sábado, 27 de março de 2010

O EXTERMINADOR DO FUTURO – A MÃO DE BUSH


Wesley Antonio de Serqueira, morto em 23.04.08 na CASCUVI.-Presidio do ES
Imagem da pag.4 do relatório emviado ao Procurador da Republica Federativa do Brasil pela ONG
CONECTAS DIREITOS HUMANOS
Procedimento Administrativo nº 1.00.000.003755/2009-57


O governador do estado norte-americano da Califórnia assustados com os custos de presídios, penitenciárias e afins, decidiu que vai mandar libertar alguns presos e deportá-los para o México. Para completar o processo vai privatizar o sistema penitenciário do estado.

No extinto estado do Espírito Santo – Brasil – o governador Paulo Hartung tomou providências mais “simples” ao longo de seus dois mandatos. Colocou presos em conteiners e quando o modelo não dispunha mais de espaço mandava que os presos ficassem acorrentados nos corredores das delegacias e distritos policiais.


(Foto)Rio de lixo e esgoto no presídio de Novo Horizonte – Celas Metálicas – abril de 2009- pg.11 do relatório emviado ao Procurador da Republica Federativa do Brasil pela ONG CONECTAS DIREITOS HUMANOS - Procedimento Administrativo nº 1.00.000.003755/2009-57

Segundo o senador Gérson Camata isso é “investimento” e nada semelhante foi feito naquela antiga unidade da suposta Federação brasileira, hoje latifúndio VALE, ARACRUZ, SAMARCO, CST e outros menores. Para o senador a decisão da Comissão de Direitos Humanos da ONU de chamar o governador às falas e denunciar maus tratos e falta de condições mínimas no sistema penitenciário do latifúndio é “uma injustiça”, produto de denúncias “falsas”.

Em toda a minha vida vi três momentos de intensa ebulição, digamos assim, diante de pessoas, ou grupos, ou fatos. Quando menino, no Rio, o frenesi causado pelo cantor Cauby Peixoto. Chegou a tentar a sorte em Hollywood com o nome de Coby Dijon. Mais tarde a loucura despertada pelos Beatles onde quer que passassem e em ambiente mais restrito as reações à música de Pete Townsend, guitarrista do conjunto THE WHO.

E, eventualmente, um ou outro num dado momento. Ia me esquecendo, a conquista da Copa do Mundo em 1958, a primeira vitória do Brasil. Mexeu com o País inteiro um domingo inteiro, o jogo, a final contra a Suécia foi jogado pela manhã.

O ônibus Muda__Copacabana muitas vezes ficava retido na avenida Beira Mar, não havia ainda o Aterro. Cauby costumava assentar-se à murada da antiga praia de Botafogo e as pessoas se aglomeravam para tocá-lo. “Ela é fã da Emilinha/grita o nome do Cauby/e depois de desmaiar/pega a REVISTA DO RÁDIO e começa a se abanar...”

Uma “quentinha” fornecida a presídios em quase todos os lugares – vamos dar o benefício da exceção, o de que toda regra tem uma, pelo menos uma exceção – custa mais ou menos o mesmo preço de um almoço num self service de padrão médio, de médio para bom.

A diferença está no conteúdo. Mas é isso é irrelevante se levarmos em conta que o dono do self service aufere lucro com algum investimento e o governador, qualquer que seja, aufere propina a partir do dinheiro público no superfaturamento das “quentinhas”. Privatizando então, aqui ou nos Estados Unidos, o preço, no mínimo, dobra, mas é a lógica do modelo, o deus mercado.

Qualquer programa de ressocialização de presos e condenados custaria ao Estado, às instituições públicas, menos, no seu todo, que qualquer privatização, ou deportação para o México. O México é uma espécie de grande lata de lixo dos EUA.

Surgiu lá a gripe suína a partir de uma empresa norte-americana, a GRANJAS CARROL, expulsa de três estados norte-americanos por causar prejuízos ambientais dentre eles contaminar lençóis de água. Uai! Tem lençol de pano também, de petróleo.

Volta e meia se afirma que se o governo, qualquer governo, investisse mais em prevenção na área de saúde, ainda que possa parecer o contrário, os gastos num determinado período com essa mesma saúde pública seriam menores que a eterna mania de tampar buracos em cada crise do setor e depois deixa para lá.

Tampar buraco é mais ou menos depois que alguém morre na fila por falta de atendimento, ou vaga para uma cirurgia de emergência e via de regra vem com o nome de “iremos fazer isso e aquilo e instaurar uma sindicância”

José Collor Arruda Serra, por exemplo, governador de São Paulo, vocação de Nero e Calígula a um tempo só, prende professores que protestam por melhores salários. A Polícia chega e baixa a borduna.

A classe média, em sua maioria, maioria bem expressiva, entra em frenesi com a máxima do ex-deputado Sivuca, que “bandido bom é bandido morto”. Em nome da moral e dos bons costumes Luma de Oliveira presta serviços voluntários ao Corpo de Bombeiros. E a moçada entra em delírio quando o BOPE aparece, de preferência com o Caveirão.

Vai daí que Barack Obama, tentando tirar Clinton e Bush do ócio (muito bem remunerado) convida-os a levar a “verdade” do império aos haitianos e explicar como os EUA vão transformar o Haiti num novo Éden.

Aí, assim meio que do nada ambos descem de um avião da força aérea mais poderosa do mundo e percorrem ruas (previamente selecionadas) de Porto Príncipe, negócio de cem metros no máximo, Clinton está deprimido com o segundo infarto. No meio do caminho pessoas passíveis de serem cumprimentadas sem estender a mão pedindo um prato de comida, mas gordas e fornidas pela ajuda dos EUA.

Bush cumprimenta um negro e mal disfarçando seu asco, limpa as mãos, disfarçadamente, na camisa de Clinton.

Está no décimo terceiro segundo do vídeo que pode ser visto em
http://colunas.epoca.globo.com/bombounaweb/2010/03/24/bush-limpa-a-mao-depois-de-cumprimentar-haitiano/

Percebe-se agora porque a piedosa senhora Barbra Bush, mãe do terrorista, disse à época do furacão Katrina que os refugiados “estão melhores aqui nos acampamentos que em New Orleans, pois aqui fazem três refeições por dia”. New Orleans no caso era a casa dos ditos refugiados. E entende-se porque Bush foi criticado à época pela demora no socorro às vítimas do furacão.

As vítimas eram negros em sua esmagadora maioria e a despeito de ali se ter a melhor música do mundo, o jazz, Bush não saberia responder a uma pergunta que fizeram a Joe Louis – “o que é jazz?” – e sua resposta –“ora, se você não sabe e não sente não adianta explicar pois não tem resposta” – Bush não sabe o que é jazz. Entende de petróleo e bombas. De prisões e torturas.

O governador da Califórnia não é diferente. O capataz do antigo Espírito Santo, a quem chamam de governador, também não. E o senador Gérson Camata é uma dessas figuras deploráveis, aquele tipo de espalha bolinho. Não porque seja chato, isso é adereço nele, mas por ser repugnante.

No filme tudo bem, o futuro da humanidade fica garantido por Schwazenegger. Na realidade, o exterminador está vencendo de dez a zero.

Vem aí recall de carregadores de bebês.

A Comissão de Proteção ao Consumidor dos Estados Unidos (CPSC) “convocou” um milhão de proprietários de “carregadores” de bebê, os célebres carrinhos (moça tem o telefone do bebê?) para um recall. Feito de pano os bebês podem vir a morrer sufocados com o tecido, dependendo da posição em que estejam dentro dos tais “carregadores”. Foram constatadas três mortes atribuídas a problemas com o produto.

A marca é INFANTINO e o presidente da empresa já anunciou que vai dar “carregadores” em lojas da marca aos clientes que se “sentirem prejudicados”. Deve acrescentar um pirulito, com certeza.

Pior que isso, disse que a “preocupação” da empresa é com a “segurança dos bebês”, como se empresários tivessem esse tipo de preocupação na relação produto/consumidor com qualquer vestígio de ser humano.

Breve, no mercado mexicano um monte de carrinhos da marca INFANTINO e em vários países latino-americanos, asiáticos, africanos, etc, uma liquidação de “carregadores” de bebês.

Quem nem os presos do governador da Califórnia, “item de exportação para o México”, ou os do Espírito Santo (tratados a pão de ló segundo o repulsivo Gérson Camata). Ou os negros do Haiti na visão de George Walker Bush.

Nos entretantos a classe média mete a cabeça no buraco que nem avestruz, deixa o rabo do lado de fora e mergulha fundo no BBB. Faz ares de entendida, pede vinho tinto seco, olha a garrafa, a safra, gira o copo, sente o aroma, bebe e bochecha o primeiro gole, depois entorna. No fim vai “CANÇÃO” mesmo, pelo menos um vinho honesto.

Putz meu! Na edição do JORNAL dito NACIONAL um cidadão, acho que na de terça, dia 23, apareceu atrás do repórter que relatava os últimos acontecimentos do julgamento dos NARDONIS e começou a fazer papagaiadas (coitado do papagaio). Um segurança da GLOBO deu um safanão no dito cujo, o barulho do tombo foi audível.

Violência pura, se o cara tivesse aparecido num quinto andar teria sido atirado pela janela, a reação do segurança foi típica de qualquer boçal, via de regra seguranças são boçais. O que a GLOBO não percebeu, ou não quis, é que aquele gaiato, boboca, é o telespectador padrão. Se continuar com esse tratamento em breve todos estarão gritando aleluia.

“Galvão olha eu aqui, mamãe consegui!”.

Todos não, claro. Boa parte da turma. Tem diferença entre o Faustão e o cara que apareceu assim de relance por quinze minutos de fama? Quem sabe não está ali uma nova vocação de global e o segurança exterminou o futuro do cara?

Uai! Espanto por que? O Bial não comanda a caravana da cidadania além do BBB? Extermínio de vida inteligente.

Essa gente não faz a menor idéia do modo de ser Grigori Perelman e a Conjectura de Poincaré.

Não dá IBOPE, só o sentido da vida.

De Laerte Braga

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