terça-feira, 23 de março de 2010

A imprensa Brasileira contra a Isabela Nardoni Negra



Pelo visto, não:

Criança morre em tiroteio no morro do chapadão, rio de janeiro -

Uma criança morreu após ser atingida por uma bala perdida na noite desse sábado (13) durante um tiroteio no Morro do Chapadão, em Costa Barros, no subúrbio do Rio de Janeiro. Segundo a Polícia Militar, o menino, de aproximadamente 12 anos, teria sido baleado durante um confronto entre traficantes.

No entanto, familiares do menino afirmam que o confronto aconteceu durante uma operação do 9º BPM (Rocha Miranda). A Polícia Militar nega que tenha ocorrido ação na favela na noite de sábado. O tiroteio assustou moradores da região e motoristas que passavam próximo à comunidade.

Por questões de segurança, comerciantes do bairro fecharam as portas mais cedo. De acordo com testemunhas, houve corre-corre e muitos moradores tentaram se proteger dos tiros atrás de muros, postes ou carros. A polícia ainda investiga de onde partiu o tiro que atingiu o menino.

A vítima chegou a ser levada para o Hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes, também no subúrbio, onde foi operada, mas não resistiu. Após o confronto, policiais do 9º BPM reforçaram a segurança nos principais acessos ao morro. Não há registros de novos confrontos na região.

Não vi nenhuma cobertura jornalistica nacional sobre este caso

No Mato Grosso do sul, briga entre médicos causa morte de bebê em parto –

Dois médicos do hospital municipal de Ivinhema, no Mato Grosso do Sul, deverão ser investigados depois de protagonizarem uma briga durante um parto. O bebê morreu por asfixia antes de nascer na madrugada de terça-feira.

Testemunhas disseram que os médicos começaram a discutir para saber quem seria o responsável pelo procedimento. O plantonista teria ficado irritado quando percebeu que um colega havia sido chamado para assumir o parto.

A briga de dois médicos pode ter causado a morte de um bebê durante o parto no Hospital Municipal de Ivinhema, no Mato Grosso do Sul. A discussão, que teria incluído socos, ocorreu dentro do centro cirúrgico no hospital, onde o parto era realizado, na última segunda-feira. O pai da criança, uma menina, registrou boletim de ocorrência na polícia. O atestado de óbito indica sofrimento fetal e anoxia - falta de oxigenação decorrente de demora ou complicação no parto.

Segundo Gilberto de Melo Cabreira, 32 anos, pai do bebê morto, a mulher dele, Gislaine de Matos Rodrigues, 32 anos, chegou ao hospital no domingo e ficou em observação. Na segunda-feira, por volta das 17h30m, ela entrou em trabalho de parto. A previsão era de que a criança nascesse por volta das 23h do mesmo dia. O casal queria que o parto fosse feito pelo obstetra Orozimbo Ruela de Oliveira, 49 anos, responsável pelo acompanhamento da gestação. Por isso, o obstetra foi até o hospital, fora de seu horário de plantão.

Cabreira contou que, durante o parto, a sala foi invadida pelo médico plantonista Sinomar Ricardo, 68 anos, que tentou impedir que o colega continuasse com o procedimento. Em boletim de ocorrência, o pai diz que o médico teria se sentido desrespeitado com a presença de Orozimbo Oliveira.

Os médicos começaram a discutir dentro da sala de cirurgia e se agrediram na frente da paciente. A mulher foi retirada da sala e aguardava em outro local, até que um médico fosse chamado para terminar o parto, o que só aconteceu por volta da 1h15m da madrugada, aproximadamente 1h30m depois do previsão. O bebê nasceu morto.

O delegado de Ivinhema, Lupérsio Degerone Lúcio, disse que os acontecimentos indicam que a demora no atendimento ocasionou a morte do bebe. Segundo o delegado, a direção do hospital deverá instaurar um procedimento administrativo para apurar a conduta dos médicos. O laudo necroscópico deve ficar pronto em uma semana.

Os pais já tinham escolhido o nome da menina: Mibsan Rodrigues Cabreira. Durante o pré natal foi constatado que o feto era saudável e não apresentava complicações. A menina nasceu com 3,6 quilos e 47 centímetros.

A prefeitura de Ivinhema informou que dispensou os serviços dos dois médicos e encaminho o caso para a auditoria do Sistema Único de Saúde - SUS, que deverá apurar os fatos. Uma psicóloga também foi designada para acompanhar Gislaine, a mãe do bebê morto.

Não vi nenhum globo reporter especial sobre este caso. Na verdade, não vi quase nada a respeito!

Ano passado, Ana Cristina Macedo, 17 anos, foi morta por policiais que entraram na favela atirando –

Durante o sepultamento de Ana Cristina de Macedo, de 17 anos, amigos da estudante disseram que ela era uma garota calma, alegre e estudiosa. "Ela estava fazendo o supletivo e queria fazer faculdade de direito para ser advogada ou juíza", afirmou Suellen Gonçalves Alfani, de 23 anos, que disse ser amiga da vítima há um ano. O corpo de Ana Cristina foi enterrado na manhã de quarta -feira (2) num cemitério de Vila Alpina, na Zona Leste de São Paulo.

A vítima morreu na noite da segunda-feira (31), supostamente atingida por uma bala perdida, na Favela de Heliópolis, na Zona Sul da capital. A autoria do disparo ainda é desconhecida. Isso porque, segundo a Polícia Civil, a estudante estaria em meio a um tiroteio entre guardas-civis de São Caetano do Sul, no ABC, e assaltantes de carro.

Os guardas disseram estar seguindo homens que roubaram um veículo em São Caetano. De acordo com eles, durante a troca de tiros com os bandidos, uma bala atingiu a garota. A morte da adolescente revoltou os moradores de Heliópolis que protestaram nas ruas da comunidade na noite de segunda e de terça-feira (1). Ônibus e carros foram queimados, além disso, os manifestantes montaram barricadas para impedir a entrada da PM.

Estudo

Segundo Suellen, Ana Cristina comentava que queria estudar para dar uma vida melhor para a filha, que tem um 1 ano e 8 meses. Suellen disse que costumava pegar Ana Cristina na escola no semestre passado para que as duas fossem caminhando juntas para casa e que não acompanhou a vítima na noite da segunda-feira (31) porque achou que ela não iria para a escola.

A jovem disse que a morte chocou os amigos. "Foi um baque, um choque, ninguém esperava", afirmou a garota, que chorava bastante em frente à sala do velório. "É uma dor muito forte, não tem como explicar", disse a garota.

Amigos e vizinhos disseram que a garota era uma mãe muito cuidadosa e preocupada com o futuro da criança. "Era uma supermãe, amava muito a neném", afirmou a bordadeira Luciana Oliveira Santos, de 35 anos, que disse ter sido vizinha da família de Ana Cláudia durante seis anos.

Filha da vítima

Com apenas um ano e oito meses, a filha da estudante Ana Cristina sente falta da mãe e pergunta por ela. "Ela diz ‘cadê mamãe Aninha?'", contou a avó do namorado de Ana Cristina, a aposentada Therezinha Lima Souza, de 68 anos. Segundo ela, os parentes dizem para a criança que a mãe saiu, pois ainda não sabem como contar a ela que a mãe morreu. "Ela é muito novinha, não entende ainda, vamos deixar o tempo passar um pouco", afirmou a aposentada logo após o enterro da garota.

De acordo com Therezinha, a criança costumava passar a semana com ela em Carapicuíba, na Grande São Paulo, para que os pais pudessem trabalhar. É vizinho a casa da avó, que o namorado de Ana Cristina, Bruno Lima, estava construindo uma casa para o casal morar com a filha.

Segundo Therezinha, eles pretendiam se casar em dezembro. "Eles queriam morar juntos, porque a menina já está crescendo e era bom para ela", comentou a aposenta, segundo a qual, a família de Bruno e de Ana Cristina devem passar a cuidar da criança agora. No último fim de semana, ela disse que Ana Cristina esteve em Carapicuíba para acompanhar as obras da casa nova.

Para Therezinha, Ana Cristina não aprovaria os protestos que ocorreram após sua morte. "Ela era uma menina muito calma. Essa bagunça não vai trazer a vida dela de volta. Tenho certeza que onde ela estiver não está se sentindo bem com aquilo [os protestos] de ontem", disse a aposentada.

Protestos

No protesto ocorrido na noite de terça, 21 pessoas foram detidas e um PM foi ferido após ser atingido por uma pedra na cabeça. Além disso, três ônibus, dois micro-ônibus e quatro carros foram incendiados. Os detidos foram liberados na manhã de quarta.

Segundo a PM, 600 pessoas participaram da manifestação, que se espalhou por diversos focos da favela. Oitenta policiais da Forca Tática atuaram na ação, que durou cerca de cinco horas. O policial que ficou ferido teve traumatismo craniano após levar uma pedrada na cabeça. Ele segue internado e seu quadro é estável.

Não teve cobertura do assunto por mais de 2 dias. Não teve Globo Reporter Especial. Não teve capítulo da novela das 8 em homenagem. Não teve vídeo no youtube falando que Ana Cristina é nossa estrelinha. Se o policial indiciado pelo crime foi punido ou não é um mistério que a televisão não tem o menor interesse em desvendar. Quando os moradores da favela se manifestaram (e se revoltaram) a imprensa brasileira aproveitou pra falar que era “tudo traficante”.

Um comentário:

  1. É verdade, amigo. A construção do negro e sua cultura como subraça é centenária, permeando o imaginário de toda gente. No caso específico da violência urbana, a mídia ofical (tristemente fomentada pela maiora dos brasileiros, tão aquéns)consete que crianças negras morram, como se fosse justo e até correto. Da mesma forma, associam cada vez mais e explicitamente marginalidade aos negros. Espetacularização da dor, audiência, restando-nos as lágrimas e a impotência.

    Fernando Caldas

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