sexta-feira, 28 de maio de 2010

A TRUCULÊNCIA E A CORRUPÇÃO NO GOVERNO CUSTÓDIO

O estado de abandono da cidade de Juiz de Fora é anterior à greve dos servidores públicos municipais. A primeira realidade do cidadão, em qualquer lugar do mundo, é sua cidade. O governo (governo?) Custódio Matos é um descalabro em cada ponto ou vírgula desde o momento de sua posse.

Quem quer que estivesse nas ruas centrais da cidade na terça-feira, 25 de maio, por volta do meio dia, deparou-se com legiões de varredores de ruas contratados às pressas a uma empresa dessas que presta serviços ditos terceirizados a prefeituras, dando a impressão que limpavam alguma coisa.

No máximo levantaram uma baita poeirada.

Ataque de autoridade do secretário de Governo (governo?) Vítor Valverde. Principal amarra cachorro – antiga expressão usada para caracterizar o puxa saco – do prefeito, na prática, integrante do triunvirato que governa/desgoverna Juiz de Fora. A primeira dama, o tal secretário e dona Suely Reis.

O dito cujo, Vítor Valverde, fez publicar nota anunciando providências drásticas para manter a cidade limpa, fazer com que os serviços públicos funcionem e sanções contra os servidores grevistas, tudo pelo bem estar do povo.

É o comandante em chefe da Guarda Municipal e leva esse trem a sério, crise de general. Se imagina com quatro estrelas comandando legiões que nem Alexandre o Grande.

Bucha, estrebucha, grita, pula, como se tivesse a menor noção de alguma coisa que não quero o meu e dane-se o resto.

Nos antigos filmes de faroeste o bandido muitas vezes era um dândi. Palavrinha meio complicada, ou em desuso, mas que define bem o que é ser tucano, caso de Custódio. Você olha assim e tem a impressão que existe algo sério ali, quando vai fundo percebe que é ilusão, miragem.

A corrupção é da gênese tucana.

Os tais dândis via de regra controlavam o saloon, tinha dois ou três amarra cachorros de estrita confiança e se dedicavam a infernizar a vida do mocinho, a começar na tentativa de cantar a mocinha.

Passavam a perna em meio mundo e a sessão durava algo em torno de duas horas até que John Wayne conseguisse salvar a pátria amada, libertar a mocinha e tudo terminava num beijo.

O mocinho nem sempre era o xerife. Esse, muitas vezes era controlado pelo dândi, quer dizer, pelo tucano da época. No caso em tela xerife seriam vários, vereadores.

Seis, sete no máximo, cumprem a função. O resto o dândi/tucano embrulha em jornal velho bota num canto e faz gato e sapato segundo seus interesses.

É importante em tempos de debate sobre reforma política, trazer a tona o debate em torno da necessidade de câmaras municipais como representação popular na estrutura atual.

Por seis ou sete vereadores sérios que existem, as câmaras são meros adereços do Executivo, esquema de troca de favores, uma lâmpada ali e outra acolá para atender ao curral eleitoral e pronto.

No caso especifico de Juiz de Fora uma simples comissão de inquérito sobre o assunto lixo e o aterro sanitário da Vital Engenharia Ambiental, braço da famigerada Queiroz Galvão, seria o suficiente para votar o impedimento do prefeito.

O povo paga a propina. No caso, estende-se a órgãos do estado, a FEAM – FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO-AMBIENTE –, na prática, afundação do meio-ambiente. Tem lá o Joa-quinzinho, faz jus ao diminutivo.

Os cofres municipais estão abarrotados com o aumento do IPTU. O destino? A campanha eleitoral dos aliados do prefeito entre eles o rebento Rodrigo Matos, vereador que entra mudo e mudo sai. Dizem até que vai desistir, temor de derrota diante da empulhação que foi a eleição de Custódio.

E do desastre absoluto e total que é o seu governo. Uma continuidade, até porque aliados, do governo;desgoverno Bejani. São sócios na propina do lixo.

Os serviços públicos são fundamentais. Saúde, educação, transportes, limpeza urbana, água. A cabeça de qualquer tucano pensa logo em terceirizar, o que significa superfaturar os pagamentos e embolsar um por fora, daí o sucateamento.

O desastre social com o desmantelamento da AMAC – ASSOCIAÇÃO MUNICIPAL DE APOIO COMUNITÁRIO – num monte de aberrações tucanas é um exemplo.

A ação anti-servidor e assim anti-cidade, contra os direitos fundamentais de serviços públicos gratuitos e de boa qualidade do munícipe (outra palavrinha desgramada) é deliberada. É para justificar as terceirizações, no projeto tucano a privatização do DEMLURB e no futuro da CESAMA.

Os caras não têm o menor escrúpulo, não tem o menor respeito pela cidade, pelos cidadãos.

A greve dos servidores públicos municipais está além da questão salarial em si, estende-se à necessidade de reconstrução desses serviços sem esses remendos neoliberais do tucanato.

O Brasil se lascou no governo de FHC com as privatizações. São Paulo está atolado em dívidas e num desequilíbrio total com as aventuras de José Arruda Serra e a praga existe em vários municípios do Brasil, Juiz de Fora é um deles.

Do ponto de vista tucano, imagine aí o caos Custódio, existem preocupações no governo do estado com essa vergonha toda. A cidade é pólo de uma micro região da Zona da Mata, mas com significativo peso eleitoral e o receio é que o barco furado e corrupto de Custódio e seus amarra cachorros produzam um desastre em outubro, mês das eleições.

Não cola nem a desculpa que o dinheiro, montões, prometido por Aécio não veio, pois Custódio sabia que aquilo tudo era mentira de campanha eleitoral, nada além disso. E por isso o aumento vergonhoso do IPTU.

Num sei como o “general” Vitor Valverde, que não fala e anda ao mesmo tempo, tropeça e cai, nem recita o alfabeto, engasga no “b” e se afoga no “c”, a secretária Sueli Reis (remanescentes e representantes do bejanismo) e a primeira dama vão resolver o problema.

Mas não é o prefeito? Esse não tem a menor idéia de nada. Um cara que vai pegar vinte mil de Marcos Valério para a campanha de um pastel de vento, Eduardo Azeredo nem pastel de vento é.

É um dândi, só isso.

No filme FÚRIA NO ALASCA, do diretor Henry Hathaway, década de 60, com John Wayne, Stewart Granger (que por sinal foi general do exército dos EUA na segunda grande guerra, mas general de verdade, ao contrário do Vítor Valverde), há um dândi.

Tenta passar a perna em todo mundo. Termina na lama. Uma briga memorável em termos de cinema.

Custódio e sua turma vivem lá, na lama.

Agüentar ou não depende da cidade, da capacidade de reação dos juizforanos. Esperar a Câmara, que chamam de representação popular é bobagem. Seis ou sete são insuficientes para vencer a parada, a despeito dos esforços e da luta contínua. Os servidores com sua greve dão um exemplo de luta.

Que tal aquela turma que estava fingindo varrer as ruas para o gáudio do “general” Vítor Valverde, dar uma varrida nos gabinetes de secretários e do prefeito e jogar essa turma no aterro sanitário da Vital/Queiroz Galvão?

É parte do processo de limpeza moral da cidade.

dE lAERTE BRAGA

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