O pré-candidato tucano à Presidência da República, José Serra (PSDB/SP), atacou o Mercosul, afirmando que o bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela “é uma farsa”, que “só serve para atrapalhar”. “O Mercosul é uma barreira para o Brasil fazer acordos comerciais”, disse Serra, sugerindo que a melhor forma de fomentar as exportações seria o fim do Mercosul para “criar uma zona de livre comércio”.
O ex-governador de São Paulo participou de um encontro com empresários reunidos pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). No evento, Serra insinuou que a participação do país no Mercosul “não faz sentido”, menosprezando o papel desempenhado pelo bloco na integração econômica do Brasil com os países vizinhos.
O tucano fez questão de ignorar, por exemplo, que dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), em janeiro passado, apontaram que a corrente de comércio com a Argentina – principal vizinho do bloco – em 2009 ocupou o terceiro lugar entre os parceiros comerciais do Brasil, com valor superior a 24 bilhões de dólares, atrás apenas de China (US$ 36.102) e Estados Unidos (US$ 35.922).
Somando o fluxo de comércio com a Venezuela, cuja integração plena ao Mercosul ainda não foi concretizada, o valor ultrapassa 28 bilhões de dólares. O incremento da corrente de comércio (soma das exportações e importações), que serve para medir o fluxo comercial entre dois países ou blocos econômicos, é um retrato evidente de como o fortalecimento que o Mercosul teve a partir da posse de Lula alterou o modelo de inserção subordinada aos países ricos.
O Mercosul teve suas bases estruturais lançadas no Protocolo de Ouro Preto (MG), em 16 de dezembro de 1994, que deu sequência ao Tratado de Assunção (Paraguai), em 1991.
Na reunião com os empresários, o pré-candidato do PSDB disse que poderá promover uma revisão em todos os contratos de empresas privadas com a União caso seja eleito. Segundo Serra, os financiamentos do BNDES também serão redirecionados.
Além de palestra na Fiemg, Serra seguiu o mesmo roteiro feito pela ex-ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à presidência, em sua visita a Belo Horizonte. Teve uma reunião com políticos locais e deu entrevista à Rádio Itatiaia, onde declarou que o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) “não existe”. “O PAC é uma lista de obras, vamos ser realistas. A maior parte não foi feita. As obras, a gente tem que definir, tocar e fazer acontecer”, alegou, quando questionado se daria continuidade às obras do programa.
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