quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Pedágios paulistas são verdadeiras fábricas de fazer dinheiro

O casal Salino Esperança e Lourdes Aparecida Esperança são proprietários do sítio Lagoa Bonita, no município de Engenheiro Coelho, região de Campinas.

O sítio foi cortado ao meio pela rodovia General Milton Tavares de Souza (SP-332), construída há cinco décadas pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER).

Agora, o problema complicou com instalação da praça de pedágio no Km 159,7, autorizada pelo governo José Serra.

O pedágio foi instalado no trecho que divide a propriedade e o casal precisa pagar para ir de um lado a outro do sítio.

Salino Esperança, reclama: “Agora, para completar, entregam a uma concessionária, que instala um pedágio e obriga a gente a pagar até quando vamos cuidar do gado, que fica em nosso sítio, do outro lado da rodovia”.

Para atravessar, a família Esperança é obrigada a pagar R$ 3,50 no pedágio, em frente à propriedade, no sentido Campinas-Engenheiro Coelho.

Depois, precisa fazer um retorno na rotatória, entrar quase na área urbana de Engenheiro Coelho e voltar para a rodovia. Paga novamente R$ 3,50 no pedágio, no sentido contrário e, finalmente, chega ao outro lado da rodovia.

“É um absurdo. A concessionária tem que manter uma rotatória nessa região e isentar a gente de pagar o pedágio”, afirmou Esperança.

3 bairros e Universidade sitiados por pedágios

A instalação do pedágio deixou ilhados aproximadamente 1,2 mil moradores da zona rural e de condomínios de três bairros do município — Lagoa Bonita, Parada e Cidade Universitária.

Os moradores reclamam que estão ilhados e que precisam pagar o pedágio para ir ao Centro da cidade em deslocamentos rotineiros, como para usar serviços, trabalhar, fazer compras e receber atendimento médico.

A região isolada pelo pedágio é agrícola, mas abriga também condomínios residenciais, algumas empresas e o Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), onde estudam aproximadamente 5 mil universitários.

Bloqueio trocou trajeto de 100 metros por volta de 15Km

A concessionária Rota das Bandeiras bloqueou o acesso a uma estrada municipal que servia como rota de fuga do pedágio e removeu uma rotatória que permitia aos veículos atravessar a rodovia.

As restrições trouxeram transtornos para moradores da região. Eles são obrigados a pagar duas vezes o pedágio (ida e volta) e a percorrer até 15 quilômetros para atravessar a rodovia, trajeto que antes tinha 100 metros, pela rotatória.

Acesso a Estrada Municipal bloqueado com peças de concreto



Outra alternativa dos moradores, a estrada municipal, que liga Engenheiro Coelho ao município de Artur Nogueira, teve o acesso bloqueado com peças de concreto.

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