O Supremo Tribunal Federal (STF) vai analisar na próxima quarta-feira se aceita a denúncia apresentada pelo ex-procurador geral da República, Antonio Fernando Souza, contra o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG). O procurador acusa Azeredo e outros investigados - entre eles o empresário Marcos Valério - dos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.
Ao analisar a denúncia, os ministros do Supremo Tribunal Federal deverão avaliar se de fato houve o crime apontado pelo ex-procurador geral da República e se há indícios da participação dos acusados no chamado "mensalão mineiro", cabendo a eles a decisão de abrir ação penal contra os investigados ou arquivar o inquérito.
A denúncia foi apresentada em novembro de 2007, em consequência das investigações para apurar o chamado "mensalão", que também envolveu denúncias de que o governo Lula, através do PT, obtinha apoio de parlamentares mediante o pagamento de valores mensais em dinheiro.
Segundo o ex-procurador Antonio Fernando Souza, Eduardo Azeredo, Marcos Valério e outros investigados seriam os responsáveis por um esquema que superfaturava contratos publicitários assinados pelo governo de Minas Gerais à época (1998) em que Eduardo Azeredo era governador daquele estado e disputava a reeleição. Ele foi derrotado por Itamar Franco.
Ainda de acordo com o ex-procurador Antonio Fernando Souza, o dinheiro excedente que não era gasto em publicidade era destinado à campanha de Eduardo Azeredo.
O Ministério Público calcula que pelo menos R$ 3,5 milhões foram desviados dos cofres públicos mineiros para a campanha do então governador. Posteriormente, essa forma de caixa 2 teria sido usada em âmbito nacional em campanhas do PT, dando origem à grande crise enfrentada pelo governo federal no ano de 2005.
Segundo o Supremo Tribunal Federal, vários documentos instruem a denúncia do mensalão, como laudos e relatórios de análise, trechos do relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios, além do depoimento de um dos acusados, o tesoureiro da campanha de Azeredo à reeleição, Cláudio Mourão.Veja aqui, todos os relatório do caixa dois informando sobre os pagamentos efetuados à SMP&B em 1998 e 1999-
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