Três secretarias de Estado, sete órgãos e empresas públicas e aproximadamente 500 cargos na administração. É com este capital político e espaço na máquina pública que o governador Jaques Wagner conta para atrair novos aliados e consolidar sua chapa à reeleição em 2010, após a saída do PMDB de sua base. Nesta sexta,07, concluindo o desembarque peemedebista, o secretário de Ciência e Tecnologia, Ildes Ferreira, ligado ao deputado federal Colbert Martins (PMDB), entregou carta com pedido de exoneração, um dia depois de o ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) anunciar o rompimento e chamar o governo Wagner de “medíocre”.
Nesta sexta, o governador se reuniu com seu núcleo político e secretários, já trabalhando na recomposição do governo, mas preferiu não adiantar nomes. Fato é que, com a saída do PMDB, que segunda-feira vai oficializar também o distanciamento da bancada governista no Legislativo, o governador vai partir com força para atrair e fortalecer a relação com legendas como o PDT, PR, PP, PTB, PRB e PSC.
Tudo isso para garantir sua reeleição, com chapa competitiva em 2010, que não sinta o baque da perda de um aliado fundamental para sua vitória em 2006 e que hoje possui 115 prefeituras no Estado e bancada estadual de oito deputados.
Além de assegurar que não haverá descontinuidade no governo com a saída do PMDB, o governador minimizou a possibilidade de fragilização de sua base na Assembleia. “Mesmo o PMDB saindo, mantemos uma maioria de membros na nossa base e, a partir daqui, trabalharemos com essa nova realidade, sem nenhum problema”.
O Governador Jaques Wagner perdeu a paciência com o ministro Gedel. Quando da estadia de Lula em praias baianas, o governador e o presidente chegaram à conclusão de que o ministro já fez movimentos demais em direção a oposição ao governo do PT. Picado pela famosa mosca Azul da política, o cacique do PMDB na Bahia parece que não quer esperar a fila andar e já se coloca como possível candidato ao governo da Bahia em 2010. Mas como diria Garrincha se estivesse vivo e participando do jogo; faltou ao Gedel combinar com o Alemão.
A paciência de Wagner já se esgotou, ele fez tudo o que podia nessa história toda. Todas as tentativas públicas de mandar recados ao ministro já foram gastas e ele continua sua empreitada em direção ao seu objetivo.
Com a saída do PMDB quem entra no governo é o PDT. Com o aval do Presidente Lula.
Com pesquisas na mão que informam a boa aceitação da sua administração pelo povo da Bahia, Wagner deve ter percebido que essa é a hora de saber quem está com o governo ou quem só quer estar no governo, esperando a hora para sair.
Com a saída do PMDB do governo, deve haver uma boa corrida pelos cargos na capital e no interior. O PT deve ganhar algum agrado nisso tudo. A grita ainda é muito grande dentro do Partido, já que muitos ficaram de fora e não estão satisfeitos até hoje.
O PMDB ocupava, segundo contabilidade do governo, cerca de 500 cargos no governo estadual, entre os quais duas secretarias, três empresas estatais. Era um espaço nada desprezível na máquina administrativa estadual. Separação de “corpos” selada, o governo terá agora estes cargos como atrativos para eventuais novos aliados. Ou para consolidar aliança com os partidos que integram a administração.
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