domingo, 7 de março de 2010
Professores vão à greve contra arrocho salarial do Governo Serra
Há cinco anos sem reajuste salarial, os professores da rede pública paulista decidiram, por unanimidade, paralisar as escolas a partir de segunda-feira. Na manhã de ontem, antes mesmo da assembleia que decidiu a greve, em várias cidades do estado, como Ribeirão Preto, Marília e Assis, além da capital, os docentes já tinham aderido à paralisação.
”Nós queremos principalmente aumento salarial. Não vamos tirar o foco disso, embora tenhamos muitos outros problemas, como a falta absoluta de estrutura nas escolas”, disse Maria Izabel Azevedo Noronha, presidente da Apeoesp, o sindicato dos professores paulistas. Na assembleia, os professores denunciaram a precariedade da rede pública de ensino.
Os cerca de 215.000 professores paulistas reivindicam reajuste de 34,3%. O piso de professor de 1a. a 4a. séries é de R$ 785,50 e chega a R$ 958,53 com as gratificações. Em fim de carreira, pela mesma jornada, o salário atinge R$ 1.153,21. O professor de educação básica e ensino médio, por 24 horas semanais tem um piso de R$ 909,32, chega a R$ 1.100,92 com as gratificações e pode encerrar a carreira com R$ 1.326,27, segundo a Apeoesp, que estimou em 10.000 o número de participantes da assembleia.
“O que o governador de São Paulo, José Serra, fez pela educação, foi colocar dois Paraguais no mapa distribuído aos alunos no ano passado, distribuir apostilas cheias de erros, inventar a aprovação automática dos alunos, marginalizar os aposentados, tentar dividir a categoria, e, para completar, não ter proposta pedagógica”, disse, durante a assembleia, o secretário-geral da Apeoesp, Fábio Moraes.
Vestida com uma toga, a professora Minervina da Cruz reclamava que vários professores estão sem salas de aula para trabalhar.
”O Serra é uma pessoa que engana e destroi”, dizia.
A aposentada Marta Moreira Machado, conselheira da Apeoesp em Ribeirão Preto, viajou a São Paulo para participar da assembleia.
”Ninguém suporta mais, porque Serra nos trata com todo o descaso”, protestou.
De acordo com o sindicato dos professores, cerca de 60% das escolas públicas paulistas já paralisaram suas atividades. Na segunda-feira, os professores em greve irão às escolas para convencer aqueles que não aderirem á paralisação. Na quinta-feira, eles farão assembleias regionais e, na sexta, uma passeata com assembleia na capital.
Até o início da noite passada, a Secretaria da Educação não se manifestou sobre a paralisação. Segundo a presidente do sindicato dos professores, o secretário, Paulo Renato Souza, foi avisado da possibilidade de greve há dois meses. E não tomou nenhuma medida para impedir que os alunos fiquem sem aulas.
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