terça-feira, 19 de janeiro de 2010

SCHRÖDER ANALISA O DNA DA GLOBO

E-FENAJ - Adroaldo Corrêa, de Porto Alegre, registra que viu a Rede Globo -- em seus principais jornais eletrônicos -- denunciar a Conferência como anti-democrática ao justificar a ausência das organizações de proprietários da mídia grande. Depois, viu os mesmos veículos, citando alguns trechos pinçados da nota final da Confecom, justificarem por isso a ausência no espaço de participação para o debate da comunicação em nosso país. E pergunta: terá sido porque seriam minoria? Terá sido porque são eles os auxiliares da ditadura que impuseram aqui em 64 e depois continuaram com a tarefa que lhes atribuiu o poder discricionário, conforme a pauta da reunião na III Região Militar (então 3° Exército) a competência de censurar os conteúdos a publicar?

Schröder - Caro Adroaldo, tens absoluta razão nas tuas considerações. A Rede Globo, que iniciou seu império com a ditadura militar -- história contada pelo já citado Daniel Herz no seu livro A História Secreta da Rede Globo, relançado na Confecom com um posfácio assinado por mim e pelo Nilo Piana de Castro -- e ajudou a manter os governos autoritários de todo o período, colaborou, ainda, para sabotar o movimento pelas Diretas Já e também eleger Collor depois de manipular todo o processo da campanha eleitoral, portanto, sendo cúmplice da censura mais abjeta da história do Brasil, se arvora a reivindicar a defesa da liberdade de expressão e a denunciar qualquer tentativa de regular seus privilégios como ameaça à liberdade de imprensa. A Globo, que participou de todo o processo de instalação da Confecom, demonstrou em plena discussão do regimento aquilo que o professor Murilo Ramos chama de seu DNA: uma incapacidade atávica à democracia e ao debate público. Acostumada aos lobbies em Brasília, não resistiu à ameaça de ter que negociar suas propostas publicamente. Acho que não avaliou bem o preço histórico que pagará por mais esta tentativa de sabotagem ao país.

Um comentário:

  1. A Globo é tudo isso mesmo. Para sermos completamente justos inclua-mo-la como grande porta-voz também do Governo Lula.

    Fernando Caldas

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