sexta-feira, 28 de maio de 2010

Colômbia: escândalo esquenta clima político

A acusação de que Santiago Uribe, irmão do presidente Álvaro Uribe, financiou e comandou um esquadrão de extermínio de ultradireita - mais um dos vários grupos paramilitares da Colômbia - esquentou o clima político no país a uma semana da eleição presidencial.

Publicada pelo jornal The Washington Post, a acusação contra Santiago foi feita em entrevista por um ex-diretor da polícia colombiana, major Juan Carlos Meneses. Os mais cotados na disputa eleitoral que se avizinha são Juan Manuel Santos - candidato do governo, primo e ex-ministro da Defesa do presidente Uribe e Antanas Mockus (Partido Verde), ex-prefeito de Bogotá.

O major Meneses acusa Santiago Uribe de ter financiado e comandado o grupo paramilitar nos anos 90 e, pior, com o conhecimento do irmão, Álvaro Uribe, na época, senador. Arquivada por falta de provas, a investigação encerrou-se em 1999, mas frente às declarações de Meneses, o Ministério Público colombiano pode reabrí-la.

Defesa pífia

As declarações do ex-diretor de Polícia, tornadas públicas a uma semana da eleição presidencial, caíram como uma bomba sobre o governo. Mas, segundo o vice-presidente da Colômbia, Francisco Santos, a denúncia é uma manobra do jornal para prejudicar o candidato da situação, Juan Manuel Santos.

Estranha defesa essa do governo Uribe, porque o jornal que repercutiu a denúncia é norte-americano e os Estados Unidos foram o maior sustentáculo aos seus dois governos. Mesmo quando quase metade dos seus integrantes - ministros e parlamentares de sua base de apoio, inclusive - estavam denunciados como envolvidos com os paramilitares e acusados de terem suas campanhas eleitorais financiadas pelo narcotráfico.

OS EUA nada fizeram, também, quando Álvaro Uribe fez todas as manobras já conhecidas no continente, entre as quais compra de votos no Congresso para aprovar nova reeleição sua para um 3º mandato, o que só não conseguiu porque foi barrado pela Justiça.

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