segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Pra frente é que se anda

Delúbio Soares retirou seu pedido de refiliação da pauta do Diretório Nacional. Na semana anterior à reunião que apreciaria a questão, as indicações eram de derrota do ex-tesoureiro. A expulsão de Delúbio fora precedida por um processo de apuração, defesa, debate e deliberação, portanto, assim como não houve expulsão sumária, não poderia haver retorno sumário.

Nas últimas semanas, o PT viveu um intenso debate interno sobre a possibilidade de refiliação de Delúbio Soares, ex-tesoureiro, expulso do partido em 2005 após processo desenvolvido em Comissão de Ética.

Mas o debate não era somente interno, já que, há muito, ecoavam na impressa rumores de que ele solicitaria seu retorno ao PT a fim de concorrer às eleições proporcionais em Goiás em 2010. Sendo assim, a opinião pública já dava sinais de que recuperaria o momento político da crise de 2005 para caracterizar o PT e as disputas eleitorais que se avizinham. A opinião da própria base social e militante do partido, conforme nós mesmos pudemos aferir, é ainda mais crítica.

Esses rumores se concretizaram em 18 de março, quando o ex-tesoureiro solicitou, formalmente, que sua expulsão fosse revista pelo Diretório Nacional. Os argumentos centrais eram de que os atos praticados por ele foram de responsabilidade coletiva, e de que sua pena foi “muito dura”.

A expulsão de Delúbio, porém, fora precedida por um processo de apuração, defesa, debate e deliberação. Portanto, assim como não houve expulsão sumária, não poderia haver retorno sumário.

Desde 2005, nossa opinião é de que o partido precisava construir um juízo coletivo sobre todo o processo de crise que enfrentamos. Era necessário organizarmos a superação a partir de bases concretas, para que o momento seguinte fosse de fortalecimento do PT como protagonista de uma tarefa histórica que nos propusemos a cumprir desde a fundação do partido.

Isso teria sido fundamental inclusive para que, em um momento como este, não houvesse uma tentativa de re-interpretar fatos, conseqüências e responsabilidades. Dessa forma, a opinião pública também estava atenta aos desdobramentos que se seguiriam ao inusitado pedido de Delúbio.

Felizmente, na semana que antecedeu a definição, a tese de que o DN não deveria apreciar a questão ganhou força. Vários companheiros e companheiras, mesmo defendendo, no mérito, o retorno de Delúbio, não tinham disposição para reabrir um processo de debate sobre a crise de 2005. Também houve sensibilidade para os impactos que essa decisão teria sobre a campanha de 2010.

A retirada do pedido, por parte do próprio Delúbio, deu-se frente a um contexto de derrota certa. Assim, o PT encerra o assunto e segue na jornada pela continuidade da construção de um programa de mudanças para o Brasil.

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