quarta-feira, 3 de março de 2010

DILMA EMPATA E PSDB MORRE



Uma cena lúgubre e desalentadora aquela vista na redação do Estadão com a divulgação da última pesquisa Datafolha. Dilma tecnicamente empatada com Serra.

Zé Alagão (também conhecido por Nosferatu, se a discussão se der exclusivamente nos corredores de Brasília) não fez outra coisa na vida do que se manter nos trinta e poucos por cento de intenções de votos que tem desde a derrota fragorosa de 2002.

Mas como o PSDB carece de estrelas, e a mídia o apóia, óbvio, ele sempre foi tido como o "preferido" nas pesquisas. Só que qualquer cidadão que acompanhe a política de verdade, não aquela propagada pela revista Veja e assimilados, e que tenha um QI maior do que o de uma ameba em coma, sabia fazia tempo que Alagão estava onde sempre esteve. No mesmo lugarzinho. Oscilava um pouco para cima, chegou perto dos 40%, mas somente nas pesquisas induzidas porque nas espontâneas, ele jamais esteve em primeiro. Nas espontâneas sempre quem ganhava era Lula. Mesmo sem poder concorrer, claro.

E o que isso significava? Que o eleitor votaria no candidato do Presidente.

Só que essas particularidades, a mídia procurava não ostentar. Mas nós sabemos quanta isenção tem uma pesquisa feita pelo DataFolha ou pelo Ibope. Eles só falam o óbvio quando não tem mais como esconder.

E olha que os aliados de Serra (os da mídia, não os da política) tentam. Tentam desesperadamente.

Veja que patética esta chamada do Estadão. A preocupação é latente. Dilma está ou não empatada com Serra? Chamam para resolver a questão o expert José Roberto de Toledo, que afirma taxativamente: "não". E para isso apresenta zilhões de equações e possibilidades teóricas. Não está, na visão dele, por um por cento.

Hmmm, grande diferença.

O que esconder? O que todo mundo já sabe. Pouco importa se Dilma empatou agora ou se vai empatar na semana que vem. Serra não ganha esta eleição nem roubando.

Mas a preocupação tem coerência para Zé Chirico. Ele precisa de uma vez por todas decidir se vai ou não disputar a Presidência ou se vai querer o posto "seguro" da reeleição em São Paulo.

Porém, mesmo em seu Estado há o perigo. De favas contadas a cúpula tucana passou a ter medo real de perder inclusive se Serra sair para o Governo. Por isso as conjecturas que a imprensa faz toda hora sobre o fator Ciro Gomes. Eles precisam que Ciro saia para a Presidência.

No começo divulgavam que Ciro tirava votos de Dilma e não de Serra. Bobagem. Bobagem que ficou comproada logo em seguida. Ciro tira votos de Zé Chirico, onde quer que seja a disputa.

Assim, se Ciro for inflado pela mídia (e ele cair nessa) a disputar a Presidência, Serra teria uma reeleição "tranquila" em SP. Mas se ele fizer o que achamos que ele vai fazer, Zé Alagão terá muitos, muitos problemas de agora em diante.

E a pergunta que fica é, suponha que Dilma vença e Serra perca a reeleição como Governador. O que será do PSDB?

Serra é um poço de ódio e prepotência. Mas também de narcisismo. Não físico, naturalmente. Não seria razoável por motivos perceptíveis. Ocorre que ele já não havia disputado em 2006 porque sabia que levaria outra porrada de Lula. Então fez o possível para jogar Alckmin aos leões. Alckmin este que conseguiu a proeza inédita de ter menos votos no segundo turno do que teve no primeiro. Algo nunca "antes visto na história deste país". Ou seja, uma "estrela" a menos no partido.

FHC então, nem se fale. Eles o escondem como se esconde um fugitivo da polícia. Pedem para que fique de bico calado, o que claro, é impossível pra Don Fernando, outro narciso convicto.

Serra é o último dos moicanos. Perdendo esta, esta fora para sempre. Vai ser síndico de prédio ou fazer palestras, o que até dá uma graninha. Vai falar de "credibilidade" , como fez Fernando Henrique.

Em seguida, seu partido se abraça ao que restou do DEM, que também conseguiu a proeza de chegar ao final do ano sem NENHUM governador, amarram-se com uma corda bem apertada e se jogam no Tietê.

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