segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Lula critica tucanos pela quebra do monopólio da Petrobras


Lula segura amostra de petróleo do pré-sal durante lançamento do marco regulatório

Diferente dos pronunciamentos da ministra Dilma Roussef (Casa Civil) e de Edson Lobão (Minas e Energia), que ficaram na área técnica, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não poupou os adversários políticos durante o lançamento do marco regulatório do pré-sal que ocorreu nesta segunda (31), no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, em Brasília. Referindo-se ao governo tucano de FHC, Lula criticou a quebra do monopólio da Petrobras e a tentativa de mudança de nome da empresa para Petrobrax.
Sem dar a mínima para parlamentares da oposição que já haviam criticado o governo pelo uso eleitoral da apresentação do marco regulatório, Lula reservou parte do seu discurso para criticar seus adversários. Disse que houve um tempo em que a Petrobras vivia um momento difícil. “Tinha dificuldades de capitação externa e não contava com recursos próprios para bancar os investimentos.”
“Estamos vivendo hoje um cenário totalmente diferente daquele que existia em 1997 quando foi aprovada a lei 9.478 que acabou com o monopólio da Petrobras na exploração do petróleo”, lembrou o presidente.
Na época, segundo Lula, o mundo vivia um contexto em que os adoradores do mercado estavam em alta e tudo que se referisse a presença do estado estava em baixa. “Vocês devem lembrar como esse estado de espírito afetou o setor do petróleo no Brasil”, disse sob aplausos de uma plateia de mais de três mil pessoas entre governadores, ministros, parlamentares, sindicalistas e representantes do movimento social.
Lembrou que “altas personalidades chegavam a dizer que a Petrobras era um dinossauro, mais precisamente o último dinossauro a ser desmantelado no país”. Para ele, não fosse a forte reação da sociedade teriam até trocado o nome da empresa. “Ao invés de Petrobras como marca do Brasil a companhia seria chamada de Petrobrax. Sabe-se lá o que esse xis queria dizer?”
O argumento na época usada pelo governo demo-tucano era que o “brás” associava a empresa ao Brasil, o que no mercado internacional daria uma ideia de atraso. “Foram tempo de pensamentos subalternos, o país tinha deixado de acredita em si mesmo”, afirmou o presidente.

Números da economia

Ainda mirando os adversários, o presidente disse que no campo econômico o Brasil não conseguia crescer, sofria com altas taxas de juros, desemprego e apresentava alta dívida externa. “Praticamente não tinha reservas internacionais e volta e meia quebrava, sendo obrigado a pedir ao FMI (Fundo Monetário Internacional) ajuda que chegava sempre acompanhada de um monte de imposições.”
O presidente diz que o quadro atual é inteiramente diferente. “Em primeiro lugar os países descobriram na recente crise financeira internacional que sem regulação e fiscalização do estado, o Deus mercado é capaz de afundar o mundo num abrir e fechar de olhos. O papel do estado como regulador voltou, portanto, a ser mais valorizado”, disse.
Lula afirmou que os reflexos na economia brasileira são marcantes. Crescimento em média de 4,1% entre 2003 a 2008 e nos últimos dois anos acima de 5%. Segundo ele, nesse período o Brasil gerou 11 milhões de empregos com carteira assinada, o desemprego caiu de 11,7% para 8% e as taxas de juros são as menores das últimas décadas.
"Não só pagamos a dívida externa pública como acumulamos reservas superiores a US$ 215 bilhões. Reduzimos de forma consistente a miséria e as desigualdades sociais. Mais que 30 milhões de brasileiros saíram da linha de pobreza e 20 milhões ingressaram na nova classe média fortalecendo o mercado interno e dando vigoroso impulso na nossa economia”, afirmou o presidente lembrando que a economia foi testada na mais grave crise internacional desde 1929.

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