Com o retrospecto eleitoral favorável no ABC, o PT quer ampliar o número de adeptos ao nome de Dilma no berço do sindicalismo e da própria sigla. Para conquistar a meta projetada pelos estrategistas internos, os petistas locais não irão poupar holofotes aos dados econômicos e sociais sublinhados no governo Lula.
A idéia é imbuir as principais lideranças no ABC – 23 vereadores, três deputados estaduais, 1 deputado federal, além dos três prefeitos – e os militantes para o discurso plebiscitário, protagonizado pelo presente da era Lula e pelo passado das gestões de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
A estratégia foi confirmada na terça-feira (20/04) - no segundo dia da sabatina com os coordenadores regionais, promovida pelo Repórter Diário em parceria com a Rádio ABC - pelo petista Humberto Tobé.
A ação entra em rota de colisão com a estratégia tucana que idealiza uma comparação direta entre os pré-candidatos José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT). “O PSDB é craque em esconder pessoas. Eles escondem o FHC, o Quércia e vão escondendo as figuras que interessam para eles. Como as pesquisas comprovam a popularidade do presidente Lula eles vão tentar esconder. A diferença do Lula é que ele tem uma representatividade política reconhecida mundialmente. Não da só para o PSDB comparar as biografias”, disse o dirigente regional do PT.
Segundo ele, a presença exaustiva de Lula nos palanques não irá ofuscar a identidade da petista, pois o chefe da Nação fará sua prestação de contas, acompanhada da despedida do Planalto, enquanto a ex-ministra dará o tom da continuidade aos pilares governistas.
“A candidatura da Dilma vai complementar a presença do Lula nos palanques. Não será ofuscada. Com o cabo eleitoral do potencial do Lula, os palanques em todo o país e a máquina partidária do PT, nós teremos uma campanha muito forte com o Lula em um lugar e a Dilma em outro”.
Collor e Sarney
Humberto Tobé reagiu também à crítica tucana em relação ao fato de o governo Lula, em troca da governabilidade, defender nomes como dos ex-presidentes Fernando Collor (PTB) e José Sarney (PMDB).
O petista destaca que a legenda apenas se utilizou de representantes eleitos pela democracia. “Não foi o PT que elegeu o Sarney, o Collor e o Jader Barbalho. Nós temos nossos quadros, mas não podemos selecionar o quadro dos outros”.
Governo de SP
Apesar da hegemonia do PSDB no reduto paulista, o dirigente avalia que o pleito de outubro poderá sagrar a inédita vitória petista no Estado. Tobé sustenta sua projeção ancorado no desgaste das consecutivas gestões tucanas e, principalmente, no fato de o presidente Lula apoiar integralmente a campanha de Aloizio Mercadante, fato que não ocorreu em 2006, devido à campanha presidencial do chefe da Nação.
“O Mercadante está motivado porque ele tinha uma reeleição tranqüila e abriu mão de disputar o Senado porque ele está certo que nós temos condições de ganhar o governo do Estado”.
Senado
Mesmo com as fortes especulações em torno do nome do vereador de São Paulo Netinho de Paula (PCdoB) para assumir a segunda indicação para o pleito do Senado, Tobé destaca que a vaga está indefinida. Com a indicação da ex-prefeita Marta Suplicy já sacramentada, o petista acredita na possibilidade de o PSB contemplar o outro posto, caso feche aliança com o PT paulista.
“Se o Chalita vier para nossa segunda vaga de senador teremos uma chapa muito competitiva. Aí será como o Paulinho da Força fala ‘eu já tive no outro lado e sei que eles estão tremendo’. Eu acredito nisso”.
Deputados
Com a chapa de postulantes à Câmara Federal praticamente fechada nos nomes de Vicentinho, Vanderlei Siraque, José de Fillipe Júnior e Hélcio Silva, a legenda enfrenta o desafio de unificar alguns nomes para a disputa da Assembleia Legislativa.
“Nós temos 11 pré-candidatos na região. Nós temos que fazer uma discussão de projeto eleitoral para não dividir a base do PT. Nós temos que reduzir as candidaturas para fazer um projeto tático que vise eleger mais representantes do ABC”, finalizou
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