentar título e documento com foto para votar.
A dupla exigência foi inserida pela Lei 12.034/2009

Serão aceitos, juntamente com o título, a carteira de identidade ou documento de valor legal equivalente (identidade funcional), carteira de trabalho ou de habilitação com foto e certificado de reservista. Já as certidões de nascimento ou casamento não serão admitidas como prova de identidade.

Não deixe pra última hora. Procure já o seu título. Não acha? Não lembra onde o guardou? Vá ao Cartório Eleitoral mais próximo e faça uma 2ª via. Não fique sem votar. Como? Vide abaixo:

Onde eu faço meu Título de Eleitor?
- Seu título deve ser emitido na cidade em que você mora, na Central de Atendimento ao Eleitor ou no Cartório Eleitoral da sua cidade. Caso não haja um Cartório Eleitoral em seu município, informe-se qual município responsável pelas eleições em sua cidade e compareça ao Cartório Eleitoral de lá.

- Vou tirar uma Segunda via de meu Título de Eleitor :
. Documento oficial e original que contenha nome completo, data de nascimento, filiação e cidade onde nasceu (Identidade, Certidão de Nascimento ou Casamento, Reservista,Carteira de Trabalho). Não serão aceitos a carteira de habilitação e o passaporte.

Quanto eu pago?
- A emissão do Título de Eleitor, quer seja primeira vez, segunda via, transferência ou revisão, é gratuita desde que o eleitor esteja em dia com suas obrigações eleitorais.

"Guerra contra a Democracia"

"Guerra contra a Democracia" é um documentário de 2007 escrito por John Pilger e dirigido por ele mesmo e Christopher Martin

O documentário centra-se na intromissão dos EUA nos assuntos políticos da América Latina.
Descreve a participação da CIA nos golpes de estado contra Jacobo Arbenz na Guatemala e Salvador Allende no Chile. Também aborda o tema da situação econômica no Chile depois da ditadura de Augusto Pinochet, a ascensão de Evo Morales na Bolívia e o golpe de estado contra o presidente Hugo Chavez da Venezuela, em 1972, que teve a provável participação dos EUA, através da CIA."

"Guerra contra a democracia" foi premiado em Londres como o melhor documentário do ano e é um "must see" para todos os que desejam conhecer melhor as "operações sombrias" planejadas, financiadas e executadas pelo governo dos EUA contra países da América Latina.

Os EUA possuem mais de 700 bases militares espalhadas pelo mundo, tem fomentado, financiado e participado direta ou indiretamente em quase todas as guerras ocorridas no planeta no século 20.

Com a ascensão do petróleo como a mais importante matéria prima do século 20, os EUA tem operado ativamente em dominar política e logisticamente todos os países ricos em Petróleo.

Desde a nacionalização do petróleo na Venezuela por Hugo Chavez, os EUA tem trabalhado incessantemente em demonizá-lo.

Atualmente os EUA tem um "braço" militar instalado na vizinha Colômbia através de muitas bases militares e tem trabalhado em incitar atrito entre Venezuela e Colômbia, uma "política" condizente com o interesse dos EUA em desestabilizar o governo nacionalista e anti imperialista do presidente Chavez..

John Pilger, jornalista australiano, ganhador de muitos premios internacionais, tem uma carreira impressionante de trabalho como jornalista, autor, conferencista e detentor oito títulos de doutor Honoris causa de varias universidades.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Transparência total: A partir de hoje, gastos do governo estarão disponíveis na internet


O Portal da Transparência do governo federal terá, a partir de hoje, uma sessão com informações diárias dos gastos públicos da União. Criado em 2004, o portal atualizava as informações mensalmente.

A nova ferramenta, desenvolvida pela CGU (Controladoria- Geral da União) em parceria com a Secretaria do Tesouro Nacional e o Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), cumpre a Lei Complementar 131/2009 que determina a divulgação em tempo real, pelos governos federal, estaduais e municipais, de informações pormenorizadas sobre os gastos públicos.

A data limite para o cumprimento da norma para as cidades de mais de 100 mil habitantes e Estados também é hoje.

De acordo com a CGU, o Portal será recarregado, em média, com 200 mil novos documentos a cada dia, referentes a empenho, liquidação e pagamento de despesas.

"Será a abertura completa dos dados do Siafi, em linguagem compreensível pelo cidadão", afirmou o ministro-chefe da CGU, Jorge Hage, referindo-se ao sistema informatizado de acompanhamento de gastos federais, cujo acesso é feito atualmente mediante senha. AB

No que diz respeito à receita, além das informações já apresentadas no Portal da Transparência, o governo passará a divulgar também os dados sobre a fase de lançamento, com atualização diária das informações.

Desta forma, a nova consulta permite ao cidadão acompanhar a execução orçamentária e financeira dos órgãos e entidades do Poder Executivo Federal que utilizam o Siafi, com informações completas e atualizadas diariamente.

Para o ministro, o Brasil dá, com a iniciativa, "um passo da maior importância na sua consolidação como uma das grandes democracias do mundo, saindo na frente da maioria dos demais países e abrindo a todos os cidadãos o acesso diário às informações sobre as receitas arrecadadas [o imposto pago pela população] e as despesas realizadas pelos órgãos públicos".

Segundo Hage, "este caminho é irreversível" .

Eleição se ganha no voto

Reproduzo um outro texto muito interessante do professor Fabiano Santos do IUPERJ sobre a judicialização da campanha e a partidarização do TSE.

Na minha opinião, leiga e de cidadã, não acho que o TSE cederá à vontade dos poucos ministros de visão partidarizada. O TSE, enquanto instituição, é maior que eles.

No Brasil não há nenhuma sombra de instabilidade seja ela econômica, política ou social que justifique um ‘tapetão’. Se o TSE resolver seguir este caminho a própria instituição se acabará, porque perderá o respeito que os cidadãos brasileiros têm em relação a ela. Seria um tiro no pé que traria o povo às ruas.

É bom que os poucos ministros que parecem querer partidarizar o STF ou que estão permitindo a sua partidarização não se esqueçam que estamos falando de um presidente com aprovação recorde na história e com um moral internacional que nenhum outro chefe mandatário da nação conseguiu ter.

O Brasil mudou, somos mais politizados, temos mais recursos para expressar nossa opinião e se opor a desmandos venham eles de onde vir.

Nossas instituições estão fortalecidas, a economia vai bem e apesar das grandes zonas de pobreza ainda existirem elas persistem muito mais pela inoperância de administrações truculentas e sem prioridades efetivas. São Paulo é um grande exemplo: o estado mais rico da federação com a educação em queda, com sua capital estrangulada pelo trânsito, com os moradores da periferia mergulhados no lixo e que rezam para não chover para não serem vitimados pelas enchentes. Estado e, principalmente, a capital caótica e desigual não são administrados pelo PT de Lula.

Lula com políticas públicas expressivas como o Bolsa Família tirou milhões de brasileiros da miséria, diminuindo desigualdades vergonhosas; com o PAC redesenhou a economia do país, recuperando, por exemplo, indústrias sucateadas como a indústria naval, investindo em infra-estrutura de portos, na produção de energia elétrica que antes sucateadas impediam o país de crescer. A economia em crescimento resultado da política do governo Lula fez até Abílio Diniz levar o seu pomposo Grupo Pão de Açúcar para o Nordeste.

Seus detratores, com discursos arrivistas não saem das redações e dos gabinetes, quando pisam os pés em regiões onde nunca os governos anteriores investiram não sabem o que dizem, sequer têm informações das expressivas transformações, são atropelados por prefeitos de seus próprios partidos que apóiam a candidata adversária. Dão sempre vexame inclusive entre seus correligionários, além das ’saias justas’ que colocam a própria diplomacia do país falando bobagens em relação ao Mercosul, ao Irã, à Bolívia, à China…

Eleição se ganha no voto e esta terá o voto de eleitores que querem a continuidade de um Brasil que melhorou expressivamente.



O Tribunal Superior Eleitoral é instituição essencial em nossa engrenagem político-democrá tica. Foi criado após a Revolução de 30 com a clara e específica missão de estabelecer a verdade eleitoral.

Missão, em outras palavras, de aplicar o princípio, desobedecido sistematicamente durante a Primeira República, de acordo com o qual são eleitos os candidatos que obtêm o número necessário de votos para derrotar seus competidores.

Não estaríamos longe da verdade ao afirmar que o TSE tem cumprido seu papel com zelo e brilhantismo. Como prova disso, lembro que o processo eleitoral brasileiro é admirado e tido como exemplar em várias partes do mundo, sobretudo, após a adoção da urna eletrônica e o consequente aumento dos votos validados para os vários cargos em disputa.

Indago, portanto, entre surpreso e perplexo, de onde ministros daquele tribunal, procuradoras eleitorais e colunistas políticos importantes extraíram a ideia segundo a qual o chefe do Executivo não pode apoiar, nem lançar candidato a sua sucessão.(grifos nossos)

Fiz mais do que indagar ao léu: recorri aos manuais de filosofia e ciência política. Existiria alguma dogmática, doutrina ou teoria da democracia que prescreva tal conduta? Talvez algum grande erudito republicano possa nos esclarecer o ponto.

Contudo, nada encontrei que corroborasse o raciocínio dos ministros. Fiquei, então, preocupado com o rumo que a conjuntura política vem tomando.

Uma coisa é o uso da lei para pautar o comportamento dos atores e evitar a utilização indevida dos recursos econômicos e administrativos do estado em favor de tal ou qual candidatura. (grifos nossos)

Outra é a saudável discussão democrática sobre até que ponto os eleitores querem ou não dar continuidade a uma linha de ação, que envolve parcerias, coalizões, idas e vindas, políticas públicas, etc… O chefe do Executivo é neste último sentido peça fundamental da decisão do eleitor.

Não lembro ter havido revolta semelhante com a eleição de Celso Pitta e a ostensiva forma utilizada pelo prefeito de São Paulo na ocasião, Paulo Maluf, para indicar aos eleitores que aquele desconhecido secretário era seu candidato. Cito apenas um caso, mas o mesmo tem ocorrido em todo o país e em diferentes regiões. Trata-se de parte essencial do jogo, aceito por todos os atores e que já é tradição em nossa vida política. É lamentável constatar, por conseguinte, que autoridades do Judiciário tenham experimentado o perigoso caminho de extravasar de suas prerrogativas e função histórica.

Têm procurado avaliar moral e eticamente o comportamento de partidos, assim como de suas lideranças, como se fosse de sua competência tutelar a escolha eleitoral no Brasil.

É de se perguntar até mesmo se o estímulo em última instância, para esse perigoso exercício de judicialização do processo eleitoral, não seriam as inclinações partidárias de juízes e procuradoras. Hipótese plausível – a ser verificada com o desdobramento dos fatos. Sabemos que nos EUA o fenômeno da judicialização da política não é outra coisa senão a partidarização de segmentos do Judiciário, notadamente a Suprema Corte. Sabemos também que isto é até certo ponto inevitável e que o Executivo tem ultimamente buscado no Brasil algum equilíbrio no STF ao apontar progressistas para cadeiras vagas como forma de compensar o excesso de conservantismo após anos de governos de centro-direita.

O perigo diante de nós é atingir um órgão com a responsabilidade do TSE, pois não há como expô-lo às vicissitudes das disputas partidárias sem comprometer também, e em seus fundamentos, o admirável edifício democrático que a duras penas os brasileiros vêm construindo desde a promulgação da Carta de 1988.

Lamentável que autoridades do Judiciário tenham extravasado de suas prerrogativas.