sábado, 27 de março de 2010

ONG denuncia retirada de trólebus da capital paulista



Na contramão dos avanços tecnológicos, que podem tornar o trólebus um veículo mais viável para as cidades, São Paulo tem desprezado o sistema de tecnologia limpa e retirado veículos de circulação. A denúncia foi feita pela ONG Respira São Paulo, pelo Movimento Defesa do Trólebus e pelo ViaTrolebus, portal especializado neste tipo de transporte.
A ONG diz ter flagrado dois trólebus em bom estado de conservação, que estavam operando sem problemas, em meio a veículos sem condições de uso, na garagem/cemité rio de Santo amaro, na Avenida Guido Calói. Os representantes do Movimento procuraram o “Ponto de ônibus” e mostraram uma foto dos dois veículos estacionados entre ônibus sucateados.
“Os carros (trólebus) tem sido baixados e os passageiros prejudicados. Foram flagrados dois, mas pelo acompanhamento que fazemos da frota, pelo menos 10 ônibus elétricos em bom estado de conservação foram parados há poucos dias” – afirma Marcos Galese, vice-presidente do Movimento Respira São Paulo.
Segundo as organizações, há um déficit deste tipo de veículos em operação na cidade se for levado em conta o contrato de operação. “A cidade deve ter 213 trólebus. Dez de reserva técnica operacional e 203 circulando. Hoje temos no máximo 190 ônibus elétricos, contando com os veículos que devem ficar na garagem como reservas se algum outro apresentar problema” – informa Galese.
Para os movimentos, o problema não está somente em dar baixa num ônibus em boas condições, que por si só é um desperdício de dinheiro da população, mas reside também na falta de reposição destes trólebus: “Os veículos que são tirados não são repostos, o que prejudica demais a população que conta com um número de trólebus menor do que precisa. Além do mais, o que nos espanta é por que os trólebus em bom estado foram escondidos em filas imensas de ônibus já baixados e sem condições de uso” – questiona Renato Lobo, da Comunidade de Defesa do Trólebus e do Portal ViaTrólebus.
“É muito bom termos um trólebus novo em testes, como o Iluminatti/Ibrava/ Tutto, mas para colocá-lo não é necessário sucatear mais de 10 veículos em plenas condições de uso, já que o tempo médio de vida útil de um trólebus pode ser três vezes maior em relação a um veículo diesel comum” – comenta Renato.

De Ádamo Bazani

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